segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Países da União Europeia querem adiar fim da mudança da hora para 2021

Resultado de imagem para Países da União Europeia querem adiar fim da mudança da hora para 2021A maioria dos países da União Europeia é favorável a adiar até 2021 o fim da mudança da hora, pelo que Bruxelas poderá conceder mais tempo aos Estados-membros para implementarem a medida, reconheceu hoje a comissária europeia dos Transportes.
“Tivemos uma discussão realmente útil, muito aberta e muito clara. Ainda depositamos esperança no nosso plano ambicioso, mas […] temos de admitir a possibilidade de que seja necessário mais tempo para implementá-lo”, disse Violeta Bulc em conferência de imprensa, após a reunião informal dos ministros dos Transportes da União Europeia, em Viena.
A comissária europeia assumiu que, para poderem tomar decisões, os Estados-Membros precisam de encomendar estudos e realizar e sondagens, “o que leva o seu tempo”.
“Não há dúvida de que estamos dispostos a conceder mais tempo aos países”, indicou, lembrando as preocupações manifestadas por profissionais de setores como o tráfego aéreo ou sistemas informáticos, que advogam por um maior período de preparação para o fim da mudança da hora.
Perante a relutância dos Estados-membros em implementarem a medida já em 2019, a presidência austríaca da UE propôs que a supressão da mudança da hora aconteça em 2021.
De acordo com o ministro austríaco dos Transportes, Norbert Hofer, presente na mesma conferência de imprensa, a maioria dos países é favorável a acabar com a mudança da hora, mas também a adiar o prazo para adotar esta medida.
“Se nos despedíssemos agora da mudança da hora, poderia surgir um mosaico de remendos [horários], o que seria devastador para o mercado interno”, advertiu Hofer.
O ministro austríaco referia-se a uma das grandes preocupações dos 28, a fragmentação do mapa horário do continente em relação ao atual de três fusos horários, sobretudo tendo em conta que os países do Norte da Europa estão mais inclinados a manter o horário de inverno e os do Sul a ficarem com o de verão.
Hofer explicou que, uma vez que não parece viável acordar uma única zona horária em toda a UE, a ideia seria manter como meta as três zonas atuais, que são a Europa Ocidental (GMT, de Lisboa), a Europa Central (GMT+1) e a Europa Oriental (GMT+2).
No final de agosto, o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, anunciou que a instituição vai propor formalmente o fim da mudança de hora na União Europeia, depois de um inquérito não vinculativo feito a nível comunitário, segundo o qual 84% dos inquiridos disseram preferir manter sempre o mesmo horário.
Já este mês o primeiro-ministro, António Costa, defendeu que Portugal deve manter o atual regime bi-horário e ter uma hora de verão e uma hora de inverno, considerando que “o bom critério e único é o critério da ciência”.
De acordo com o jornal Público de quinta-feira, o Governo português já anunciou à UE que pretende manter a mudança da hora e “manifestou discordância” com a proposta da Comissão Europeia, que terá ainda de ser aprovada pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho Europeu.
A consulta pública 'online' sobre a mudança de hora, lançada pela Comissão Europeia em Julho e concluída em 16 de Agosto, teve uma participação recorde na UE, com mais de 4,6 milhões de contributos.
As disposições atuais relativas à hora de verão na UE exigem que os relógios sejam alterados duas vezes por ano, para ter em conta a evolução dos padrões de luz do dia e tirar partido da luz do dia disponível num dado período.
Lusa

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