6 e 7 de novembro no Anfiteatro II da FLUC
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70 anos volvidos da importante e emblemática exposição Quinze Anos de Obras Públicas (1948), três dezenas de especialistas vão discutir, em Coimbra, nos dias 6 e 7 de novembro, as obras que marcaram o regime de Salazar.
O colóquio tem como tema “Obras Públicas no Estado Novo”, sendo a comissão científica assegurada por Luís Miguel Correia, do Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (DARQ-FCTUC), e Joana Brites, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), ambos investigadores do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20).
De acordo com os dois docentes e investigadores, a iniciativa, a decorrer no Anfiteatro II da FLUC, pretende «realizar um balanço, necessariamente crítico, das muitas e multifacetadas obras públicas promovidas pelo Estado Novo, focando o seu papel na afirmação do próprio regime, os seus protagonistas e o seu legado construído.»
A conferência de abertura do colóquio, que reúne também uma nova geração de investigadores que através dos seus recentes trabalhos tem produzido uma renovada leitura sobre a obra do regime, é proferida pelo historiador britânico Roger Griffin (Oxford Brookes University), renomado historiador do fascismo, permitindo situar internacionalmente a problemática das campanhas de obras públicas no quadro dos regimes fascistas e do modernismo.
De seguida, Ana Tostões reflete sobre a “Arquitetura das obras públicas como um instrumento do Governo”. A questão da monumentalidade e da imagem de regime são o fio condutor desta apresentação sobre a busca do monumento convocado nas diversas vertentes: retórico clássico, pastoral regional, moderno radical. Em destaque vai estar a obra de Porfírio Pardal Monteiro, o arquiteto que mais construiu a obra pública do Estado Novo e que se celebrizou como um dos primeiros modernos na primeira metade do século XX.
Ainda durante a manhã, são abordados os temas “O Ministério das Obras Públicas de Duarte Pacheco”, por Sandra Vaz Costa, e “Ser arquiteto num tempo [1930-1950] e num lugar [Portugal]”, por Ana Isabel Ribeiro. A moderação do debate desta manhã é assegurada por Luís Reis Torgal.
A tarde do primeiro dia do colóquio é dedicada aos temas “Obras públicas e ‘melhoramentos’ locais: entre Lisboa e o País (real)” (por Ricardo Agarez); “A ordem identitária das obras públicas” (por Nuno Rosmaninho); “Mobiliário e obras públicas” (por João Paulo Martins e Sofia Diniz); “Monumentos Nacionais: a construção de um legado” (por Luís Miguel Correia); “O Livro de Ouro da Exposição 15 Anos de Obras Públicas: arquitetura e propaganda” (por Margarida Acciaiuoli). A moderação do debate desta tarde é assegurada por Sergio Fernandez.
A terminar esta sessão, será exibido o documentário “Quinze Anos de Obras Públicas”, apresentado em 1948 no âmbito desta iniciativa do regime estadonovista, cuja realização pertenceu a António Lopes Ribeiro, Felipe de Solms e Carlos Filipe Ribeiro.
O segundo dia é dedicado à discussão dos planos gerais de urbanização (por José Cabral Dias), das várias tipologias arquitetónicas programadas e construídas pelo regime e, a terminar, ao papel das obras públicas na infraestruturação do território colonial (por Ana Vaz Milheiro). No âmbito das segundas, as quais ocuparão a parte principal deste dia, é dado destaque, na parte da manhã, às infraestruturas hidroelétricas (Fátima Fernandes), aos equipamentos escolares (Gonçalo Canto Moniz e António Rochette Cordeiro), à habitação de intervenção estatal (Rui Ramos, Eliseu Gonçalves e Sérgio Dias Silva) e às filiais e agências da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência (Joana Brites). A moderação do debate estará a cargo de Alexandre Alves Costa.
À tarde, as apresentações vão centrar-se na arquitetura hospitalar (Helena Gonçalves Pinto), judiciária (António Manuel Nunes), religiosa (João Luís Marques e João Alves da Cunha), de cultura e lazer (Susana Lobo e Susana Constantino), bem como nos edifícios dos CTT. O colóquio termina com um debate moderado pelo diretor do DARQ, José António Bandeirinha.
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