♦ Santiago Escobar
“Menti, menti, algo sempre ficará” – diz uma conhecida frase atribuída a Voltaire e usada desde então por filósofos e políticos.
Hoje há muita informação chamada fake news. A questão que surge é qual é o interesse em espalhar notícias falsas.
Ao longo deste artigo, tentaremos desvendar essa questão a fim de dar resposta a um problema que causa indignação e desconforto na maioria das pessoas.
Sabemos que o pai da mentira é o diabo, o inimigo infernal que enganou Eva no Paraíso, prometendo que se eles comessem do fruto proibido seriam como deuses. Eva aceitou a tentação e deixou-se encantar pela serpente. Dizemos “encantar” porque esse réptil usa essa estratégia com sua vítima para paralisá-la e depois injetar-lhe seu veneno.
Nós vemos que mentir é sempre um símbolo de traição e conspiração.
No entanto, Nosso Senhor Jesus Cristo deixa claro no Evangelho: “Eu sou o caminho a verdade e a vida” (Jo 14,6), isto é, o próprio Deus declara ser a verdade absoluta, e isso nos ensina que aqueles que promovem a iniquidade são homens que restringem a verdade ou a substituem por mentiras.
Há nações que se caracterizam por seu alto senso de honestidade. Nos EUA, por exemplo, uma das coisas mais sérias é mentir. É um vício considerado vil e execrável, deixando as pessoas mentirosas completamente isoladas e socialmente desprezadas.
Vivemos no tempo da chamada pós-verdade, onde uma realidade é deliberadamente distorcida para criar e modelar a opinião pública, distorcendo os fatos e manipulando-os.
O antídoto para tudo isso se encontra nas palavras de Santo Agostinho [quadro ao lado], quando diz que a natureza humana é tão propensa à verdade que, quando o homem ama algo contrário à Verdade, ele deseja que esse algo seja verdadeiro. Com isto, cai em erro, persuadindo-se de que é verdadeiro o que na realidade é falho. Por isso é necessário que alguém lhe abra os olhos. Ora, como o homem não admite que alguém lhe mostre que se enganou, tampouco tolera que se lhe demonstre o erro em que está. “Assim, é tão humano, cego e preguiçoso, indigno e desonesto, ele se oculta mas não admite que nada lhe seja ocultado. Assim lhe sucede que ele não consegue fugir dos olhos da verdade, mas a verdade foge dos olhos dele”.(1)
Portanto, caro leitor, eu o encorajo a ter “paixão da verdade”. “Sem esta paixão, livros e filosofias nada mais são do que vaidades, perigosíssimas vaidades que acendem o fogo na Terra e atiçam as labaredas do inferno.”
“Quem tem a paixão da verdade está disposto a despojar-se de si mesmo, sem qualquer restrição. Sacrificará as mais sedutoras ideias, os mais engenhosos sistemas, as mais profundas e luminosas elucubrações, as mais caras intuições, as satisfações mais elevadas da inteligência, e por fim as formulações mais cativantes e as imagens mais esteticamente felizes, para austeramente procurar e manifestar a verdade, só a verdade, que é sempre dura para a nossa condição humana, por causa de sua essencial transcendência.”(2)
Fonte: ABIM
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(1)https://www.pliniocorreadeoliveira.info/OUT_72-05-07_Porque_a_verdade_desperta_odio.htm
(2)https://www.pliniocorreadeoliveira.info/OUT_001960_conselhosvidaintelectual.htm
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