Possibilitar que as pessoas limitadas da voz comuniquem de forma eficaz no seu quotidiano, promovendo a inclusão, é o objetivo da aplicação “Clave de Fala”, desenvolvida por seis estudantes do terceiro ano da licenciatura em Engenharia Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
André Correia, António Eloi, Cláudio Gomes, Joana Lameiras, Pedro Silva e Telma Portugal são os autores desta aplicação (app) que, a partir da próxima quarta-feira, dia 5 de dezembro, pode ser descarregada gratuitamente na Play Store. Nesta fase, em versão Android.
A Clave de Fala foi criada no âmbito da cadeira de Processos de Gestão e Inovação (PGI), uma unidade curricular do curso, e a ideia surgiu justamente porque um dos elementos do grupo tem um problema auditivo e já “sentiu na pele” alguns embaraços na comunicação.
Coisas tão simples como «ir à farmácia pedir um medicamento para a gripe pode ser uma tarefa complicada», ilustram os autores da app. Muitas vezes, prosseguem, «devido às suas dificuldades de comunicação, as pessoas limitadas da voz, pessoas com limitações na fonação, tendem a isolar-se. Por isso, a nossa missão é ajudar. É aqui que entra a nossa aplicação, dar uma nova voz a quem mais precisa.»
Intuitiva, prática, rápida e user friendly são algumas das características desta nova aplicação, dividida por seis categorias - saúde, transportes, direitos, alimentação, compras e direções. Cada uma delas gera frases rápidas de acordo com as necessidades do utilizador, não sendo necessário escrever. No entanto, a qualquer momento, a frase pode ser editada. Também tem uma opção para transformar o texto em mensagem de voz.
Por outro lado, sublinham os estudantes da FCTUC, «a aplicação possui uma backend que aprende continuamente com o perfil e com as ações do utilizador, de forma a sugerir a melhor frase possível a qualquer momento».
O processo de desenvolvimento da Clave de Fala contou com o apoio da Associação Portuguesa de Limitados da Voz (APLVoz). «Foi essencial ouvir a APLVoz. Percebemos melhor as reais necessidades destas pessoas e permitiu dotar a aplicação com as respostas mais adequadas», afirmam.
Para que a aplicação possa ser melhorada, os autores vão colocar o código (software) em domínio público. Assim, «outros estudantes, investigadoresou simplesmente pessoas com curiosidade e vontade de ajudar vão poder contribuir para este projeto social», finalizam André Correia, António Eloi, Cláudio Gomes, Joana Lameiras, Pedro Silva e Telma Portugal.
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