segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

CASALINHOS DE ALFAIATA RECORDOU O DIA EM QUE O VENTO SOPROU MAIS FORTE

Para assinalar os 10 anos da ciclogénese explosiva que afetou o concelho de Torres Vedras, o Pinhal de Casalinhos de Alfaiata acolheu, esta segunda-feira, a inauguração da exposição 23 de dezembro de 2009. Quando o vento soprou mais forte. “Foi uma situação tremendamente assustadora” começou por recordar o presidente da Junta de Freguesia de Silveira, Luís Pedro Silva, evocando a noite em que se registaram rajadas de vento a mais de 200 km/h.

“O nosso território foi altamente fustigado. Do ponto de vista agrícola, os prejuízos foram significativos” referiu o presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Carlos Bernardes, sinalizando os efeitos das alterações climáticas. “Em 10 anos tivemos seis ocorrências extremas no nosso território”, lembrou, apontando que essas situações deram origem a mais de 2750 ocorrências.

Ao fazer uma retrospetiva da capacidade de resiliência do território ao longo da última década, Carlos Bernardes passou a palavra ao presidente do Conselho de Administração da EDP Distribuição, João Torres, referindo-se à empresa como um “parceiro incondicional” à época.

“Tenho, desde esse dia, uma relação especial com Torres Vedras. Aprendi aqui muita coisa” partilhou João Torres. “Vimo-nos perante qualquer coisa diferente” disse, sobre o fenómeno que ocorreu numa época em que a preocupação em torno das alterações climáticas ainda estava no início. “É claro que o tema das alterações climáticas entrou na agenda e eu diria que hoje estamos todos muito mais sensibilizados”, completou.

A exposição, que estará patente até 23 de dezembro de 2020, faz uma retrospetiva dos danos causados pela intempérie através de dados e fotografias que mostram o raio de destruição deixado um pouco por todo o Concelho.

Naquela noite de 2009, foi entre as 3h00 e as 4h00 que o vento se fez sentir com mais intensidade. O fenómeno afetou 25 hectares de espaços verdes, onde foram destruídas cerca de 2500 árvores. O Plano Municipal de Emergência foi acionado, com todos os agentes da proteção civil operacionais, e chegou a ser ponderada a hipótese de declarar estado de calamidade pública.

O temporal de 23 de dezembro de 2009 “juntou-se” às cheias de 1983, ficando na memória coletiva dos torrienses como uma das duas catástrofes que, na história contemporânea, assolaram o concelho de Torres Vedras.

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