Uma equipa
multidisciplinar de investigadores do Observatório de Cidadania e
Intervenção Social da Faculdade de Psicologia e de Ciências da
Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), e do i9 Social –
Centro de Inovação Social, está a desenvolver uma ferramenta
inovadora de medição de benefícios dos projetos sociais, baseada
na Teoria da Mudança.
Nesse sentido, a
equipa está no terreno a acompanhar em contexto real seis projetos
de inovação social de áreas distintas, desde saúde e inclusão
até proteção social e combate ao abandono escolar, no distrito de
Coimbra.
Este trabalho no
terreno permite «recolher
indicadores para construir os instrumentos adequados de medição.
Este é um dos aspetos distintivos do projeto, pois vamos desenvolver
uma metodologia não a partir de manuais científicos e teoria, mas
sim a partir da informação que nos é fornecida por todas as partes
interessadas (beneficiários diretos dos projetos e stakeholders)»,
afirmam Clara Cruz Santos, coordenadora da equipa da FPCEUC, e Filipe
Cardoso, do i9 Social.
Pretende-se
desenvolver uma solução capaz de medir objetivamente, com base nas
melhores práticas, o valor social e o valor económico de projetos
de inovação social, por forma a responder de forma sustentável a
problemas sociais complexos e modificar o tecido social local.
No entanto,
segundo os responsáveis, é uma tarefa de grande complexidade, «pois
o terceiro setor é uma atividade cujo custo-benefício é difícil
de quantificar, isto é, atribuir um montante financeiro que
corresponda em termos de valor ou impacto social gerado, mas que
produz mudanças na vida das pessoas. Por isso, a metodologia tem de
basear-se numa avaliação abrangente, captando todas as
transformações originadas no âmbito de cada projeto social».
Com a ferramenta
inovadora que a equipa está a desenvolver, num futuro próximo – o
projeto deverá estar concluído dentro de um ano - «será
possível identificar quais são os benefícios tangíveis e
intangíveis, ou seja, quantificar economicamente os tangíveis, mas
identificar também os intangíveis, porque nem todos os benefícios
são possíveis de quantificar do ponto de vista económico. Por
exemplo, quanto vale o sorriso de uma criança?»,
ilustram Clara Cruz Santos e Filipe Cardoso.
O trabalho que os
investigadores estão a realizar no terreno, em seis projetos com
níveis diferentes de maturidade, implica reuniões com responsáveis
dos projetos, análise de diagnóstico, entrevistas aos parceiros dos
projetos, questionários, grupos focais, entrevistas com os
beneficiários, entre outras ações.
O projeto prevê
ainda a criação de um Observatório para o Impacto Social, onde
será disponibilizada informação e mapeamento de Avaliação de
Impacto em projetos no âmbito da inovação social.
O i9 Social é
financiado pelo programa Portugal Inovação Social e pela Comunidade
Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC). Para além da equipa
da FPCEUC, são parceiros o IES - Social Business School, o Instituto
Pedro Nunes (IPN) e a Skillent, empresa especializada em soluções
para problemas sociais.
Cristina
Pinto
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