quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede prossegue com espetáculos em Cantanhede, Portunhos e Franciscas



O Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede prossegue este fim de semana com três espetáculos, dois dos quais são estreias. O Grupo de Teatro S. Pedro (Cantanhede) inicia a sua participação no certame no próximo sábado, 29 de fevereiro, às 21h30, no auditório do Centro Paroquial de S. Pedro, em Cantanhede, onde vai apresentar “Fado – Tributo a uma Diva”, um musical de Dulce Sancho e Sónia Silva. A peça começa por apresentar quadros representativos de uma breve história do fado até 1920, ano do nascimento de Amália Rodrigues, a personagem central, sobre a qual se estrutura uma trama recheada de pormenores pessoais menos conhecidos. É um franco tributo a quem muito contribuiu para o estatuto de relevo que o fado adquiriu enquanto expressão cultural de uma certa portugalidade, estatuto esse que esteve na origem do seu reconhecimento como Património Imaterial da Humanidade. “Um espetáculo com muita música e, acima de tudo, com muito sentimento”, garante a produção.
Também no sábado, igualmente às 21h30, o grupo Teatro Cordinha d’Água cumpre a sua jornada de itinerância no salão multiusos da Fundação Ferreira Freire, em Portunhos, onde vai representar duas peças adaptadas por Olga Resi. O espetáculo começa com uma dramatização de “No fundo do (a)mar” inspirada em “A Menina do Mar”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, propondo uma reflexão sobre a questão do bullying. Segue-se “(Des)embarcados”, comédia baseada no Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, que retrata o regresso do “Anjo” e do “Diabo” a Portugal, desta vez no ano de 2019. O encontro destas personagens com certas figuras motiva conversas elucidativas sobre os valores – ou a falta deles! – que prevalecem na sociedade.
No domingo, 1 de março, às 15h30, é a vez de o Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical das Franciscas estrear na sua sede uma peça da autoria de Dora de Jesus. Trata-se de uma revista com vários quadros que junta no palco a representação, a música e a dança, retratando acontecimentos nacionais e internacionais da atualidade num registo alegre a que não falta a crítica de costumes e a sátira política e social.

Sobre o Grupo de Teatro S. Pedro
Nascido do grupo Coral Litúrgico da Paróquia de Cantanhede, em 2005, com a realização dos primeiros ensaios, o Grupo de Teatro S. Pedro juntou o gosto de cantar e o gosto da representação com a dedicação à causa da Igreja local e preparou a sua primeira apresentação para a inauguração do Centro Paroquial S. Pedro, em junho de 2006.
Tratou-se de um musical intitulado “Festa na Aldeia” que contou maioritariamente com elementos do grupo litúrgico e do Grupo de Jovens de Cantanhede e cujo primeiro objetivo era angariar fundos para o referido Centro. Dada a grande aceitação por parte do público da cidade e do concelho, integrou, em 2007, o IX Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede, organizado pela Câmara Municipal.
Em 2008 participou no X Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede com o musical “J.C. Ontem, Hoje e Sempre” que reapresentou na edição anterior com os devidos ajustes. Em 2009, levou a palco “Recordar… e viver…”, no ano seguinte representou “Tributo ao passado” e em 2011 “De malas feitas”. Em 2012, participou no Ciclo de Teatro com a peça “Uma história com fado”, no ano em que o mesmo foi classificado pela UNESCO Património Imaterial da Humanidade. Depois de um breve interregno, retoma a sua participação no Ciclo de Teatro em 2014 levando a palco “Eu não desisto de ti”; em 2015 interpretou “É sórrir", no ano seguinte encenou “Coragem de sonhar” e em 2017, no ano em que se assinalou o centenário das aparições de Fátima o grupo interpretou “Do céu à terra”, seguindo-se nos anos posteriores “Da Mouraria a Alfama” e “O Pátio das Cantigas”, numa adaptação para teatro.
Fazem parte deste grupo cerca de 25 atores, jovens e adultos e é sua orientadora Maria Dulce Sancho, autora dos textos com que o grupo se apresenta, não dispensando todas as colaborações dos elementos do Grupo.

Sobre o Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical das Franciscas
Remonta a largos anos atrás o envolvimento da população das Franciscas nas atividades das artes de palco, havendo dados que referem representações de 1931 como uma atividade bem expressiva da comunidade local, que com grande brio preparava as diversas atuações públicas. Esta prática manteve-se até 1960, sensivelmente, ao que se seguiu um período menos ativo.
Mas a paragem foi meramente pontual, pois a vontade, a arte e o engenho que caracteriza as gentes das Franciscas não tardou em voltar a manifestar-se, tendo a atividade teatral sido recuperada por volta de 1970, permanecendo em plena expressão até ao ano de 2002. O Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical das Franciscas foi um dos pioneiros no Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede que o Município de Cantanhede iniciou em 1998.
Posteriormente, por dificuldades várias, voltou a ausentar-se em algumas edições, mas regressa agora, que está concluída grande parte das obras da sede social, com motivação acrescida e renovada dos seus corpos sociais.
Conforme referem os responsáveis, o grupo volta a aparecer em cena com pujança e vontade de fazer perdurar o legado cultural herdado de outros tempos e que se mantém com a predisposição natural da população das Franciscas para a representação teatral.


Sobre o Teatro Cordinha d’Água
Este grupo de teatro existe há diversos anos, fazendo parte integrante do Rancho Folclórico “Os Lavradores” de Cordinhã, fundado em 19 de outubro de 1978 por iniciativa do pároco da freguesia, chamado Fernando, e de um grupo de pessoas convidadas para o efeito, entre elas o músico Arsénio Cavaco. Cinco anos depois, mais propriamente no dia 17 de fevereiro de 1983, foi legalizado por escritura pública no Cartório Notarial de Cantanhede e publicado no Diário da República III Série, n.º 81 de 8 de abril de 1983 como Associação Cultural e Recreativa, denominada Rancho Folclórico de Cordinhã.
Este rancho esteve em atividade 15 anos consecutivos seguindo-se um breve interregno de cerca de três meses. Posteriormente reiniciou a sua atividade com a designação de Rancho Folclórico "Os Lavradores” de Cordinhã, que ainda hoje mantém.
O grupo de teatro tem estabelecido diversas parcerias: com a Câmara Municipal de Cantanhede, com a Junta de Freguesia de Cordinhã e com o Inatel.
Em outubro de 2019, foi criada uma Comissão responsável pela dinamização deste grupo de teatro, pretendendo alargar as suas atuações para além do Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede. Para tal, atua-se, neste momento, no sentido de estabelecer parcerias com outros grupos, nomeadamente com o Grupo de Teatro “A Fonte”, de Murtede e levar as suas apresentações a outras localidades, dentro e fora do concelho.
Na sequência do que sucedeu em 2018, as crianças têm sido uma aposta forte deste grupo, focando-se na formação de novos (e jovens) atores.




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