Após dois dias de Conselho de Ministros na Cidade de Pemba, para “auscultar a população, auscultar as pessoas influentes” sobre ataques que desde 2017 aterrorizam a Província de Cabo Delgado, o Presidente Filipe Nyusi revelou nesta terça-feira (11) que continua sem planos objectivos para acabar com os “malfeitores” e atacou as “redes sociais destroem o país, os outros países no mundo usam para desenvolver”.
A ministra Helena Khida, porta-voz da 4ª sessão do Conselho de Ministros, esclareceu que “em relação a situação de segurança na Província de Cabo Delgado, em particular na zona Norte, o que foi feito nesta sessão foi auscultar a população, auscultar as pessoas influentes, auscultar o governo distrital e o próprio governo da Província, de modo a que o Governo possa responder com acções para trazer soluções para esta situação de instabilidade, em suma foi feita auscultação. Depois da auscultação o Governo estará em condições de delimitar as melhores estratégias e encontrar soluções efectivas para esta situação de intranquilidade na Província de Cabo Delgado”.
“Em relação a emergência provocada pela época chuvosa, que resulta muita das vezes na inundação, o que aconteceu foi que cada sector que tem algum impacto já trouxe planos, uns já estão em andamento e outros que visem implementar a curto e médio prazo”, acrescentou a titular da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos.
No seguimento do Conselho de Ministros, que foi alargado aos governos provincial e distrital, o Chefe do Governo dirigiu um comício na Cidade de Pemba onde começou com o mesmo discurso de outras ocasiões recentes: “Os malfeitores estão a matar a população, estão a destruir as casas queimando. Essas pessoas que não são só moçambicanos, mas a maioria são moçambicanos jovens, estão a criar distúrbios e a impedir o desenvolvimento dos moçambicanos. Não dão a cara ainda, estão com vergonha, por de facto não sabem porque matam outra pessoa, porque não dizem eu é que matei, por isso tem sido um pouco difícil a abordagem”.
Em jeito de prestação de contas ao povo Filipe Nyusi disse que durante os dois dias “as questões foram levantadas, foram identificadas e o Governo saiu aqui com toda esta informação, com todas constatações, e vamos sentar, dentro do Governo primeiro, e depois juntamente com as Forças de Defesa e Segurança que estiveram aqui e acompanharam todo o processo. Sabemos como é que estão a agir agora, como eles são cobardes, recrutam jovens, enganam jovens, dão dinheiro e depois jovens quando vão não voltam”.
“Nós não podemos dramatizar aquilo que acontece, infelizmente temos compatriotas que gostam quando o moçambicano sofre (...) eu não conheço essa tradição, quando há um falecimento ao lado aparece alguém que vai-se rir (...) até tirar fotografia morto para dizer esse morreu, essa não é cultura dos moçambicanos. Mas existem alguns acarinham, perseguem para poder dramatizar ou divulgar a actividade dos assassinos contra os moçambicanos”, declarou Nyusi.
Sobre como acabar com os ataques em Cabo Delgado o Presidente da República afirmou que “em nenhuma guerra que se diz eu vou fazer assim” tendo dito ainda que as personalidades influentes da província com quem privou revelaram saber que são as “redes sociais que destroem o país, os outros países no mundo usam para desenvolver os seus países, mas somos enganados para destruir”.
Esta posição de Filipe Nyusi traz a memória a aversão do seu antecessor às redes sociais. “O Facebook e o Twitter têm o potencial de se transformar em espaços geradores de representações, fábricas de sonhos inalcançáveis e de infinitas miragens e expectativas que podem levar à secundarização da cultura de trabalho” afirmou Armando Guebuza no início do seu segundo mandato.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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