Foto: Artur Machado / Global Imagens |
Cerca de 11% dos recuperados voluntariaram-se para participar em ensaio clínico que começa no fim do mês.
Até 14 de maio, 435 doentes recuperados da covid-19 já se tinham inscrito como potenciais dadores de plasma para ajudar no tratamento de outras pessoas atingidas pela doença. De acordo com o Instituto do Sangue e da Transplantação (IPST) este número "está sempre a aumentar". O tratamento com plasma convalescente insere-se num ensaio clínico coordenado pelo IPST, com colaboração da Direção Geral da Saúde (DGS), do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).
Ontem, a DGS dava conta de 3822 casos curados. Nos dados referentes ao dia 14, o número era de 3328. O que significa que até quinta-feira da semana passada, mais de 11% das pessoas curadas eram potenciais dadores.
O maior número de voluntários (202) encontra-se na região Norte (onde há mais de 16 mil doentes), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (158), Centro (57), Alentejo (12), Algarve (5) e Açores (1 em Angra). Este facto tinha já sido antecipado ao JN pela presidente do IPST, Maria Antónia Escoval, por ter sido no norte do país que se verificaram mais casos de infeção no início do surto. Por isso, foi também nesta região que os doentes recuperados começaram a surgir primeiro.
Os critérios para a doação de plasma convalescente são os mesmos da doação de sangue, a que acresce a necessidade de testar negativo para a doença e estar 14 dias em isolamento. O início da recolha deve iniciar-se na última semana de maio em 10 instituições. A aplicação do tratamento com plasma convalescente aos doentes selecionados deverá ser feita quase de forma imediata.
NÃO ESTÁ ISENTO DE RISCO
A utilização de plasma com anticorpos na recuperação de doentes não é uma prática nova. Uma das aplicações mais recentes tem sido para tratar o ébola. Mas não está isenta de riscos.
Por isso, o tratamento será aplicado a doentes moderados ou graves e não aos considerados muito graves. Por poderem existir complicações respiratórias, causadas pela transfusão, explicou Maria Antónia Escoval, tem de ser ponderado o risco-benefício para cada doente.
Em declarações à agência Lusa, o pneumologista Filipe Froes, adiantou que nos casos muito graves, em que a infeção está muito avançada, o tratamento pode não ser útil. "Poderá já haver uma deterioração de outros processos", que estejam a contribuir para a doença e que não seja "tanto por ação direta do vírus".
O plasma convalescente já foi utilizado em outros países, como na Itália e na China, com resultados positivos, mas não está a ser aplicado de forma generalizada Os especialistas consideram que este pode ser um "passo intermédio" até ao desenvolvimento de um medicamento ou de uma vacina.
Ana Gaspar |Hoje às 07:42
Fonte: JN
Por isso, o tratamento será aplicado a doentes moderados ou graves e não aos considerados muito graves. Por poderem existir complicações respiratórias, causadas pela transfusão, explicou Maria Antónia Escoval, tem de ser ponderado o risco-benefício para cada doente.
Em declarações à agência Lusa, o pneumologista Filipe Froes, adiantou que nos casos muito graves, em que a infeção está muito avançada, o tratamento pode não ser útil. "Poderá já haver uma deterioração de outros processos", que estejam a contribuir para a doença e que não seja "tanto por ação direta do vírus".
O plasma convalescente já foi utilizado em outros países, como na Itália e na China, com resultados positivos, mas não está a ser aplicado de forma generalizada Os especialistas consideram que este pode ser um "passo intermédio" até ao desenvolvimento de um medicamento ou de uma vacina.
Ana Gaspar |Hoje às 07:42
Fonte: JN
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