As empresas marítimo-turísticas que operam na ria de Aveiro já podem retomar a sua atividade com novas medidas de segurança e higienização, depois de terem estado paradas mais de dois meses, devido à pandemia da covid-19.
O regresso dos tradicionais passeios de moliceiro na ria de Aveiro surge depois de, na segunda-feira, o Turismo de Portugal ter emitido uma nota a esclarecer que a animação marítimo-turística podia retomar a sua atividade, no seguimento da resolução do Conselho de Ministros de 29 de maio, que aprovou as medidas da terceira fase de desconfinamento, disse à Lusa o presidente da associação Laguna de Aveiro, que reúne vários operadores marítimo-turísticos.
“É uma boa notícia para a região, porque os moliceiros são uma âncora da atividade turística em Aveiro. Sem saber que os moliceiros estão a andar, as pessoas não vêm à cidade”, sublinhou Virgílio Porto.
O responsável afirmou ainda que os operadores estão preparados para o regresso ao trabalho, dispondo do selo 'Clean & Safe' do Turismo de Portugal e seguindo todas as recomendações da Direção-Geral de Saúde e da autoridade de saúde local, que determina uma lotação de 50% para as embarcações marítimo turísticas e distanciamento social de dois metros, bem como o pagamento por meios eletrónicos.
“Apesar de ser uma atividade ao ar livre, o uso de máscara individual é exigido a todos os passageiros e tripulação, além da desinfeção das mãos no início do passeio. No final do passeio, será também feita a higienização de toda a embarcação”, esclareceu Virgílio Porto.
O gestor, que tem oito barcos moliceiros, afirmou ainda que, apesar da diminuição da lotação, os preços dos passeios vão manter-se nos 13 euros para adulto e seis euros para as crianças dos cinco aos 12 anos.
“Os portugueses estão lentamente a retomar a sua vida normal e estamos em crer que, no fim de semana, passe a haver clientes”, disse Virgílio Porto, que espera que no mês de julho o Governo possa aumentar a lotação para estas embarcações.
Os passeios de barco moliceiro nos canais urbanos da Ria de Aveiro são uma das principais atrações turísticas da cidade, estimando-se que em 2019 tenham gerado um volume de negócios de oito milhões de euros.
As 27 embarcações que transportam milhares de pessoas todos os anos estão encostadas nos cais mais de dois meses e os prejuízos dos operadores, que trabalham esmagadoramente com público estrangeiro, são elevados, representando cerca de 35% da receita anual.
No âmbito do Programa de Ação de Apoio à Atividade Social e Económica, a Câmara de Aveiro determinou que iria devolver aos operadores marítimo-turísticos e operadores de circuitos turísticos um terço do valor pago pela licença de operação em 2020, correspondente a quatro meses, de Março a Junho.
Lusa
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