sábado, 18 de julho de 2020

Hong Kong no pelourinho comunista

Para honcongueses é clara a conotação marxista da manobra de Pequim

  • Luis Dufaur
OPartido Comunista Chinês em Pequim impôs uma “lei de segurança nacional” que pune os partidários da democracia e da liberdade no território de Hong Kong.
Dessa maneira extingue a liberdade de expressão e instala o regime opressivo na cidade, que até agora foi uma capital financeira de economia liberal, segundo a France Press.
Em revide, a Câmara dos Representantes e o Senado americano aprovaram por unanimidade uma lei punindo os responsáveis chineses que apliquem as normas repressivas contra Hong Kong e visando os bancos que as financiam.
O senador democrata Chris Van Hollen, co-autor da lei, sublinhou que os “EUA devem apoiar o povo de Hong Kong”. A lei vai além das represálias anunciadas pela administração Trump após o diktatdo PC chinês.
Pequim repeliu a decisão americana declarando que os assuntos em Hong Kong são internos da China e nenhum outro país pode se imiscuir.
Menos de 24 horas da entrada em vigor da ditatorial lei aprovada por Xi Jinping a polícia da prosseguimento à prisão dos primeiros hongcongueses.

O futuro dos católicos está comprometido, porque segundo a lei cometem crime de obediência a um poder estrangeiro que é Roma)
O senador republicano Pat Toomey afirmou que a “penalização dos bancos que apoiam a erosão da autonomia de Hong Kong colocam seus benefícios por cima dos direitos humanos fundamentais” dos hongcongueses.
O ponto é sensível considerada a importância internacional do setor financeiro da cidade. Mais recentemente falava-se de uma concessão massiva da cidadania americana a um número impreciso de hongcongueses.
Taipei (Taiwan) criou um escritório para ajudar os fugitivos de Hong Kong e o governo australiano “considera dar as boas-vindas aos residentes da antiga colônia britânica”, publicou “El Mundo”.
Enquanto isso, Pequim criou um Escritório de Segurança Nacional em Hong Kong, diretamente dependente do governo central comunista, para reunir informação e perseguir os infratores da lei repressiva.

O primeiro foi um homem que segurava um cartaz pedindo independência. Logo depois foi presa uma moça de 15 anos que agitava uma bandeira independentista. Um outro foi preso porque gritou “Longa vida ao Liverpool” que obtivera o campeonato inglês de futebol, brado interpretado pela polícia como consigna separatista.
O governo de Hong Kong ordenou às escolas que retirem os livros que poderiam violar a famigerada lei de segurança nacional, informou a agência France Press.

Jornalista foi ameaçado de ser enviado à China para lhe arrancarem os órgãos vitais.
A palavra “liberação” foi vetada pela polícia que ameaçou com prisão a quem a usar ou mencionar. O clima de medo se abateu sobre a cidade outrora livre. Multiplicam-se os usuários de redes sociais que cancelam seus perfis temendo que seus chats pro-democracia sejam julgados ilegais.
As penas de prisão pela nova lei serão de 3 a 10 anos, podendo incluir condenação perpetua se a pessoa for “culpada” de secessão, subversão, terrorismo e colusão com um país estrangeiro.
Vários líderes pro-democratas de Hong Kong renunciaram a seus grupos políticos. Joshua Wong, secretário geral do partido Demosisto e líder conhecido dos anteriores protestos declarou: “A partir de agora, Hong Kong entra no reinado do terror, com processos arbitrários, julgamentos secretos, confissões forçadas, repressões da mídia e censura política. Com amplos poderes e leis mal definidos, a cidade se tornará um estado policial secreto. Os manifestantes em Hong Kong podem ser extraditados para os tribunais chineses para serem julgados e condenados à prisão perpétua”.
Polícia ameaça em cartaz com a nova lei repressiva
Um dos ex membros de Demosisto, Nathan Law, fugiu da cidade sem revelar seu destino. Muitos honcongueses já pensam deixar a cidade e cresce o número dos países que lhes abrem as portas.
Taiwan é o primeiro e já vinha fazendo-o liberalizando os vistos e inscrições em cursos universitários.
Na Austrália, o primeiro ministro, Scott Morrison, declarou que seu governo “estava considerando propostas para dar as boas-vindas aos residentes da antiga colônia britânica”.
No Reino Unido, o primeiro ministro Boris Johnson reiterou a intenção de abrir as portas da cidadania britânica a três milhões de honcongueses.
Em Londres, o ativista honconguês exilado Simon Cheng, disse à agência Reuters que os pro democratas estavam fugindo para criar um Parlamento no exílio e “manter viva a chama da democracia e enviar a mensagem à Pequim de que a liberdade não pode ser esmagada”.
Cheng fugiu há poucos meses após ser golpeado e torturado pela polícia secreta da China na cidade continental de Shenzhen.
Liu Xiaoming embaixador marxista no Reino Unido respondeu ameaçando: a Grã Bretanha terá de suportar as consequências se considerar a China um país hostil se não permite à Huawei se envolver nas redes de telecomunicações britânicas, informou a MSN.

Honcongueses pedem liberdade, apanham e são presos
Por sua vez, o Canadá suspendeu seu tratado de extradição com Hong Kong e as exportações de material sensível, noticiou a France Press. O primeiro ministro Justin Trudeau acentuou a importância que o Canadá concedia ao princípio, até agora em vigor, de “um país, dois sistemas” não só para os 7,5 milhões de honcongueses, mas para “os 300.000 canadenses que vivem” no território.
Trudeau acenou com futuras novas medidas e o ministro de Relações Exteriores François-Philippe Champagne afirmou que “o Canadá ficou constrangido a reavaliar as relações existentes”.
A reprovada lei chinesa, acrescentou, “foi promulgada num processo secreto, sem participação do Legislativo, do Judiciário ou mesmo da população de Hong Kong, violando compromissos internacionais” acrescentou Champagne.
As relações entre o Canadá e a China estão em crise pela eventual extradição aos EUA de uma alta dirigente da empresa gigante chinesa Huawei acusada de servir ao Partido Comunista a favor do Irã e fraudes bancárias.
Trudeau recusou os apelos por uma troca da dirigente de Huawei, Meng Wanzhou, por dois canadenses presos na China acusados em represália de espionagem.

ABIM

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