As regras mudaram, as metas estão mais ambiciosas e o relatório de 2019 deixa Portugal longe do cumprimento dos objetivos da União Europeia a médio e longo prazo.
No ano passado, Portugal produziu mais lixo, mas os números da reciclagem subiram pouco e mais de metade do lixo urbano acabou em aterros. Os dados do relatório de resíduos urbanos de 2019, revelados pelo jornal Público, mostram que o país pode falhar as metas estabelecidas pela União Europeia.
As regras mudam já em setembro, altura em que a taxa de gestão de resíduos vai duplicar, com penalizações no envio de lixo para aterros, e apesar das críticas do setor, o Governo já mostrou que pretende manter a medida.
Em causa estão quase três em cada cinco quilos de lixo doméstico que vão parar a aterros, cerca de 60% do lixo produzido no país. Traduzido para o lixo de cada uma das nossas casas, cada habitante está a produzir, em média, 513 quilos de resíduos, quando devia estar a produzir 410 quilos.
E se a meta está longe de ser atingida, há ainda um aumento de seis quilos por casa habitante quando se compara com os números do ano anterior.
Já a taxa efetiva de reciclagem não chega aos 24%, com apenas 13% a corresponder ao que vem dos ecopontos.
Para se ter uma ideia do atraso, a União Europeia estabeleceu que em 2025 os Estados-membros devem chegar a uma taxa de 55% na reciclagem efetiva.
Em 2030, essa taxa passa para 65%. Os números não são animadores, mas ainda assim houve um aumento da reciclagem em Portugal muito tímido, mais precisamente de 1%.
Os dados do relatório de resíduos urbanos de 2019 mostram que o lixo enviado para reciclagem aumentou de 40 para 41%, mas em 2020 o país tem de chegar aos 50%.
O único indicador que Portugal superou é o da quantidade de recolhas seletivas por habitante, a previsão era de 47 quilos por cidadão em 2019, e o país conseguiu chegar aos 48 quilos.
TSF
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