A
abstenção foi de 55 por cento nas eleições dos
Açores. Muito preocupante. Sobretudo, no pensamento de que a
abstenção significa o desinteresse
dos cidadãos pela vida do seu território. Um
nível de abstenção superior ao número de votantes deve preocupar
muito a classe política. O exercício do Poder deixa
de representar os cidadãos. Há quem veja na
abstenção um cartão
amarelo à classe política. Faltarão opções com
que o eleitor se identifique. Propostas que cativem os eleitores. O
sistema político e os políticos tem que saber
ler os preocupantes números da abstenção e fazer alguma coisa.
Assiste-se a um afastamento claro dos cidadãos da política. As pessoas não se envolvem com a política. Não querem saber a quem é entregue o poder de tomar decisões que afetam a nossa vida. A democracia sai enfraquecida. Os cidadãos demitem-se de pedir contas a quem governa. É mau. Uma democracia forte é essencial ao desenvolvimento. Com uma abstenção superior aos votantes as instituições democráticas enfraquecem. Deixam de ser representativas do povo que vive sob o seu teto e pelo qual são responsáveis. Responsáveis mas não responsabilizadas. Perdemos todos.
A classe política tem que mudar comportamentos, discursos, tornar-se (muito) mais próxima dos cidadãos. A todo o tempo e não só quando há eleições. Precisamos de uma democracia verdadeiramente representativa. É essencial motivar os eleitores a votar. A classe política terá que ter a arte e fazer o necessário e certo para inverter a tendência abstencionista.
EDUARDO COSTA, Jornalista, Presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional
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