Cinco pessoas morreram ao todo, incluindo um dos atacantes, abatido pela polícia. Pelo menos um segundo cúmplice fugiu.
Cinco pessoas morreram, incluindo o atacante, e 17 ficaram feridas numa série de ataques com armas automáticas na segunda-feira à noite em Viena, segundo um novo balanço, de acordo com o Ministério do Interior austríaco.
"Infelizmente, uma nova vítima morreu no hospital. Isso eleva o número total de mortos para dois homens e duas mulheres", disse um porta-voz do ministério à agência de notícias AFP, somando-se ainda a morte de um agressor.
A Alemanha já reforçou o controlo na fronteira com a Áustria após os ataques em Viena, declarou a polícia alemã. Esses controlos de fronteira são considerados uma "prioridade tática" pela polícia federal, disse um porta-voz da polícia alemã à agência de notícias AFP.
Um dos autores do ataque era "um simpatizante" do Estado Islâmico (EI), disse o ministro do Interior austríaco.
"É uma pessoa radicalizada que se sentia próxima do EI", disse Karl Nehammer, em conferência de imprensa, referindo-se a um dos autores do tiroteio, que morreu numa troca de tiros com a polícia. um segundo atacante fugiu.
A polícia, que fez buscas na casa onde vivia o atacante abatido pelas forças de segurança, não descarta a possibilidade de haver mais pessoas implicadas no crime.
"Não podemos excluir que haja mais agressores", apontou o responsável da Polícia de Viena, Gerhard Pürstl, durante a conferência de imprensa.
O ataque, o primeiro em Viena em 35 anos, começou com um tiroteio cerca das 20h00 de segunda-feira (19h00 em Lisboa) numa rua central onde fica a sinagoga principal de Viena, então fechada, próxima de uma área de bares muito frequentada.
Estou feliz que os nossos polícias já tenham eliminado um dos autores. Nunca seremos intimidados pelo terrorismo e lutaremos contra esses ataques com todos os meios", disse o chanceler austríaco, Sebastian Kurz, que classificou os atos de "ataques terroristas nojentos".
O chanceler disse serem desconhecidos os motivos dos ataques, considerando, no entanto, que motivos "antissemitas" não podem ser descartado, "pelo lugar onde o ataque começou".
Depois do ataque inicial na rua onde fica a sinagoga, os agressores deslocaram-se pelo centro da cidade, disparando sobre quem ocupava as esplanadas.
Estávamos a comer e a beber, quando ouvimos os tiros. No começo pensámos que fosse fogo de artifício, mas ouvimo-los mais de perto e as pessoas reagiram com pânico", disse Petra, uma brasileira que estava na zona quando o ataque começou.
Outra testemunha, o rabino Schlomo Hofmeister, disse à agência de notícias EFE que ouviu "100 tiros" nos primeiros momentos do ataque.
"Pelo menos um atacante atirou em pessoas que estavam sentadas à frente de bares e restaurantes. As pessoas correram em pânico para dentro, mas o atacante seguiu-as e atirou lá dentro também", descreveu.
Centenas de pessoas refugiaram-se em bares e restaurantes, muito lotados devido a um novo confinamento que começa hoje, para prevenir a propagação da covid-19.
Milhares de pessoas permaneceram no interior da Ópera de Viena, ou em salas de concerto como o Konzerthaus ou o Musikverein, durante horas, até saírem sob escolta policial.
As autoridades montaram um enorme dispositivo de segurança para localizar pelo menos um terrorista que fugiu, com dezenas de agentes das forças especiais e especializadas em ações antiterroristas a participarem nos esforços de busca, que também inclui o controlo das fronteiras.
O Governo austríaco alertou que a situação de perigo ainda não passou, e pediu aos cidadãos para não saírem de casa, a não ser que seja estritamente necessário.
O último ataque em Viena ocorreu em 1985, quando o grupo palestiniano Abu Nidal matou três pessoas e feriu 39 no aeroporto da cidade.
Lusa / TSF
Imagem: © Christian Bruna/EPA
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