Estamos mal na fotografia do COVID-19. A segunda vaga chegou mais forte do que o que se previa.
Mas, comparativamente com os meses do início da pandemia, os números são piores? Vejamos. O número de mortes registado em abril foi de 829. Em setembro foi de 149. O número de infetados em abril foi de 17.249. Em setembro registaram-se mais 17.530. Um número superior. Mas, há que ter em conta o número de testes feitos. Em abril foram testados 320 mil cidadãos. Em setembro 525 mil. Mais 205 mil testes. O que significa que o número de infetados em relação aos testes feitos foi de 5,4 por cento em abril e de 3,4 por cento em setembro. Um número inferior.
De qualquer modo a situação merece preocupação. Ultrapassamos em outubro a barreira dos três mil infetados por dia! Era impensável há semanas atrás.
Todos queremos acreditar que os números vão diminuir. Há quem defenda que o agravamento se deve à retoma da atividade, com nota acentuada no regresso às aulas. Também há quem defenda que nos habituámos a ‘conviver’ com a pandemia e estamos mais relaxados.
Temos que ter presente a todo o tempo que vivemos à mercê de um vírus que pode perturbar a nossa vida drasticamente. Todo o cuidado é pouco.
Como nem só da proteção do vírus podemos viver, tranquiliza os cidadãos, sobretudo os mais vulneráveis financeiramente, as garantias de que a preocupação com os rendimentos está no prato da balança. Combater a pandemia e assegurar o normal (no limite possível...) da atividade económica. Esse é o desafio.
EDUARDO COSTA, Jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional
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