A União Europeia acusa as autoridades da Bielorrússia de terem desviado, "descaradamente", o avião comercial da Rayanair que transportava um jornalista que faz parte da oposição ao regime e exige a sua libertação imediata bem como a da sua namorada.
Os líderes europeus mostraram-se chocados e zangados com a atitude e chegaram a um acordo sobre um conjunto de sanções contra o país que fica proibido de cruzar espaço aéreo dos Estados-membros da União Europeia e do acesso aos seus aeroportos. Mas não só.
Para a presidente da Comissão Europeia tratou-se de "um ataque à Democracia, à liberdade de expressão e à soberania europeia". Ursula von der Leyen afirmou que "este comportamento ultrajante necessita de uma resposta forte, pelo que o Conselho Europeu decidiu que haverá sanções adicionais contra os indivíduos envolvidos no sequestro mas, desta vez também, para as empresas e entidades económicas que estão a financiar este regime".
O incidente será debatido pela NATO. A Bielorrússia faz fronteira com vários membros Aliança Atlântica.
Um dia depois da detenção o jornalista aparecia num vídeo, apresentado pela televisão estatal bielorrussa, confessando ter desempenhado um papel fundamental na organização dos protestos maciços em Minsk contra o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko.
Enquanto o Ocidente critica as autoridades bielorrussas a Rússia, aliado chave de Minsk, acusa os países ocidentais de hipocrisia e lembra o incidente ocorrido em 2013 quando o avião presidencial da Bolívia se viu forçado a aterrar na Áustria porque os EUA pensavam que Edward Snowden seguia a bordo.
A aeronave que transportava o jornalista bielorrusso voava da Grécia para a Lituânia quando recebeu um alerta de que havia uma bomba a bordo. Acabou obrigada a aterrar na Bielorrússia. Roman Protasevich e Sofia Sapega foram retirados do avião e levados.
Em Minsk multiplicam-se as manifestações pela sua libertação.
Euronews Nara Madeira com AFP, AP, EVN
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