terça-feira, 4 de maio de 2021

Papa Francisco e sua pintura obscena de Judas

 

A Reabilitação de Judas pelo jornal vaticano durante a Semana Santa

Luiz Sérgio Solimeo

Na quinta-feira Santa, 1º de abril, L’Osservatore Romano, o jornal diário do Vaticano, publicou um editorial de primeira página, ilustrado por uma pintura obscena e sacrílega [foto acima]. Mostra um Jesus ressuscitado, completamente despido, acariciando a cabeça sem vida do traidor, Judas Iscariotes, mal coberto por um pano vermelho (ver link na nota de rodapé 1).[1]

Quem é o verdadeiro “Protagonista do mistério pascal”?

O editorial assinado por Andrea Monda, diretor do jornal, afirma que durante a Semana Santa L’Osservatore iria tratar de personagens que emergem das narrativas dos Evangelhos nos “últimos momentos da vida terrena de Jesus”.

Monda diz que ficou perplexo com a dificuldade de escolher. “Há tantos personagens que enchem as páginas dos quatro Evangelhos… portanto, a escolha não é fácil.

Muitos de seus leitores devem ter ficado chocados com sua escolha: “Para hoje [a escolha] recai sobre a figura de Judas, o personagem mais trágico e perturbador dos Evangelhos”.

Assim, sob o título geral “Destaque de hoje ‒ Protagonistas do Mistério Pascal: Judas”, o jornal dedica três páginas ao traidor.

Na Sexta-Feira Santa, a mesma série Protagonistas prestou homenagem a Pôncio Pilatos, o covarde e arrogante governador da província romana da Judéia.[2] O verdadeiro “Protagonista do Mistério Pascal”, “o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo ” (Jo 1, 29), foi deixado de fora.

Quanto ao Protagonista do Sábado Santo, o jornal anunciava: “o silêncio do sábado e o anúncio das mulheres”![3]

Tratando dele em primeiro lugar, estaria o jornal do Vaticano considerando Judas como o verdadeiro “Protagonista do Mistério Pascal”? E teria escolhido para esta reabilitação a Quinta-Feira Santa (não a Sexta-Feira da Paixão) porque esse foi o dia em que Judas traiu Jesus com um beijo, no Horto das Oliveiras?

Não há lugar para Maria, a Co-Redentora da raça humana

Assim como seu Divino Filho, Maria Santíssima também foi esquecida. Aquela a quem honramos e veneramos como Nossa Senhora das Dores. Aquela Mãe junto com quem a Igreja chorou por dois mil anos. Aquela a quem procuramos confortar quando rezamos o Stabat Mater“De pé, a mãe dolorosa junto da cruz, lacrimosa, via o filho que pendia…”.[4]

Nossa Senhora estava aos pés da Cruz, unindo-se à Paixão de seu Divino Filho e oferecendo os sofrimentos d´Ele, assim como os seus, pela Redenção da raça humana, como exclamava o Papa Pio XI: “Oh! Mãe de amor e misericórdia, que estavas perto de teu doce Filho ao consumar a redenção da humanidade no altar da cruz, sofrendo com Ele como Co-Redentora”.[5]

Pintura obscena e sacrílega, um “fruto das meditações” do Papa Francisco

A ilustração escolhida para o editorial levanta muitas questões por suas conotações homossexuais.

Por que foi escolhida essa pintura sacrílega e obscena? [foto] O diretor de L’Osservatore Romano explica:

“Esta pintura é ‘fruto das meditações’ do Papa Francisco, reunidas em 2018 no livro ‘Quando rezarem, digam Nosso Pai’. No livro, o Pontífice fala sobre Judas e a misericórdia de Deus, citando a  capitel no topo de uma coluna na igreja de Vézelay, cuja fotografia ele pendurou atrás da escrivaninha em seu escritório pessoal. Um católico francês ‒ lendo essas meditações e tendo ficado impressionado desde a infância por essa coluna, que retrata Jesus, o Bom Pastor, carregando Judas morto nos ombros, como a última ovelha perdida ‒ decide pintar este quadro e dá-lo ao Papa. Esta pintura, que publicamos hoje na primeira página, está pendurada ao lado da fotografia [do capitel] de Vézelay atrás da mesa do Santo Padre”.[6]

O Papa Francisco procura reabilitar Judas

O Papa Francisco falou afetuosamente de Judas inúmeras vezes, dando a entender que o traidor foi salvo, mas sem afirmar isso claramente, como é seu costume. Como prova, ele apresenta o referido capitel esculpido na igreja medieval da abadia beneditina de Sainte-Marie-Madeleine em Vézelay, França [foto].

No livro mencionado acima, o Papa Francisco se refere novamente a esse capitel e à  possível salvação de Judas. Depois de dizer que Judas se enforcou, continua:

“Mas há uma coisa que me faz pensar que a história de Judas não termina aí … Talvez alguém pense: ‘Este Papa é um herege…’. Mas não! Vá ver uma coluna medieval na basílica de Santa Maria Madalena em Vézelay, Borgonha. Os homens da Idade Média faziam catequese por meio de esculturas, imagens. Nessa coluna, de um lado está Judas enforcado, mas do outro lado está o Bom Pastor que o carrega nos ombros e o leva consigo”[7].

O Papa afirma que o jovem imberbe que carrega o corpo de Judas é Nosso Senhor. No entanto, a interpretação mais plausível é que a escultura no capitel medieval retrata a pessoa anônima que removeu o cadáver do traidor. (Há outras hipóteses).

“Qual é o mistério de Judas? Eu não sei… Don Primo Mazzolari explica isso melhor do que eu ”

Judas Iscariotes, por James Tissot, 1886

Além de suas referências constantes e diretas, simpáticas​​a Judas, o Papa Francisco também citou o Pe. Primo Mazzolari (1890–1959), um sacerdote revolucionário, considerado precursor do Vaticano II.

Andrea Tornielli, atualmente diretor editorial do Dicastério para as Comunicações da Santa Sé, escreveu em 2016 a propósito de um discurso do papa:

“[O] Papa falou sobre um antigo capitel medieval representando Judas de um lado e [do outro] Jesus carregando nos ombros o traidor morto: ‘Don Primo Mazzolari fez um belo sermão sobre isso; ele era um sacerdote que entendia bem a complexidade da lógica do Evangelho: sujar as mãos como Jesus fazia, [Jesus] não era limpo, [Ele] ia ao encontro das pessoas e as aceitava como eram, não como deveriam ser’”.

Mais adiante, Tornielli diz:

“O Papa Francisco citou uma homilia sobre ‘Judas, o traidor’, proferida por um pioneiro do Concílio Vaticano II, o padre Primo Mazzolari, pároco de Bozzolo (norte da Itália), na Quinta-feira Santa de 1958. ‘Pobre Judas ‒ começa o padre [Mazzolari]; não sei exatamente o que se passava em sua alma. Ele é uma das figuras mais misteriosas da Paixão do Senhor. Nem vou tentar explicar-lhes; tudo o que eu peço é tenham um pouco de misericórdia do nosso pobre irmão Judas’[8]

Esta não é a única vez que o Papa Francisco adota a visão favorável de Mazzolari sobre Judas. No sermão da missa de 8 de abril de 2020, ele afirmou:

“Qual é o mistério de Judas. Eu não sei… Don Primo Mazzolari explica isso melhor do que eu”.[9]

O Papa argentino não só citou o Padre Mazzolari várias vezes, mas foi visitar seu túmulo, mostrando total consonância com ele:

“Não gostaria de deixar de fora nada do que gostaria de dizer sobre Don Primo Mazzolari. Sou peregrino aqui em Bozzolo e depois em Barbiana, nas pegadas de dois párocos que deixaram um traço luminoso, embora ‘incômodo’, no serviço ao Senhor e ao povo de Deus … Não cabe a mim contar a vocês ou analisar o trabalho de Don Primo … [eu prefiro] meditar sobre a atualidade de sua mensagem”.[10]

“Nosso pobre irmão Judas”

O beijo do traidor Judas, Afresco da igreja Santa Maria Assunta, San Gimignano, Toscana, Itália (1400)

É de admirar, então, que L’Osservatore Romano publicasse na Semana Santa um sermão do Pe. Mazzolari, intitulado “Nosso pobre irmão Judas”?

Nesse sermão (homilia da Quinta-feira Santa de 1958), diz o Pe. Mazzolari:

“Quando recebeu o beijo da traição, no Getsêmani [quadro acima], o Senhor respondeu com aquelas palavras que não devemos esquecer: ‘Amigo, com um beijo tu trais o Filho do homem!’. Amigo! Esta palavra, que fala sobre a infinita ternura da caridade do Senhor, também faz com que entendam por que eu chamei a ele [Judas] de irmão neste momento. …

“E talvez no último momento, lembrando-se daquela palavra e da aceitação de seu beijo, Judas também terá sentido que o Senhor ainda o amava e o recebia entre os seus. [Judas é] talvez o primeiro apóstolo que entrou [no céu] com os dois ladrões. Um cortejo que certamente não parece honrar o filho de Deus, como alguns o concebem, mas que é uma grandeza de sua misericórdia”.[11]

Judas no céu? O mau ladrão também? Nosso Senhor só prometeu o Céu a São Dimas, o bom ladrão.

A mesma edição do L’Osservatore Romano publica trechos de outros escritores sobre Judas, como o progressista Cardeal Carlo Martini, o anarquista Giuseppe Berto e o admirador do diabo, Giovani Papini.[12]

“Judas Mercator Pessimus…” – “Judas, o Vil Mercador…”

Em sua homilia na missa de 28 de outubro de 2014, o Papa Francisco afirmou que Judas Iscariotes não era o único pecador entre os apóstolos:

“Judas não foi quem mais pecou: não sei quem pecou mais. … Judas, pobre homem, é aquele que se fechou para o amor e por isso se tornou um traidor. E todos eles [os Apóstolos] fugiram durante o momento difícil da Paixão e deixaram Jesus sozinho. Eles são todos pecadores”.[13]

Não se pode comparar a traição de Judas com o comportamento repreensível dos outros Apóstolos durante a Paixão.

Judas não negou o Divino Mestre num momento de fraqueza, como o fez São Pedro; ou covardia, como os outros Apóstolos que, exceto São João, abandonaram Nosso Senhor no Calvário. No entanto, todos os onze se arrependeram porque amavam o Divino Mestre.

Judas foi de livre e espontânea vontade procurar os sacerdotes judeus que estavam tentando matar Jesus e ofereceu-se para entregá-lo: “O que quereis dar-me e eu vo-lo entregarei?” (Mt. 26, 14-16).

São João Crisóstomo comenta sobre essa passagem: “E vede quão grande é a maldade de Judas, que vai ter com eles por sua própria vontade, e que o faz por dinheiro, e por tal soma de dinheiro.”[14]

Judas tampouco traiu seu Mestre em um momento impulsivo. Ele foi se afastando pouco a pouco do amor de Jesus, se endurecendo em sua descrença e afundando no vício da avareza.

No episódio da mulher que ungiu Nosso Senhor com perfume precioso, Judas murmurou que Ele deveria ter vendido aquele perfume e dado o dinheiro aos pobres. Ao que São João explica, depois de narrar o episódio: “Dizia isso, não porque se importasse com os pobres; mas porque era ladrão, e tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam” (Jo. 12, 4-6).

“Judas mercator pessimus…” – “Judas, o vil mercador….”.[15]

Obstinação e desespero de Judas

Judas não era um “pobre homem arrependido que não sabia o que fazer”, como disse o Papa Francisco no sermão de uma missa na capela da Casa Santa Marta em 11 de abril de 2016.[16] Ele sabia muito bem o que estava fazendo, pois fora continuamente advertido pelo Salvador. Mas era obstinado no mal.

Narra São João que os discípulos ficaram escandalizados quando Nosso Senhor se referiu à Eucaristia pela primeira vez e em termos velados, afirmando que Seu Corpo e Seu Sangue eram comida e bebida.

Depois de ter o Salvador interpelado os Apóstolos (“Quereis vós também retirar-vos?”), e da pronta resposta de São Pedro cheia de fé e amor, Ele disse estas palavras terríveis: “Não vos escolhi eu todos os doze? Contudo, um de vós é um demônio!…” O mesmo Evangelista acrescenta: “Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes, porque era quem O havia de entregar, não obstante ser um dos Doze” (Jo 6, 71-72).

Com sua traição já consumada pelo acordo com o Sinédrio, Judas teve a dureza de coração de participar da ceia pascal com o Salvador e os outros Apóstolos.

Na Ceia, Nosso Senhor anunciou a Sua paixão e o terrível fim do traidor: “O Filho do Homem vai, como dele está escrito. Mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Seria melhor para esse homem que jamais tivesse nascido! Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: Mestre, serei eu? Sim, disse Jesus” (Mt 26, 24–25).

Quando São Pedro e São João perguntaram quem era o traidor, Nosso Senhor respondeu: “É aquele a quem eu der o pão embebido. Em seguida, molhou o pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. Logo que ele o engoliu, Satanás entrou nele. Jesus disse-lhe, então: O que queres fazer, faze-o depressa” (Jo 13, 27). Assim, Nosso Senhor permitiu que ele consumasse sua traição, deixando claro que Judas ainda poderia suspendê-la, se quisesse” (Jo 13, 28-30).

Desesperado, Judas se enforca

Segue-se a traição no Horto das Oliveiras, que põe à mostra mais uma vez a obstinação e dureza de coração de Judas, bem como seu cinismo. Conduzindo os guardas que iriam prender o Mestre, combinou com eles que aquele a quem beijasse, segundo o costume oriental, esse era Jesus.

O Divino Mestre, depois daquele beijo hipócrita, pergunta ao traidor: “Judas, com um beijo trais o Filho do Homem?” (Lc 22,48)

Após a condenação do Salvador, percebendo a enormidade de seu crime, Judas foi dominado pelo remorso, mas não pela contrição. Desesperado, ele voltou aos sacerdotes judeus para devolver o preço da traição, mas foi mal recebido (“Que nos importa? Isto é lá contigo!”). Ele jogou as moedas no chão do templo e saiu para se enforcar (Mt 27,3-5).

São Pedro completa as narrações do Evangelho dizendo que ele “arrebentou-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram” (At 1,18).

“Melhor seria que não tivesse nascido”

O jornal do Vaticano teria feito melhor se houvesse trazido com destaque as palavras do próprio Jesus sobre Judas nos Evangelhos, bem como textos de Padres e Doutores da Igreja, grandes exegetas e santos. Todos atestam a tradição constante da Igreja e a interpretação das Escrituras sobre a condenação de Judas Iscariotes.

Nosso Senhor disse que havia conservado todos aqueles que recebera do Pai: “Nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição” (Jo 17, 11-12).

Estas palavras do Redentor não deixam dúvidas quanto ao destino eterno do traidor, ou seja, que o “filho da perdição” é o único perdido.

A danação eterna de Judas, uma verdade revelada

Em artigo publicado em 2003, o Cardeal Avery Dulles acha difícil negar a condenação eterna de Judas:

“O Novo Testamento não nos diz com muitas palavras que alguma pessoa em particular está no inferno. Mas várias declarações sobre Judas dificilmente podem ser interpretadas de outra forma. Jesus diz que guardou todos aqueles que o Pai lhe dera, exceto o filho da perdição (Jo 17,12). Em outro ponto, Jesus chama Judas de demônio (Jo 6,70), e mais uma vez diz dele: ‘Seria melhor se ele nunca tivesse nascido’ (Mt 26, 24; Mc 14,21). Se Judas  estivesse entre os salvos, essas afirmações dificilmente poderiam ser verdadeiras. Muitos santos e doutores da Igreja, incluindo Santo Agostinho e  Santo Tomás de Aquino, consideraram como uma verdade revelada que Judas foi condenado”.[17]

A misericórdia de Deus é para aqueles que O temem

“Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem“, proclama a Virgem Santíssima no cântico do Magnificat (Lc 1,50).

No Antigo Testamento, Deus afirma Sua misericórdia para com aqueles que O temem, O louvam e guardam Seus mandamentos (Sl 102,17; Ex 20,6; Dt 5,10).

O temor de Deus, que “é o princípio da sabedoria” (Sl 110,10), é reverência filial pela majestade infinita da Justiça Divina, junto com o desejo de não ofendê-Lo e de não romper com a Sua amizade. Em suma, o temor filial é fruto do amor de Deus. Sem ele, não se pode adquirir sabedoria.

Portanto, é completamente absurdo atribuir a salvação de Judas à misericórdia de Deus, pois ele não deu nenhuma prova de arrependimento ou temor a Deus. Ao contrário, devorado por um remorso estéril por sua vil  traição, ele se lança no desespero e se enforca.

Estamos assistindo a uma reabilitação cainita de Judas?

Ao defender o traidor Judas, “o filho da perdição”, durante a Semana Santa, estaria o jornal do Dicastério para as Comunicações do Vaticano querendo transmitir uma mensagem?

Difícil saber.

Seja como for, a reabilitação de Judas, conjugada com a escolha para ilustrar a matéria de uma pintura de evidente conotação homossexual,  existente no escritório do Papa Francisco, faz lembrar os Cainitas, uma heresia gnóstica da Igreja primitiva  denunciada por Santo Irineu. [Ver quadro abaixo]

Que Nossa Senhora de Fátima nos ajude, nesta nova Paixão da Igreja, a estar sempre ao seu lado, sempre fiéis ao seu Divino Filho, sem nunca fugir nem O renegar, por mais intensa que seja a perseguição de Satanás e dos seus asseclas.

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Judas, o traidor, combinando com o Sinédrio a entrega de Jesus Cristo por 30 moedas de prata. Giotto, Cappella dei Scrovegni, Pádua (1305).

Os Cainitas

Seita gnóstica de veneradores de Judas na Igreja Primitiva

Por volta do ano 180, Santo Irineu (Contra as Heresias, livro 1, cap. 31) denunciou uma seita gnóstica herética que pretendia reabilitar Judas Iscariotes.

Eles eram conhecidos como Cainitas porque veneravam como santos, todos aqueles condenados nas Sagradas Escrituras. Os Cainitas apresentavam esses celerados como heróis espirituais: Caim (que assassinou seu irmão Abel), os Sodomitas (notórios por sua depravação sexual), Esaú (que vendeu seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas, depois jurou matar Jacó), Coré (que  liderou uma rebelião contra Moisés), e especialmente o “filho da perdição”, Judas Iscariotes.

Esses gnósticos consideravam as práticas sexuais mais aberrantes (incluindo a sodomia) como um dever religioso, e alguns invocavam um anjo especial enquanto realizavam seus atos nefandos.

Suas doutrinas estão resumidas em um escritos apócrifo, o chamado “Evangelho de Judas”.

Ver: G. Bareille, “Cainites”, Dictionnaire de Théologie Catholique, t. 2, 2e. partie, cols. 1307-1309; John Alzog, Manual of Universal Church History. Traduzido por F. J. Pabisch e Thomas S. Byrne. Vol. I. Nova edição. Dublin: M. H. Gill and Son, O’Connell Street, 1900, pp. 220-221.

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ABIM

NOTAS


[1]  Andrea Monda, “Giovedi Santo: Giuda e lo scandalo della misericordia” [“Quinta-feira santa: Judas e o escândalo da misericórdia”], L’Osservatore Romano, 1° de abril de 2021, https://www.osservatoreromano.va/it/news/2021-04/quo-074/giuda- e-lo-scandalo-br-della-misericordia.html. (Nossa tradução.)

[2] Vários autores, “Oggi in primo piano – Protagonisti del mistero pasquale: Pilato” [“Destaque Hoje – Protagonistas do Mistério da Páscoa: Pilatos”], L’Osservatore Romano, 2 de abril de 2021, pp. 1-4, 6, https://media.osservatoreromano.va/media/osservatoreromano/ pdf / quo / 2021/04 / QUO_2021_075_0304.pdf.

[3] Vários autores, “Oggi in primo piano – Protagonisti del mistero pasquale: il silenzio del sabato e l’annuncio delle donne” [“Destaque Hoje – Protagonistas do Mistério Pascal: o silêncio do Sábado e o anúncio das mulheres”], L’Osservatore Romano, 3 de abril de 2021, pp. 1-3, https: //media.osservatoreromano .va / media / osservatoreromano / pdf / quo / 2021/04 / QUO_2021_076_0404.pdf.

[4] Missa das Sete Dores de Nossa Senhora (15 de setembro), Sequência.

[5] L’Osservatore Romano, 29-30 de abril de 1935, 1, citado em J. B. Carol, O.F.M, et al., Mariologia (Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 1964), 766 (Itálicos nossos).

[6] A. Monda, “Giovedi Santo: Giuda e lo scandalo della misericordia” (Itálicos nossos).

[7] Gian Guido Vecchi, “Il Libro del Papa:” Ho imparato da Giuda che la vergogna è anche una grazia [“O Livro do Papa: ‘Aprendi de Judas que a vergonha também é uma graça'”.], “Corriere Della Sera, 22 de novembro de 2017, http://www.corriere.it/cultura/17_novembre_22/papa- francesco-saggio-rizzoli-lev-padre-nostro-6c9abd26-cfa7-11e7-a1da-9278adb4d756.shtml.

[8] Andrea Tornielli, “The Good Shepherd who carries Judas on his shoulders” [“O Bom Pastor que carrega Judas nos ombros”], La Stampa / Vatican Insider, 18 de junho de 2016, https://www.lastampa.it/vatican-insider/en/2016/06/18/news/ o-bom-pastor-que-carrega-judas-nos-ombros-1.34989269. (Itálicos nossos).

[9] Kathleen N. Hattrup, “Satan pays badly, warns pope, calling us to find the ‘Little Judas’ we have within” [“Satanás paga mal, adverte o Papa, chamando-nos a encontrar o ‘Pequeno Judas’ que temos dentro de nós”], Aleteia, 8 de abril de 2020. https://aleteia.org/2020/04/08/satan-pays-badly-warns-pope-calling-us-to-find-the-little-judas-we-have-within/  (Itálicos nossos).

[10] Papa Francisco, Discorso Commemorativo del Santo Padre. “Pellegrinaggio del Santo Padre Francesco a Bozzolo (Diocesi de Cremona) e a Barbiana (Diocesi di Firenze). Visita alla Tomba di Don Primo Mazzolari,” Vaticano, 20 de junho de 2017, http: //www.vatican.va/content/francesco/it/speeches/2017/june/documents/papa-francesco_20170620_don-primo-mazzolari.html

[11] Primo Mazzolari, “Nostro fratello Giuda: L’omelia di don Primo Mazzolari por il Giovedì santo del 1958” [“Nosso Irmão Judas: homilia de Don Primo Mazzolari na Quinta-feira Santa de 1958”], L’Osservatore Romano, 1° de abril de 2021, p. 3, https://www.osservatoreromano.va/it/news/2021-04/quo-074/nostro-fratello-giuda.html. (Itálicos nossos.)

[12] Ver Giulia Ciarapica, “Il diavolo di Papini, così umano e così divino” [“O demônio de Papini, tão humano e tão divino”].Il Foglio, 29 de julho de 2018, https://www.ilfoglio.it/cultura/2018/07/29/news/il-diavolo-di -papini-cosi-umano-e-cosi-divino-207335 /.

[13] Josephine McKenna, “Pope: Judas a sinner, but no worse than anyone else.””Papa”: Judas, um pecador, mas não pior do que qualquer outro”]. USA Today, 29 de outubro de 2014, http://www.usatoday.com/story/news/world/2014/10/29/pope-francis-judas-sinner/18123227/.

[14] São João Crisóstomo, “Homilia 80 sobre Mateus” (Mat. 26: 6–7), acessado em 13 de abril de 2021, https://www.newadvent.org/fathers/200180.htm.

[15] Responsórios de Trevas para a Quinta Feira Santa. https://www.cpdl.org/wiki/index.php/Tenebrae_Responsories_for_Maundy_Thucted_(Carlo_Gesualdo).

[16] Papa Francisco, “Aggrappati alla lettera: Meditazione Mattutina Nella Cappella Della Domus Sanctae Marthae” [“Apegar-se à Letra: Meditação matinal na Capela da Domus Sanctae Marthae”], Vaticano, 11 de abril de 2016, http://www.vatican.va/content/francesco/it/cotidie/2016/documents/papa-francesco -cotidie_20160411_aggrappati-alla-lettera.html.

[17] Avery Cardinal Dulles, “The Population of Hell” [“A população do Inferno”] First Things, maio de 2003, https://www.firstthings.com/article/2003/05/the-population-of-hell; John-Henry Westen, “Why is there a painting of a nude Jesus ministering to Judas in Pope Francis’ study?” [“Por que há uma pintura de um Jesus nu ministrando a Judas no escritório do Papa Francisco?”] LifeSiteNews, 7 de abril de 2021, https://www.lifesitenews.com/blogs/why-is-there-a-painting-of-a-nude-jesus-ministering-to-judas-in-pope-francis-study

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