quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Guerra e Paz editores na Feira do Livro de Lisboa: Ler livros em noites de Lua Cheia

 Fernando Pessoa apontou uma falha ao professor Salazar: disse que ele não tinha cultura literária e que isso o transformava num «cadáver emotivo». É essa a transcendência dos livros: romances, poemas, contos transbordam de emoção e dão-nos inteligência afectiva, fazendo-nos crescer em sensibilidade e humanidade.

Eis o que a Feira do Livro de Lisboa pretende ser, uma festa emotiva, plena de dramas e epopeias, de comédia também, porque nada há de mais humano do que o riso. E a Guerra e Paz editores é parte dessa festa. Nos pavilhões A 50, 52 e 54 oferecemos aos nossos leitores cerca de 50 clássicos, do humor de Dom Casmurro, de Machado de Assis, à anti-epopeia que é a Moby Dick, de Herman Melville. Venha ler connosco Conrad, Eça, Camilo, Oscar Wilde, Flaubert ou Jane Austen.

 

Oferecemos-lhe também as nossas colecções às cores, os Livros Brancos, com a Carta do Achamento do Brasil, os Livros Negros, com O Solilóquio do Rei Leopoldo, de Mark Twain, os Livros Amarelos, colecção que junta autores, e os Livros Vermelhos, com uma novidade nesta Feira, o livro De Raça, de Rachel Khan, autora francesa, filha de um negro e de uma branca: vítima das armadilhas activistas, a autora pergunta de que raça é, jurando que «somos todos crioulos».


Que Salazar é o Salazar de Fernando Pessoa é outra das nossas novidades, o livro em que Pessoa acompanha, de 1926 a 1935, cada passo de Salazar, escrevendo sobre ele e sobre cada um dos seus actos políticos. São textos de uma inteligência política e psicológica admiráveis.

Os Números da Guerra de África, do tenente-coronel Pedro Marquês de Sousa, é um manancial de informação que vem preencher uma lacuna: pela primeira vez estão reunidos todos os números dos três ramos das Forças Armadas, nas três frentes, Guiné, Angola e Moçambique. Um livro de referência para o futuro.


Atlas Histórico do Médio Oriente é outra novidade nesta Feira. O caos e crise a que assistimos no Afeganistão só veio reforçar a necessidade de visitarmos a História e reconhecermos as raízes profundas dos conflitos desse centro nevrálgico da tensão mundial. Indispensável.


Desaparecida, romance do estreante Ricardo Lemos, vencedor do Prémio Nacional de Literatura do Lions de Portugal, vai ser apresentado na Feira. Desparecida é também o nome de uma aldeia, ou talvez seja, mais do que uma aldeia, talvez seja um Portugal imaginário, que descobrimos pela força das narrativas, lendas e sonhos. Um primeiro grande romance.

Outra revelação romanesca é O Sonho de Amadeo, do romancista brasileiro estreante Leonardo Costa de Oliveira. Venceu o Prémio Literário da UCCLA-CM Lisboa, história de um homem que acorda sobressaltado depois de ter sonhado que foi assassinado com um tiro no peito. Mas quem, se é que alguém, o assassinou?


E o nosso livro do ano, nesta Feira, é Entre a Lua, o Caos, o Silêncio, a Flor, a mais completa antologia da poesia angolana já feita: livre, abrangente, da poesia oral das línguas angolanas aos poetas contemporâneos. Um monumento de 700 páginas oferecido às gerações futuras.


Da nossa colecção de poesia, a Roupão Azul, de Ana Paula Jardim, vencedor do Prémio de Poesia Glória de Sant’Ana, junta-se o Livro da Perfeita Alegria, terceiro livro de Eugénia de Vasconcellos na Guerra e Paz.


E por fim, viajamos à Lua. Vamos à lua com a cientista francesa Fatoumata Kebe, que esperamos ver em breve na tripulação de uma das viagens da Agência Espacial Europeia. Kebe escreveu A Lua é um Romance um livro apaixonado, em que a ciência nos dá a conhecer todos os segredos e faces escondidas da Lua, revisitando todos os mitos, narrativas e efabulações de séculos sobre a Lua. Um livro sedutor para ler em noites de Lua Cheia.

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