RECONHECER, RELIGAR, TECER”, CUIDAR, IMAGINAR, SUSTENTAR: os eixos que vão mostrar à Europa um território cultural comum!
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A Rede Cultura 2027 convocou no sábado, dia 5 de fevereiro, às 14h30, na Sala do Capítulo do Museu de Leiria, todos os agentes culturais do território envolvidos na candidatura a Capital Europeia da Cultura. O momento, além de lançar a convocatória municipal da Rede Cultura para o ano de 2022, partilhando os resultados alcançados com os projetos que foram selecionados na primeira convocatória, apresentou os eixos que vão orientar o trabalho cultural, neste ano verdadeiramente “CCCapital” para a Rede Cultura 2027 e para a Candidatura a Capital Europeia da Cultura que dela emana. O momento contou com a presença, entre outros, de Maria Vlachou, diretora da associação Acesso Cultura, de Samuel Silva, jornalista vimaranense, de João Bonifácio Serra, presidente do Conselho Estratégico Rede Cultura 2027, e de elementos da equipa redatora do Bid Book (Ana Bonifácio, Lígia Afonso, Teresa Andresen).
Coube à vereadora da cultura da Câmara Municipal de Leiria, Anabela Graça, abrir a sessão, enaltecendo o trabalho associativo forte que existe no território, refletido nas mais de 90 candidaturas recebidas na anterior convocatória. “Acreditamos que o associativismo pode acrescentar valor, com mais formação, com mais capacitação, com mais momentos como este”, adiantou. A vereadora espera que muitos mais concorram a esta edição e é expectável que a 4 de abril o processo de seleção esteja concluído. “Queremos estar na linha da frente porque a cultura é um fator de coesão do território. Somos 26 a acreditar num território comum”, rematou.
Samuel Rama, membro do Conselho Estratégico da RC2027, deu o mote para o momento do
C de CONVOCAR.
Os convocados da edição anterior não quiseram deixar de partilhar a sua experiência. Para Pedro Oliveira, d’ O Nariz – Teatro de Grupo, com o projeto: O Rei que nunca foi Rei, “foi entusiasmante cativar a população e um desafio imenso percorrer tantos municípios com a partilhar com a população”. Já Raquel Gomes, da Sociedade Artística Musical dos Pousos, responsável pelo projeto, Palco em Casa, é de realçar a “cumplicidade que se criou com os habitantes das aldeias mais isoladas do território” e a ação foi de tal forma bem-sucedida que já está em marcha um Palco em Casa 2, suportado pelos municípios e pelo programa Portugal Inovação. A Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura teve André Camponês a falar sobre o “Baile dos Pastorinhos”, que partilhou o “carater inclusivo” do projeto, que chegou a mais de 1 milhão de crianças. Hugo Ferreira, da CCER Mais – Cooperativa para a Criação e Promoção Cultural, Educacional, Marketing e Intervenção Social, Cooperativa de Responsabilidade Limitada, com o projeto: Surma – II, encerrou as apresentações das convocatórias, sublinhando “o espírito colaborativo que o projeto despoletou” e “o orgulho que será ter a insígnia da Rede Cultura impressa em todos os suportes que vamos ter gravados na rua”.
C de CANDIDATAR
“Essa é a característica que é o nosso traço comum: o ADN de transformar o que temos”. A frase de Ana Bonifácio, da equipa redatora do BidBook, acerca da força da candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura, foi uma das que mais marcou o encontro decorrido no passado sábado, dia 5 de fevereiro, na Sala do Capítulo do Museu de Leiria, no qual a Rede Cultura 2027 deixou sair mais do conteúdo do livro de candidatura, apresentado em novembro de 2021 e que será defendido a 9 de março.
Com o lema “Curar o comum”, o documento desenvolve-se segundo os eixos “Reconhecer”, “Religar”, “Tecer”, “Cuidar”, “Imaginar” e “Sustentar”. “Queremos demonstrar à Europa que conseguimos construir aqui um espaço cultural comum. E que queremos fazê-lo com parceiros europeus”, disse Teresa Andresen.
Para Lígia Afonso, outra das redatoras do BidBook presente no evento, o projeto da Rede Cultura 2027 quer “um novo modelo de governança para a cultura”, com “um programa aberto, no qual onde apenas as ideias estão definidas, sendo depois desenvolvidas pelos agentes no território”. “Eles, os agentes culturais, existem, têm capacidade inequívoca, são o ‘core’ da candidatura e só temos de trazer isto para o palco”, referiu.
“Temos cá tudo”, sublinhou Ana Bonifácio, acrescentando que “temos a prática material – e temos a promessa de que não vamos construir infraestruturas novas, não se vai fazer ‘o pavilhão’ como se fez em tempos – e vamos trabalhar as preexistências e isso é tudo o que é público”, desde os espaços culturais convencionais, às praças, os coretos, as habitações particulares ou “os oito mil quilómetros de trilhos, desde Sicó a Montejunto, passando por Aire e Candeeiros, até às praias, transversalmente”.
Outra preexistência do território é “um ADN de quem não fica sentado. Essa é a característica que é o nosso traço comum: o ADN de transformar o que temos”, disse. “Neste momento, nós não temos nevoeiro à nossa frente”, rematou.
O coordenador da candidatura, Paulo Lameiro, lembrou que ainda decorre a competição, mas avançou que um dos trunfos principais de Leiria envolve o “Menino do Lapedo”, também conhecido por “Criança do Lapedo”, um esqueleto com cerca de 29 mil anos, encontrado em 1998 no Abrigo do Lagar Velho, em Santa Eufémia, a cerca de dez quilómetros de Leiria.
Em conjunto com os vestígios de dinossauros do Bairro, no concelho de Fátima, e da Lourinhã, e do “crânio da Aroeira”, encontrado em Torres Novas e que remete para “o primeiro homem no nosso território”, o “Menino do Lapedo” acentua “a ideia de tempo longo – ‘slow life, slow cities’ -, uma outra forma de habitarmos este espaço”, que é uma das motivações do projeto liderado por Leiria, de acordo com a candidatura.
Coube ao presidente do Conselho Estratégico Rede Cultura 2027, João Bonifácio, lembrar a experiência de Guimarães, Capital Europeia da Cultura 2012, e fazer a ponte com Leiria.
C de Curar
Curar o Comum pela Cultura, na Cidade, com Intervenção de Maria Vlachou. A Diretora da Acesso Cultura, com a reflexão “Porque fazemos o que fazemos em Cultura?, partilhou com os presentes conceitos que orientam a sua atividade, deixando alguns alertas como “programar não é colecionar eventos” e “temos que aprender a ouvir, a sermos curiosos, a dar tempo e ter tempo para estarmos juntos, para pensarmos”. “Temos que ter tempo para fazer coisas com amor porque é isso que nos torna uma comunidade”, rematou.
A sessão terminou com o desafio aos presentes para fazerem percursos paralelos a pé com agentes culturais da Rede Cultura 2027, e apresentarem impressões sobre os 6 eixos: Reconhecer, Religar, Cuidar, Sustentar, Tecer, Imaginar
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