O primeiro-ministro britânico acusou o Presidente russo de "ameaçar diretamente a segurança de toda a Europa", na sequência do bombardeamento de uma central nuclear pelas forças russas na Ucrânia. Boris Johnson prometeu convocar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU "nas próximas horas".
As tropas russas tomaram a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, a maior da Europa, informou o regulador nuclear estatal da Ucrânia, acrescentando que a equipa da central controla o estado dos edifícios e garante seu correto funcionamento.
As forças russas bombardearam na noite de quinta-feira a maior central nuclear da Europa, no sul da Ucrânia, onde deflagrou um incêndio, que entretanto foi extinto pelos bombeiros.
O regulador nuclear estatal da Ucrânia garantiu que os seis reatores de Zaporizhzhia não foram afetados e que o incêndio atingiu apenas um edifício e um laboratório do local.
O regulador informou também que os reatores nucleares permanecem intactos e que não houve mudanças no 'status' de radiação, acrescentando que os seus especialistas estão em contacto com os engenheiros da central nuclear.
"Os reatores permanecem intactos, há danos na construção do compartimento do reator da unidade de energia nº 1, o que não afeta a segurança do reator. Os sistemas e elementos importantes para a segurança da central nuclear estão a funcionar. Nenhuma mudança no estado de radiação foi registada no momento", refere o relatório do regulador.
Esta manhã, os bombeiros conseguiram apagar um incêndio que tinha deflagrado na central depois de ter sido atacada pelas tropas russas.
O fogo, que abrangeu uma área de 2.000 metros quadrados, foi extinto às 06h20 locais (04h20 em Lisboa).
A propriedade danificada está localizada fora da central, na qual, segundo as autoridades ucranianas, os níveis de radioatividade estão dentro dos limites normais.
No entanto, o ministro da Energia da Ucrânia, Herman Galuschenko, alertou após o ataque russo que o mundo está à beira da maior catástrofe nuclear da história do uso pacífico da energia atómica.
Galuschenko denunciou que as tropas russas usaram tanques, artilharia e foguetes contra a central nuclear de Zaporizhzhia, "conhecendo as consequências catastróficas das suas ações".
A central nuclear de Zaporizhzhia é a maior da Europa em termos de capacidade instalada. Os seus seis reatores VVER-1000 têm capacidade de 1.000 MW. O primeiro entrou em operação em dezembro de 1984 e o sexto em outubro de 1995.
TSF/Lusa
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