O Brasil e a Argentina estarão a preparar a criação de uma moeda comum, iniciativa que pode levar à criação do segundo maior bloco monetário do mundo.
As duas maiores economias da América do Sul vão discutir o plano de criação de uma moeda comum ainda esta semana em Buenos Aires, onde vão também convidar outras nações latino-americanas a participar, avança o ‘Financial Times’.
O Brasil sugere que a nova moeda se chame “sur” (sul), e o seu objetivo passa por impulsionar o comércio regional e reduzir a dependência do dólar americano. No entanto, esta não irá substituir o peso e o real num primeiro momento e irá circular em paralelo com estas duas divisas.
“Haverá uma decisão de começar a estudar os parâmetros necessários para uma moeda comum, que inclui desde questões fiscais até o tamanho da economia e o papel dos bancos centrais”, disse o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, ao ‘Financial Times’.
Uma moeda única que abrangesse toda a América Latina representaria cerca de 5% do PIB global, estima o jornal britânico. A maior união monetária do mundo, o euro, abrange cerca de 14% do PIB global quando medido em dólares.
No entanto, existe um receio de que o Brasil possa ter problemas com esta união devido aos problemas fiscais da Argentina, com dívidas superiores a 40 mil milhões de dólares referentes ao resgate de 2018 ao Fundo Monetário Internacional, e com inflação extremamente alta, que se situou nos 95% em dezembro.
“Não quero criar falsas expectativas… é o primeiro passo de um longo caminho que a América Latina deve percorrer”, acrescentou Sergio Mass.
André Manuel Mendes/Risco
Nenhum comentário:
Postar um comentário