O livro “Avieiros, Hoje”, do jornalista vieirense João Francisco Gomes, foi apresentado no dia 22 de janeiro, no Salão da Biblioteca de Instrução Popular, em Vieira de Leiria.
O Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, esteve presente, tendo enaltecido o trabalho do autor do livro, por perpetuar a memória coletiva desta freguesia e contribuir para a difusão da cultura avieira.
Além do autor da obra, a sessão contou com a participação do Presidente da Junta, Álvaro Cardoso; e da Presidente da direção da BIP, Catarina Barreto.
O livro é uma edição da Fundação Francisco Manuel dos Santos e foi apresentado por João Monteiro Serrano, que se tem distinguido na defesa da candidatura da Cultura Avieira a Património Imaterial da Unesco.
A obra “Avieiros, Hoje” conta a história de um dos movimentos migratórios internos mais marcantes da história recente do país: o dos pescadores da Praia da Vieira, que trocaram o mar pelo rio Tejo.
Nos séculos XIX e XX, o mar revolto obrigou centenas de famílias de pescadores da Praia da Vieira (Leiria) a procurar alternativas à pesca de arrasto tradicional da costa portuguesa, conhecida como arte xávega, impossível de praticar em segurança e com proveito durante o rigor do inverno. Encontraram-na na pesca fluvial no Tejo e deram início a um dos movimentos migratórios internos mais marcantes da história recente de Portugal: primeiro de modo pendular (o inverno no rio, o verão no mar), e depois fixando-se definitivamente no Ribatejo.
Esta fusão deu origem a uma cultura ribeirinha ímpar, mas muito marginalizada, com características próprias — os barcos, as casas, a gastronomia e a religião —, sobre a qual o escritor neorrealista Alves Redol escreveu em 1942. Hoje, ainda subsistem alguns vestígios desta cultura nas margens do Tejo e na Praia da Vieira. À boleia de Alves Redol, este conjunto de textos vai em busca deles, antes que desapareçam.
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