E.T. chama casa”. Neste jogo, a frase do icónico filme de Steven Spielberg não funciona. Terão de ser os jogadores a levar as dezasseis criaturas de outros mundos, perdidas no Sistema Solar, até às suas casas. É este desafio que o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) propõe a todos, mas em particular àqueles entre os 8 e 12 anos, para em conjunto se entusiasmarem com factos sobre planetas e luas do nosso bairro cósmico, e sobre as condições necessárias à vida fora do nosso planeta azul.
“ET – Uma Aventura no Sistema Solar” é um jogo de tabuleiro, lançado online no dia 17 de Janeiro em português e inglês, e que se apresenta como um recurso educativo, gratuito, e validado cientificamente por uma unidade de investigação nacional. “O objetivo deste jogo é criar interesse nos jovens pelo Espaço e pela procura de vida fora da Terra, a astrobiologia. Usámos como estratégia um tema já popular entre o nosso público-alvo: os extraterrestres”, diz Catarina Leote, do Grupo de Comunicação de Ciência do IA e coordenadora do projeto que, em colaboração com o Grupo de Sistemas Planetários do IA, levou à conceção e produção do jogo.
O jogo, disponível em formato “Print and Play”, pode ser livremente descarregado e impresso. Depois, basta recortar e montar, faltando apenas peões e um dado para começar esta divertida aventura, na companhia das ilustrações dos extraterrestres criadas por Paulo Galindro e com o design do tabuleiro e demais acessórios por Sara Patinho. É uma atividade lúdica e educativa para famílias e uma útil ferramenta para professores que pretendam introduzir o mundo da astronomia aos seus alunos.
Quais são então os desafios colocados aos jogadores? Primeiro têm de conhecer o seu território, ou seja, os mundos do Sistema Solar – os planetas, mas também várias das suas luas, algumas delas alvos reais da atual procura de vida fora da Terra. Para isso, os jogadores têm de responder a perguntas, que lhes darão acesso a cartas com informação e a peças de mini-puzzles das ilustrações dos dezasseis E.T.s. Poderão negociar as peças com os outros jogadores até obter a figura completa. Só então se podem lançar no objetivo final: adivinhar o mundo de origem do seu extraterrestre.
As criaturas que representam os E.T.s são todas imaginárias, mas a sua anatomia é fundamentada em factos científicos sobre diversos ambientes no Sistema Solar. Se estes extraterrestres de facto existissem, é quase certo que chamariam a esses locais de “lar doce lar”. “A discussão [sobre a criação dos E.T.s] foi de índole científica e portanto a informação veiculada, que está relacionada com os ambientes do jogo, é ciência boa e sólida. Os E.T.s foram um exercício de imaginação interessante”, diz Pedro Machado, investigador do IA e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa), e um dos investigadores que participou na criação de elementos para o jogo.
Este jogo de tabuleiro inclui ainda uma ajuda: um livreto com informação complementar sobre planetas, luas e pequenos corpos do Sistema Solar, assim como noções essenciais sobre a procura de vida fora da Terra, ou astrobiologia.
O aspeto gráfico foi outra prioridade, afirma Catarina Leote. “Criámos os E.T.s com base em características fisionómicas e fisiológicas necessárias para viverem adaptados aos seus planetas ou luas, e portanto havia condições de representação que tinham de ser cumpridas no desenho”, explica. “O resultado final foi uma combinação das nossas descrições com o talento e criatividade do Paulo Galindro.”
O jogo “ET – Uma Aventura no Sistema Solar” foi financiado pela Europlanet Society por ter sido uma das propostas vencedoras no concurso Europlanet 2020 RI Public Engagement Funding Scheme. Numa próxima fase terá versões noutras línguas, como o castelhano, francês e italiano.
Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço
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