O governo português avisa que milhares de portugueses emigrados no Reino Unido serão severamente prejudicados com as medidas que o primeiro-ministro britânico, James Cameron, pretende implementar.
Segundo o Diário Económico, de acordo com as estimativas do Governo, cerca de 120 mil portugueses podem ser prejudicados pela proposta do primeiro-ministro britânico de cortar os apoios sociais aos imigrantes da União Europeia (UE).
“De acordo com os dados do Observatório da Emigração, em 2013 e 2014 entraram no Reino Unido cerca de 30 mil portugueses por ano. Estimando que esse número não mudou substancialmente em 2015 (ano para o qual ainda não existem dados) e não se vai alterar em 2016 e 2017, apontaríamos para cerca de 120 mil os portugueses a serem afectados”, afirmou ao Económico fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
No centro da questão está a mais polémica das quatro condições de David Cameron para renegociar a relação de Londres com Bruxelas antes de realizar um referendo sobre a manutenção do país na UE, que pode ter lugar este ano ou em 2017.
Na proposta, o líder britânico quer luz verde de Bruxelas para condicionar o acesso a apoios sociaisdos imigrantes europeus nos primeiros quatro anos de trabalho no país.
“O que Reino Unido está a propor em matéria de política migratória não respeita o princípio da não-discriminação e aí não poderemos aceitar”, alertou já Margarida Marques, Secretária de Estado dos Assuntos Europeus, em entrevista ao Diário Económico.
A reacção portuguesa teve réplicas na maioria dos países, que como Portugal, exportam migrantes. A maior resistência veio mesmo da Polónia que tem 700 mil cidadãos no Reino Unido.
Numa tentativa de acordo, no final do ano passado, a França e a Alemanha disseram que estãodispostos a aceitar uma suspensão dos apoios sociais aos europeus por parte de Londres, mas apenas por um período de três anos.
Esta proposta foi bem recebida pelas autoridades britânicas.
“O Reino Unido está aberto ao compromisso e Cameron tem a impressão de que vários líderes europeus também estão prontos a isso”, disse um diplomata francês ao Politico.eu.
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