quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Medicina Laboratorial Transplantação








Os Centros de Histocompatibilidade do Norte, Centro e Sul, que no seu conjunto eram designados por Lusotransplante sofreram em 2012 um processo de fusão com o Instituto Português do Sangue tendo sido integrados num novo organismo denominado, Instituto Português do Sangue e da Transplantação, IP tendo os Centros sido desde então designados por Centros de Sangue e da Transplantação do Porto, Coimbra e Lisboa - área funcional da Transplantação.
As principais atividades laboratoriais da transplantação a que estes Centros se dedicam, são as seguintes:
  • Realizam os estudos laboratoriais de imunogenética, imunobiologia e das doenças transmissíveis, aplicados à transplantação de órgãos, tecidos e células, em dadores e recetores, nos períodos pré e pós transplantação.
  • Mantêm o registo nacional de dadores voluntários de medula óssea, designado CEDACE - Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão, bem como a atividade de Centro de Dadores na respetiva área de influência.
  • Asseguram a manutenção e atualização da base de dados de âmbito nacional, necessária para o seguimento dos doentes pré e pós transplantados, bem como a escolha do par dador-recetor em transplantação renal.
  • Asseguram a gestão da lista de espera para transplantação renal.
  • Realizam estudos na área da Farmacogenómica e da Associação genética HLA Classe I e II com doenças autoimunes, nomeadamente, Diabetes tipo I, Esclerose múltipla, doença de Behçet e Espondiloartropatias.
  • Desenvolvem a atividade de investigação no âmbito da transplantação de órgãos, tecidos e células e medicina regenerativa.
  • Desenvolvem a criopreservação de tecidos e células para transplantação.
  • Mantêm um arquivo biológico de doentes e dadores.
  
LABORATÓRIO DE CITOMETRIA DE FLUXO E SEPARAÇÃO
 CELULAR
Os laboratórios de Citometria de Fluxo e Separação Celular a funcionarem respetivamente no Porto (CSTP-T), Coimbra (CSTC-T) e Lisboa (CSTL-T) têm a seu cargo a execução de análises que integram protocolos clínicos ou projetos de investigação em diversas áreas.

Destino da atividade
Os laboratórios de Citometria de Fluxo e Separação Celular possuem equipamentos de ponta nesta área, nomeadamente citómetros multi-color e citómetros separadores de células e partículas. Estes equipamentos são uma ferramenta importante no diagnóstico clínico e permitem ao IPST colaborar com as seguintes áreas:
  • Transplantação de órgãos e tecidos
  • Hematologia clínica
  • Imunohematologia
  • Imunoalergologia

Análises realizadas
Genericamente os laboratórios de Citometria de Fluxo dão apoio ao diagnóstico da alosensibilização anti-HLA no período pré e pós transplantação, fazendo a análise e interpretação dos seguintes estudos:
  • Pesquisa e identificação de anticorpos anti-HLA
  • Crossmatch anti-linfocitário.

Os laboratórios dos CST de Coimbra e Lisboa dão também apoio ao transplante de células progenitoras hematopoiéticas efetuando:
  • Separação e caracterização das subpopulações linfocitárias de sangue periférico e medular para posteriores estudos do quimerismo molecular.

O CSTP-T apoia às seguintes atividades:
  • Pesquisa de anticorpos anti-endotélio
  • Quantificação e caracterização de células estaminais humanas.
  • Quantificação de progenitores hematopoiéticos.

O CSTC-T apoio às seguintes atividades:
  • Diagnóstico de patologias hemato-oncológicas
  • Monitorização da doença mínima residual
  • Avaliação da resposta imunológica no contexto da doença alérgica
  • Diagnóstico de imunodeficiências
  • Avaliação da resposta imunológica
  • Quantificação de progenitores hematopoiéticos
  • Caracterização das subpopulações linfocitárias do sangue periférico e da medula
  • Separação celular para hibridação in situ com sondas fluorescentes (FISH).

Qualidade
Estes Laboratórios estão acreditados pela  "European Foundation for Immunogenetics" (EFI) na seguinte categoria:
  • Cross-matching

LABORATÓRIO DE IMUNOGENÉTICA E BIOLOGIA 
MOLECULAR
 (GENÉTICA MOLECULAR)

Os laboratórios dos Centros de Sangue e da Transplantação - área funcional da transplantação do Porto (CSTP-T), Coimbra (CSTC-T) e Lisboa (CSTL-T) são responsáveis pela caracterização do polimorfismo dos genes do Sistema Major de Histocompatibilidade (Tipagem HLA).

Destino da Atividade
No âmbito dos programas nacionais de transplantação de órgãos sólidos e células progenitoras hematopoiéticas (CPH) estes laboratórios dão apoio à seleção do par dador/recetor. Atuam ainda, como laboratórios dador do Registo Português de Dadores Voluntários de Progenitores Hematopoiéticos sendo responsáveis pela genotipagem HLA classe I e II dos indivíduos voluntários para a doação de células progenitoras hematopoiéticas que constituem o CEDACE.
Relevante é também a atividade de genotipagem do sistema de antigénios leucocitários HLA para os estudos de associação genética HLA à doença, maioritariamente do foro auto-imune.
O CSTC-T-C e o CSTL-T colaboram com as unidades de transplantação de medula óssea, na monitorização do quimerismo celular (incluindo a separação em cell sorter de subpopulações celulares específicas) em alotransplante de células progenitoras hematopoiéticas
Os laboratórios de Genética Molecular do IPST desenvolvem também atividade clinco-laboratorial em estudos de farmacogenética designadamente no metabolismo de fármacos imunossupressores e no despiste do perfil genético envolvido em reações de hipersensibilidade a fármacos (ex. abacavir e alopurinol).
Com o intuito de fornecer estudos integrados no diagnóstico, prognóstico e da terapêutica de doenças hematológicas, o CSTC-T também efetua a pesquisa e monitorização das principais alterações genéticas implicadas na doença. Na área de infeciologia este Centro efetua ainda a pesquisa de agentes infeciosos a monitorização da sua carga viral.

Análises Realizadas
São procedimentos de rotina na atividade clínica destes laboratórios as seguintes metodologias:
  • Isolamento de DNA genómico;
  • Definição de grupo para os loci HLA-A, B, Cw, DRB1/3/4/5, DQB1 por PCR-SSP
  • Definição de alélica para os loci HLA-A, B, Cw, DRB1/3/4/5, DQB1 por PCR-SBT e Sequenciação Haplotípica;
  • Genotipagem HLA-A, B, DRB1 e DQA1/DQB1 pela tecnologia de alta produtividade Luminex  Xmap.

Qualidade
Estes laboratórios estão acreditados pela “European Federation for Immunogenétics” nas seguintes categorias:
  • Donor Registry Tipyng
  • Related and unrelated transplantation
  • Chimaerism and engraftment monitoring 

LABORATÓRIO DE SEROLOGIA HLA

Os laboratórios de Alosensibilização e Serologia HLA do IPST,IP no Porto (CSTL-T) em Coimbra (CSTC-T) e Lisboa (CSTL-T) têm por objetivo de avaliar o perfil imunológico de alosensibilização anti HLA.

Destino da Atividade
O estudo da aloimunização Anti-HLA nos candidatos a transplantação é determinante na fase pré-transplante, quer na alocação dos órgãos bem como no prognóstico da evolução do enxerto, tendo demonstrado também serem, essencial na fase pós-transplante, nomeadamente no precoce diagnóstico das crises de rejeição.
Estes Laboratórios têm procurado acompanhar o desenvolvimento tecnológico que se tem verificado nesta área, daí terem introduzido, desde há alguns anos, a Tecnologia Bead Array.
Foram criados protocolos de estudo dos candidatos a transplantação no período pré-transplante, que compreendem os primeiros estudos de aloimunização e os estudos regulares que são efetuados até ao transplante. No período pós transplante foi também estabelecido um protocolo de estudo, no entanto, este período está mais dependente da evolução do transplante e do pedido dos clínicos, sempre que os considerarem oportunos.

Análises Realizadas
Perfil de sensibilização imunológica:
  • Crossmatch anti-HLA classe I e II por microlinfocitotoxicidade
  • Auto Crossmatch anti-HLA por microlinfocitotoxicidade
  • Percentagem de sensibilização e identificação de alo-anticorpos utilizando um painel de linfócitos, por microcitotoxicidade
  • Deteção de alo-anticorpos anti-HLA classe I e II e MICA, por bead array
  • Pesquisa e identificação de alo-anticorpos contra antigénios HLA únicos da classe I e II, porbead array
  • Pesquisa e identificação de alo-anticorpos fixadores de complemento contra antigénios HLA únicos da classe I e II, por bead array
  • Pesquisa e Quantificação de alo-anticorpos não HLA, por Elisa

Testes de imunohematologia:
  • Grupo AB0 Rh (D)
  • D fraco
  • Pesquisa de anticorpos irregulares

Qualidade
Estes laboratórios estão acreditados pela "European Federation for Immunogenétics" nas seguintes categorias:
  • Antibody screening,
  • Antibody identification,
  • Cross-matching. 

URGÊNCIA
Esta atividade, é transversal a todos os laboratórios dos Centros de Sangue e da Transplantação do IPST,IP – área funcional da transplantação, e visa garantir a seleção dos melhores pares dador-recetor para transplantação de órgãos e desenvolve-se em estreita colaboração com os GCCOT hospitalares e respetivas unidades de transplantação (renal, pancreática, hepática, pulmonar, cardíaca e de córnea).
Após referenciação de um potencial dador cadáver pelos Gabinetes de Coordenação de Colheita e Transplantação, os estudos imunológicos e de compatibilidade são assegurados por equipas dos 3 Centros de Sangue e da Transplantação - área funcional da transplantação (CST-T) de Porto, Coimbra e Lisboa, que se encontram de prevenção 24 horas por dia, todos os dias do ano.
As análises laboratoriais efetuadas aos potenciais dadores são as seguintes:
  • Grupo AB0Rh (D)
  • Genotipagem HLA: A, B, C, DR, DQ
  • Marcadores virais: HBsAg, Anti-HBc(IgM), Anti-HBc, (Anti-HBs quando Anti-HBc seja positivo), Anti-HCV, Anti-HIV1 e 2, Anti-CMV, Anti HTLV I/II, Serologia da Sífilis.
  • Cross-match antilinfocitário
O estudo do potencial dador só progride após validação dos marcadores da infeção de acordo com a legislação em vigor. Os resultados dos estudos efetuados aos dadores são registados em sistema informático de âmbito nacional. Nesta base de dados, já se encontram registados os dados de identificação e analíticos referentes aos candidatos que aguardam um transplante nomeadamente: tipagem tecidular HLA, alossensibilização anti-HLA, tempo em terapia de substituição renal, idade, estudos de virologia e situação clínica do candidato (fornecida pelas unidades de transplantação), entre outros.
O algoritmo de seleção para transplante renal, efetuado com base na legislação em vigor, gera automaticamente a lista hierarquizada, pontuável, dos melhores candidatos para o dador em causa.
Escolhidos os recetores com maior pontuação para cada dador, é ainda necessário fazer um último teste laboratorial, eliminatório e que garanta ou minimize o risco de rejeição imediata após o transplante. Esse teste é designado prova cruzada, ou usando o anglicismo: Crossmatch.
Apenas os candidatos que tenham o crossmatch negativo serão finalmente considerados elegíveis para o transplante.
Uma vez escolhidos os candidatos a transplantação, são informadas as Unidades de Transplantação onde os doentes estão inscritos em consulta periódica a fim de procederem aos contactos e avaliação clínica dos candidatos selecionados a fim de iniciarem o processo de preparação para a transplantação. 

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