O vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, é suspeito de ser o agente corruptor do ex-Procurador do Ministério Público, Orlando Figueira, que foi detido, esta terça-feira, por ter alegadamente recebido luvas para arquivar processos de altas figuras angolanas.
O Expresso apurou que o ex-magistrado do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) terá recebido 200 mil euros provenientes da empresa Primagest, uma sociedade sob controle da Sonangol, na altura em que Manuel Vicente era o CEO da petrolífera estatal angolana.
Essas transferências terão sido feitas a 16 de janeiro de 2012, dia em que Orlando Figueira decretou o arquivamento de um inquérito-crime que investigava suspeitas de branqueamento de capitais e que envolvia Manuel Vicente e outras figuras angolanas.
Este inquérito pretendia apurar a origem dos milhões de euros usados por Manuel Vicente, e outros angolanos, para comprar apartamentos no edifício Estoril-Sol Residente, em Cascais.
Na investigação a Orlando Figueira, a tese do Ministério Público (MP) é de que“Manuel Vicente é o corruptor”, assume o advogado do vice-presidente de Angola, Paulo Amaral Blanco, em declarações ao Expresso.
Paulo Amaral Blanco foi também constituído arguido no processo, indiciado porcorrupção activa, relata o semanário, ao qual o advogado refere que “isto não tem pés nem cabeça”.
Orlando Figueira está indiciado por corrupção passiva “na forma agravada” e é, para já, o único detido da investigação apelidada de Operação Fizz.
Manuel Vicente só não terá ainda sido constituído arguido por estar fora de Portugal, atesta o Expresso.
O semanário evidencia também que esta “é a primeira vez na história do DCIAP que um dos seus elementos é alvo de um processo-crime” e que “é também a primeira vez que um membro do governo de Angola é suspeito de corrupção em Portugal”.
ZAP
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