sábado, 30 de abril de 2016

PORTUGUESES CONTAMINADOS COM HERBICIDA POTENCIALMENTE CANCERÍGENO


 
Aplicação de glifosfato num terreno agrícola
Uma investigação realizada com um grupo de cidadãos portugueses detectou a presença de um herbicida cancerígeno, o glifosato, em quantidades vinte vezes superiores à que é encontrada em outros europeus.
Os dados são divulgados pela RTP1 no âmbito de uma reportagem que o canal público emite este sábado, e que dá conta dos resultados de um estudo promovido pela Plataforma Transgénicos Fora, com 26 voluntários portugueses das regiões Norte e Centro do País.
Amostras de urina feitas a estes participantes foram analisadas por uma Universidade norte-americana e revelaram a presença de glifosato em todos os casos avaliados.
A concentração média detectada por pessoa foi de 26,2 mg/l, o que é cerca de “vinte vezes superior”ao nível que se encontra em cidadãos suíços e alemães.
O glifosato é o herbicida mais vendido em Portugal, e considerado “potencialmente cancerígeno”.
“É um herbicida total, não selectivo – o que quer dizer que mata qualquer tipo de planta”, explica a RTP, sendo sobretudo usado na agricultura, mas também nos passeios das cidades, por exemplo, para matar as ervas daninhas.
A contaminação com glifosato pode ocorrer por ingestão de água e alimentos ou inalação.
Os alimentos geneticamente modificados são o principal problema. por serem resistentes ao glifosato – “o que quer dizer que uma plantação transgénica pode ser pulverizada com herbicidas sem que a cultura morra, só as ervas”, explica a reportagem da RTP.
A produção de transgénicos é, para já, proibida na Europa, com excepção do milho MON 181 que é também cultivado em Portugal.
Mas os alimentos geneticamente modificados podem encontrar-se em óleos alimentares, farinha de milho, maionese e outros produtos à venda nos supermercados.
As fábricas de rações portuguesas também recebem todos os dias toneladas de milho e soja geneticamente modificados e “mais de 90% da alimentação animal é feita de transgénicos resistentes ao glifosato”, sublinha a RTP.
Rações estas que acabam, de algum modo, no prato dos portugueses – quando consomem a carne de animais alimentados com elas.
ZAP

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