O Sim à permanência do Reino Unido na União Europeia ganha terreno nas sondagens a três dias do referendo britânico.
Os primeiros estudos de opinião após a morte da deputada trabalhista Jo Cox às mãos de um extremista, na semana passada, dão uma vantagem de 1 a 3% ao campo do “Remain” (Sondagens Survation: 45%-42%; Yougov:44%-43%).
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, apelou esta segunda-feira ao voto no Sim à UE, acompanhado do primeiro-ministro português, António Costa, durante uma visita a Lisboa.
“Quero apelar aos cidadãos britânicos, em nome de quase todos os europeus e dos líderes europeus. Fiquem connosco, nós precisámos do Reino Unido, sem vós, não é apenas a Europa mas toda a comunidade ocidental e transatlântica que ficará mais fraca. Juntos seremos capazes de lidar com os desafios cada vez mais difíceis do futuro”, afirmou Tusk.
Desde o ataque da semana passada, que as críticas se multiplicam contra o tom da campanha eurocética, inflamadas por um novo cartaz onde uma fotografia de refugiados é utilizada para alertar contra o que é considerado, um “ponto de ruptura” da Europa.
Para Nigel Farage, líder dos eurocéticos britânicos:
“Este poster mostra que a UE fracassou, basicamente serve para que pensemos porque é que pertencemos a um clube com uma política migratória desastrosa, com uma moeda que conduz à miséria, que não devíamos estar aqui. Admito que a publicação deste poster foi profundamente infeliz”.
A polémica levou já uma das apoiantes do “Leave”, a ex-co-presidente do Partido Conservador, Sayeeda Warsi, a mudar de campo para apoiar a continuação do país na UE, denunciando o que considera ser uma campanha pelo “Brexit”, “mentirosa e que espalha ódio e xenofobia”.
“Nos últimos dois meses vemos cartazes preocupantes, que dizem que, ‘os turcos vêm aí’, ‘os terroristas estão a chegar’, ‘os sírios estão a caminho’, os refugiados, os muçulmanos. Não é um tipo de campanha adequada para este tema”, afirma Warsi.
Em paralelo, a imprensa britânica continua a assumir posições no debate. Depois do tablóide The Sun ter apelado ao voto a favor do “Brexit”, para “recuperar a soberania” e “travar a dominação alemã”, o jornal The Guardian assumiu-se hoje a favor do campo adversário afirmando, no seu editorial, defender a “interligação e a inclusão, não a raiva e o isolamento”.
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