Maria Luís Albuquerque é uma das personalidades portuguesas que vai estar na reunião de Bilderberg este ano. Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia e membro do Comité Diretor do “clube”, escolheu o CEO da Galp para completar a presença lusa num dos clubes mais influentes – e secretos – do mundo.
A cidade de Dresden, na Alemanha, recebe a partir desta quinta-feira os encontros de Bilderberg, que até domingo vão reunir 130 convidados de 20 países para discutir temas da atualidade.
No ano passado, relata a revista Visão, José Manuel Durão Barroso substituiu Francisco Pinto Balsemão no Comité Diretor de Bilderberg, um dos clubes mais influentes e secretos do mundo.
O ex-presidente da Comissão Europeia convidou, como tem vindo a ser costume, duas figuras do bloco central: uma afeta ao PSD, outra ligada ao PS, com lugar firmado ou com potencial no mundo da política.
Além de Marcelo Rebelo de Sousa ou Jorge Sampaio, que chegaram a Presidentes da República, passaram pelos encontros duplas como Durão Barroso e Ferro Rodrigues (2003), Santana Lopes e José Sócrates (2004), Rui Rio e António Costa (2008), Paulo Portas e António José Seguro (2013), quase todos primeiros-ministros ou candidatos ao cargo.
O nome de Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, foi um dos noticiados como um dos possíveis convidados portugueses para esta edição, mas fonte do gabinete do autarca garante doDiário de Notícias nunca ter tido conhecimento desta visita e o seu nome não consta da lista final departicipantes, que foi apresentada esta terça-feira.
Em sua substituição, Durão Barroso terá sugerido a presença de Carlos Gomes da Silva, CEO da Galp e homem de confiança de Américo Amorim, tendo em conta que um dos principais temas da reunião será a discussão sobre os preços da energia do mundo.
Assim, Maria Luís Albuquerque, que tem sido apontada como uma das possíveis sucessoras de Pedro Passos Coelho, vai sem parceiro do PS e ficam por tirar ilações sobre que planos se fazem para o futuro da política portuguesa.
A ex-ministra das Finanças afirma ao DN que foi convidada “diretamente pela organização do evento”. “Simpatizo muito pouco com teorias da conspiração. É uma oportunidade de lidar com outras pessoas e melhorar o meu conhecimento”, justificou.
Maria Luís recusou considerar estranho que uma reunião em que estão políticos eleitos não tenha escrutínio, pois “não estão a tomar medidas que tenham impacto público”.
“Nunca estive em nenhum Bilderberg, mas não me consta que estejam lá a ser tomadas decisões executivas em país nenhum, e portanto não vejo muito bem como é que isso pode ser considerado conspirativo”, defende-se.
Clube de Bilderberg
O grupo de Bilderberg reúne-se todos os anos desde 1954, uma reunião fechada cujos participantes só são revelados na véspera e a localização apenas um mês antes da conferência.
A conferência reúne líderes europeus e dos Estados Unidos, especialistas nas áreas da defesa e da economia, além de banqueiros, empresários da área da comunicação social ou mesmo membros das casas reais europeias, mas tudo o que se passa e é discutido não pode ser atribuído a ninguém, seguindo-se a chamada Chatham House Rule.
Na ordem de trabalhos deste ano estão assuntos como a China, a crise migratória na Europa, a Rússia, o Médio Oriente, a atual situação política e económica dos EUA, a cibersegurança a geopolítica dos preços energéticos, a inovação tecnológica e a precariedade na classe média.
Dois terços dos participantes vem do velho continente, mas os Estados Unidos, o Canadá e a Turquia também fazem parte do grupo restrito que participa nos encontros de Bilderberg.
Ao lado da ex-ministra das Finanças estará Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão, um dos seus conhecidos do Eurogrupo, assim como o ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan.
Entre os participantes de 2016, destaque para a presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI),Christine Lagarde, o antigo economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, a presidente do Santander (grupo que comprou o Banif), Ana Botín, e o presidente da Ryanair, Michael O’Leary.
Marcam também presença figuras como os primeiros-ministros da Holanda, Mark Rutte, e da Bélgica, Charles Michel, além de Henry Kissinger, antigo secretário de Estado norte-americano e “velha raposa” da diplomacia, e Kristalina Georgieva, vice-presidente da comissão europeia e possível candidata a secretária-geral da ONU. Ou seja, possível rival de António Guterres – que este ano não foi convidado.
ZAP
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