Apoio monetário só ocorreu em 2014, quando o ex-primeiro-ministro trabalhou como consultor em empresas ligadas a Paulo Lalanda e Castro.
O Relatório e Contas de 2015 mostra que a Fundação Mário Soares (FMS) recebeu financiamento do então patrão de José Sócrates, através de várias empresas e do próprio Paulo Lalanda e Castro.
De acordo com o documento a que a Renascença teve acesso, o financiamento foi feito a título de subsídios à exploração, mas apenas em 2014, quando o ex-primeiro-ministro trabalhou como consultor e foi detido a 21 de Novembro desse ano.
A Fundação recebeu em 2014, e apenas nesse ano, mais de 15 mil euros de apoio do universo empresarial de Paulo Lalanda e Castro, um dos arguidos na "Operação Marquês". Um valor que, no entanto, corresponde a pouco mais de 3% dos subsídios à exploração arrecadados pela FMS. Em 2014 o valor total nesse capítulo ascendeu aos 498.921 euros.
De acordo com o Relatório e Contas do ano passado, o próprio Lalanda e Castro avançou com 5.159 euros. Mas também as empresas Intelligent Life Solutions, Lda. (cinco mil euros), a Dynamicspharma, S.A. (três mil euros) e a Octapharma Gestão Estratégica e Operacional (dois mil euros), todas ligadas a Lalanda e Castro.
Os principais financiadores da Fundação Mário Soares são o BPI e Novo Banco com 100 mil euros, cada um, a EDP com 75 mil euros e a Câmara de Lisboa com 40 mil euros, indica o documento.
Por partes, a Octapharma – multinacional farmacêutica suíça – contratou o ex-primeiro-ministro em Janeiro de 2013 através do administrador Lalanda e Castro para consultoria no Brasil.
O empresário contratou depois, em 2014, José Sócrates para a Dynamicspharma, uma pequena empresa pessoal de Lalanda e Castro. Poucos dias depois da detenção do ex-primeiro-ministro a Octapharma rescindiu o contrato.
A Intelligent Life Solutions – de prestação de serviços e comercialização de produtos e equipamentos na área da saúde e emergência médica – também pertencia a Lalanda e Castro.
A atribuição de subsídios à Fundação Mário Soares através do universo de empresas de Lalanda e Castro aconteceu apenas em 2014. Nem antes nem depois desse ano existem registos de apoios.
A Renascença tentou contactar o secretário-geral da Fundação, Carlos Barroso, mas sem sucesso.
O ex-primeiro-ministro foi detido no dia 21 de Novembro de 2014, quando aterrou em Lisboa regressado de Paris por suspeitas de branqueamento de capitais, fraude fiscal e corrupção.
Três dias depois, a 24 de Novembro, é anunciada a medida de coacção: prisão preventiva.
No dia 4 de Setembro de 2015, o ex-primeiro-ministro passa para prisão domiciliária com vigilância policial. A 16 de Outubro José Sócrates a medida de coacção é de novo alterada, ficando impedido de sair do país sem autorização.
Ao longo de todo esse processo, Mário Soares e José Sócrates sempre mostraram grande proximidade e o ex-Presidente da República fez questão de visitar o ex-primeiro-ministro na prisão e manifestar publicamente a sua solidariedade.
Fonte: rr.sapo.pt
Comentário: para que servem os amigos? Limpinho, limpinho.
J. Carlos
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