A França já ultrapassou o teto dos 3% de défice mais de dez vezes desde que existe o euro, mas escapou sempre às sanções previstas nos pactos orçamentais europeus “porque é a França”, afirmou Jean Claude Juncker.
A Reuters descreve que, numa entrevista à televisão do Senado francês esta terça-feira, o presidente da Comissão Europeia afirmou “candidamente” que as sanções não foram aplicadas “porque é a França“.
Em 2015, a CE deu à França mais dois anos para pôr o défice abaixo do limite de 3% do PIB, mesmo que Paris tenha falhado continuamente os objetivos.
“Conheço bem a França, os seus reflexos, as reações internas, as suas múltiplas facetas”, explicou Juncker, acrescentando que as regras orçamentais não podem ser aplicadas “cegamente”.
As declarações de Juncker – que em seguida fez questão de sublinhar que a França devia respeitar o seu compromisso atual com a redução do défice - surgem no contexto das repetidas ameaças de responsáveis europeus de aplicar sanções a Portugal por não ter cumprido os limites do défice em 2015.
Em meados de maio, a Comissão Europeia adiou para julho eventuais sanções para Portugal e Espanha, mas até lá pediu medidas estruturais adicionais para reduzir o défice e a dívida.
A Reuters descreve que a Comissão Europeia também foi flexível com Itália, apesar de Roma não apresentar sinais de redução do défice ao ritmo exigido pelo executivo comunitário. Espanha terá dois anos para fazer um corte de 7.500 euros, mas a Comissão irá voltar ao assunto depois das eleições espanholas.
ZAP
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