Milhares de pessoas estão hoje
concentradas na praça Marquês de Pombal, em Lisboa, para defender uma escola
pública de qualidade e preparam-se para desfilar pela avenida da Liberdade.
Algumas das personalidades que
subscreveram a petição em defesa da escola pública que foi entregue na
Assembleia da República subiram ao palco montado no local e fizeram
intervenções sobre os motivos que os trouxeram à rua.
Entre os oradores constam a presidente
da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta, o secretário-geral da CGTP,
Arménio Carlos, e a antiga secretária de Estado da Edução Ana Benavente.
Na intervenção inicial, o
secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, salientou que esta iniciativa
"não é uma marcha contra ninguém, nem contra os colégios privados, é uma
iniciativa pela defesa da escola pública, que tem sido maltratada".
Mário Nogueira disse que o ensino
público tem sofrido um desinvestimento nos últimos anos, sobretudo nos 4 anos
de Governo PSD/CDS-PP.
Os manifestantes empunham cartazes que
dão colorido à praça e reforçam o apelo à defesa da escola pública.
"Educação pública de todos e para
todos" e "Estado laico não paga dízimas" são algumas das
mensagens expressas pelos defensores da escola pública, que vão marchar até ao
Rossio.
A concentração é também marcada pelo
colorido das bandeiras dos sindicatos de professores e da CGTP.
Veem-se também cartazes de associações
de pais, como a do Bombarral, e de escola secundária, como o liceu Camões.
A marcha conta ainda com a participação
de pessoas que não integram a comunidade educativa mas concordam com os seus
objetivos.
É o caso de Manuel Coelho, 61 anos, que
não integra nenhum sindicato, mas quis participar na marcha porque considera
que o dinheiro dos seus impostos deve ser canalizado para a escola pública.
"Estou aqui por uma melhor escola
pública e quem quiser privado tem que pagar, não compete ao Estado", disse
à agência Lusa.
A marcha foi promovida principalmente
pela Fenprof, convocada no final de maio, numa altura em que os colégios
privados, com contrato de associação, se desdobravam em ações diárias para
contestar a anunciada redução do número de turmas financiadas pelo Estado em
estabelecimentos particulares, a partir do próximo ano letivo.
A petição em defesa da escola pública,
que a Fenprof entregou na Assembleia da República, e que teve entre os
primeiros subscritores nomes como os músicos Sérgio Godinho, Fausto e Pedro
Abrunhosa, o poeta Manuel Alegre, a autarca Helena Roseta, a historiadora
Raquel Varela ou o catedrático Santana Castilho, reuniu mais de 71 mil
assinaturas.
Fonte e Foto: Lusa
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J. Carlos
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