Jornal de Angola, editorial
O país alcançou a paz em Abril de 2002 e desde essa data os angolanos puderam em clima de estabilidade e segurança realizar inúmeras obras.
Os angolanos têm sentido os efeitos da estabilidade que reina no país desde o término da guerra, traduzidos em obras de reconstrução nacional que vão ao encontro da melhoria das suas condições de vida.
Os angolanos têm sentido os efeitos da estabilidade que reina no país desde o término da guerra, traduzidos em obras de reconstrução nacional que vão ao encontro da melhoria das suas condições de vida.
É preciso reconhecer que, tão logo terminou a longa guerra, os governantes lançaram-se imediatamente na concepção de políticas públicas que pudessem reabilitar e construir infra-estruturas importantes, a fim de se criar uma base sobre a qual devia assentar o nosso crescimento económico.
Os governantes angolanos perceberam que, sem infra-estruturas, não há crescimento económico e, consequentemente, desenvolvimento, justificando-se assim os grandes investimentos que se fizeram ao nível do abastecimento de energia e água potável e da construção ou reabilitação de estradas, pontes e de vias ferroviárias. Foi sem dúvida gigantesco o esforço que se fez para que se chegasse ao somos hoje, com uma intensa circulação de pessoas e bens por todo o país e um aumento constante de volume de negócios em diferentes regiões. Temos, graças às muitas infra-estruturas que foram edificadas, empresários em vários pontos do país, dispostos a realizar projectos produtivos. Com o arranque do processo de diversificação da economia, prevê-se para os próximos tempos muita actividade produtiva no país, esperando-se que os empresários tirem partido das infra-estruturas que já existem e que venham a ser construídas no futuro.
Com a paz, o Governo tratou também da reabilitação e construção de muitas escolas, tendo sido considerável o aumento de alunos no ensino não universitário e universitário. A paz permitiu que os angolanos pudessem finalmente, depois de vários anos de conflito, estar empenhados em tarefas centradas no progresso do nosso país.
A paz é pois uma conquista de elevado valor e temos todos o dever de preservá-la. Desde a conquista da paz em 2002 passaram-se 14 anos, tempo que permitiu mudar a vida de muitos angolanos para melhor. Neste período, muitos milhares de crianças puderam ter acesso ao ensino. No âmbito dos esforços que os governantes empreendem no sentido de a educação poder ser uma alavanca importante do nosso desenvolvimento.
Está provado que um investimento forte na educação por parte dos Estados gera benefícios para todos os membros da sociedade . Espera-se que as escolas de ensino médio e superior que temos no país venham a atingir a excelência para que possamos avançar em várias áreas do saber, a fim de termos uma economia forte. Como disse recentemente Ramos Horta, Prémio Nobel da Paz e ex-Presidente de Timor-Leste, numa reunião da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), em Beja, Portugal, “temos consciência de que as economias que dominam a informação, a tecnologia e a ciência são as mais fortes e estabilizadas”.
É inegável que a paz trouxe a estabilidade necessária para que possamos trabalhar e estudar, sendo por isso de louvar todas as medidas que vão no sentido de sua consolidação. Com paz e estabilidade, os angolanos vão poder construir um país de grande prosperidade.
É por isso uma boa notícia o facto de mais de 60 mil armas de fogo de diferentes calibres no país terem sido destruídas, no âmbito do processo de desarmamento da população civil. A notícia, dada pelo segundo comandante-geral da polícia nacional e coordenador da Sub-Comissão Técnica Nacional para o Desarmamento da População Civil, Paulo de Almeida, é sinal de que os angolanos estão empenhados em ultrapassar situações que possam criar instabilidade e obstáculos à nossa marcha em direcção à construção de uma sociedade em que todos possam viver em segurança e em harmonia.
Depois de um conflito armado que durou mais de trinta anos, os angolanos têm razões para se preocuparem com o desarmamento dos cidadãos que têm ainda em sua posse armas de fogo. Temos de estar todos envolvidos num processo de reconciliação e de reconstrução nacional do país. As únicas ferramentas que devemos ter nas nossas mãos são as de trabalho. Temos ainda um gigantesco trabalho pela frente para superarmos o subdesenvolvimento. Sabemos todos que a luta contra o subdesenvolvimento não é tarefa fácil, mas é preciso acreditar que é possível contornar as dificuldades. O importante é continuar a lutar pelo desenvolvimento. Só o desenvolvimento nos dará as condições necessárias para termos uma vida com muita qualidade.
Angola é citada por muitos governos do mundo como um bom exemplo de reconciliação entre os cidadãos, depois de uma longa guerra interna. Os angolanos têm sido elogiados pela forma inteligente como acabaram com a guerra, sem a interferência de mediadores estrangeiros ou de organizações internacionais. O desarmamento da população civil é prova de que os angolanos continuam apostados em dar bons exemplos ao mundo, no que diz respeito à pacificação e à reconciliação.
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