sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Clint Eastwood trata os actores como animais, diz Tom Hanks. E não é uma crítica

Segundo o actor, as filmagens de Milagre no Rio Hudson foram “intimidantes”.Resultado de imagem para Clint Eastwood trata os actores como animais, diz Tom Hanks. E não é uma crítica
No programa da BBC The Graham Norton Show, o actor Tom Hanks afirmou que Clint Eastwood trata os actores como cavalos, referindo episódios durante as filmagens do mais recente trabalho do realizador, Milagre no rio Hudson, que contava a história verídica da aterragem de emergência, em 2009, de um avião no rio Hudson, em Nova Iorque - sem que resultassem quaisquer feridos da operação, graças à acção do piloto, Chesley Sullenberg. Foi a primeira vez que Hanks trabalhou com Eastwood. As suas afirmações têm, obviamente, uma energia irónica. Ora vejam: “Ele trata os actores como se fossem cavalos, porque quando participou na série Rawhide [western em que Eastwood foi protagonista, nos inícios da sua carreira de actor], nos anos 60, o realizador gritava 'acção!' e todos os cavalos fugiam e perdiam o controlo” [citamos Hanks do diário britânico The Guardian]. Ao ver que gritar originava agitação, Eastwood parece ter adoptado o estilo inverso. “Então quando ele está a trabalhar, diz numa voz muito suave: 'podem ir, comecem', e em vez de gritar 'corta!', diz:'já chega'. É infernalmente intimidante!”, comenta Tom Hanks.
O actor destaca ainda a presença imponente nas filmagens do piloto Sullenberg, ou Sully, personagem que ele interpreta no filme. “Tinha muitas particularidades no que dizia respeito a mostrar e representar emoções. Comentou todo o guião, cada página, acrescentava notas e post-its. Tinha muitas opiniões”. O piloto chegou mesmo a criticar Clint Eastwood por se atrasar 20 minutos.
Juntos para o filme, contrários nas opções políticas. Durante a campanha eleitoral americana, Hanks apoiou Hillary Clinton, enquanto Clint Eastwood foi dos poucos membros de Hollywood a dar a cara por Donald Trump, precisamente na altura em que Milagre no Rio Hudson estreava, dando origem a várias críticas ao realizador. Acerca desse apoio a Trump, Clint Eastwood declarou em entrevista à Esquire durante a campanha eleitoral que estava na altura de "ultrapassar de vez" as acusações de racismo ao candidato republicano e que a América estava farta do politicamente correcto, acabando por chamar "pussy generation" às actuais geraçõesEssas palavras do realizador geraram enorme controvérsia e debate.
Sobre a vitória do republicano, Hanks, que até já foi sugerido pelo cineasta Michael Moore como um possível futuro candidato democrata, tem uma resposta: é preciso continuar e seguir em frente. “Se não andarmos para a frente, quem o vai fazer?”.
Fonte: Publico
Foto:ANDREW KELLY/REUTERS 
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