sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

CR7 usou empresa irlandesa para pagar menos impostos

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O jornal espanhol El Confidencial divulgou uma série de documentos, que terão sido fornecidos pelo Football Leaks (blogue que se dedicava à divulgação de contratos confidenciais de clubes, futebolistas e empresários e que anunciou uma pausa na sua atividade em abril), nos quais mostra um alegado esquema de Cristiano Ronaldo para fugir ao pagamento de impostos em Espanha nos contratos publicitários e direitos de imagem.
A prática é, de resto, habitual com muitos desportistas: criar ou sediar empresas em países com uma carga fiscal mais reduzida, de modo a pagar menos sobre os rendimentos obtidos através de acordos publicitários ou de cedência de imagem.
Mascherano e Xabi Alonso, por exemplo, foram alguns jogadores da Liga espanhola que utilizavam a Madeira para o efeito. Desta feita, segundo os documentos divulgados ontem, em causa está a Multisports & Image Management (MIM) Limited, uma empresa fundada em 2004 e registada na Irlanda, onde também está sediada a Gestifute International Limited, empresa que tem como administradores Andy Quinn (diretor da MIM e que, segundo o portal SoloCheck, já foi registado como diretor de 32 empresas na Irlanda, dos quais 13 estão fechadas), Liam Grainger e Luís Correia, sobrinho de Jorge Mendes.
O El Confidencial revelou excertos de contratos celebrados através de empresas como Nike, Linic, Konami, KFC e Toyota, todos através da MIM. Os rendimentos obtidos estiveram sujeitos a uma taxa de 12,5% para impostos, enquanto que se os contratos tivessem sido assinados em Madrid seria aplicável uma taxa até 43,5%. Ainda de acordo com a imprensa do país vizinho, a Agência Tributária espanhola poderá multar o jogador português.
Contactada pelo DN, fonte da Gestifute, empresa de Jorge Mendes, empresário que agencia Cristiano Ronaldo, esclareceu que "não há qualquer fuga aos impostos", remetendo para as declarações que foram feitas pela empresa ao El Confidencial. "Ronaldo encontra-se ao corrente de todas as obrigações fiscais desde o início da sua carreira, como a autoridade tributária espanhola pode comprovar, bem como qualquer um dos países onde tenha morado. Não está nem esteve implicado em nenhum problema com autoridades fiscais em nenhum país. Todos os negócios que fez foram efetuados de acordo com a legislação em vigor."
O Fisco português já foi contornado numa situação similar, quando Mourinho e Ronaldo assinaram um contrato com o Turismo de Portugal, numa campanha de promoção do país que associou Portugal à costa do Este da Europa, entre 2007 e 2009. Os contratos foram celebrados com a MIM, sendo assim sujeitos à taxa irlandesa de 12,5%, ao invés dos 25% que seriam aplicáveis em Portugal.
Recusado pelo Barcelona
O Real Madrid visita amanhã Camp Nou, na 14.ª jornada da Liga espanhola, levando uma vantagem de seis pontos sobre o Barça. A esse propósito, Joan Laporta, ex-líder dos catalães, recordou, à margem de um jogo que reúne ex-atletas dos dos dois clubes e que antecede o clássico, o dia em que recusou contratar Cristiano Ronaldo.
"Tínhamos contratado Ronaldinho, Rafa Márquez e Quaresma. Estávamos a reconstruir o clube. O Ronaldo estava no Sporting, antes de ir para o Man. United e o seu agente queria vender-nos o Deco. Dissemos que não podíamos porque não podíamos esticar mais o orçamento e ele então disse-nos que tinha outro rapaz muito bom", começou por recordar o ex-presidente do Barça.
O rapaz era Cristiano Ronaldo. "Jorge Mendes disse-nos que iam pedir 19 milhões ao Manchester United, mas que para nós fazia por 17", lembrou. Cristiano Ronaldo acabou por rumar ao United, por 15 milhões de euros, repartidos entre Sporting (55% do passe), Gestifute (10%) e o First Portugueses Football Players Fund, que antes tinha comprado 35% do passe do jovem avançado ao Sporting pela "pechincha" de 627 mil euros. O resto é história.
DN

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