sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Vem aí a maior fusão do sector de telecomunicações?

Vem aí a maior fusão do sector de telecomunicações?
A Verizon e a Charter já contrataram assessores financeiros para avaliarem uma fusão, avança o Financial Times. A concretizar-se, vai criar um gigante com uma capitalização bolsista de 282 mil milhões de dólares.

A Verizon e a Charter estarão a explorar uma fusão. A intenção de as operadoras avançarem com uma combinação de negócios foi noticiada na quinta-feira. Mas, esta sexta-feira, o Financial Times, dá conta de mais um passo para a concretização desta hipótese, avançando que as empresas já terão contratado assessores financeiros para avaliar o eventual negócio.

O jornal, que cita fontes anónimas próximas do processo, relembra, no entanto, que este movimento acontece numa altura em que os grupos norte-americanos se estão a preparar para uma alteração radical da regulação por parte da nova administração de Donald Trump.

As conversações entre os executivos da Verizon e da Charter Comnunications estão ainda numa fase inicial, não havendo nenhuma proposta concreta em cima da mesa, de acordo com as mesas fontes. Mas ambas as empresas estão a estudar seriamente a operação que iria criar a maior operadora de internet fixa e móvel, sublinha o FT.

Tendo em conta o actual valor das acções, o casamento entre a Verizon e a Charter ira criar uma empresa com uma capitalização bolsista de 282 mil milhões de dólares (cerca de 264 mil milhões de euros). Um valor que supera o futuro negócio entre a AT&T e a Time Warner: 255 mil milhões de dólares (238 mil milhões de euros).

Enquanto a operação da AT&T e da Time Warner, anunciada em Outubro, ainda aguarda luz verde dos reguladores e o seu desfecho é encarada como a prova de fogo para futuros negócios do género, este novo casamento não é visto com tanto optimismo.

Segundo o líder da Free Press, um grupo sem fins lucrativos que promove a distribuição de internet gratuita, a perspectiva da fusão entre a Verizon e a Charter é "impensável".

"Um negócio como este pode entusiasmar os banqueiros de Wall Street e os lobistas da indústria, mas qualquer um pode ver que seria um desastre para a concorrência, a inovação e o interesse público", disse ao Financial Times Craig Aaron.

A contratação de assessores financeiros por parte da Verizon e da Charter decorre ao mesmo tempo que está a ser preparada a mudança da liderança do regulador do sector de telecomunicações dos EUA, a Federal Communications Commission em inglês, no seguimento da eleição do novo presidente.

Ajit Pai foi o nome apontado para encabeçar o regulador e, de acordo com uma fonte da presidência de Donald Trump, as ‘ordens’ são para dar início a uma maior consolidação entre empresas de telecomunicações, media e tecnologia.

A nomeação de Ajit Pai para presidir a FCC deu confiança às empresas de telecomunicações para a concretização destas operações que, não deverão ter a mesma facilidade por parte dos reguladores da União Europeia, segundo o FT.

A Verizon, que ganhou a corrida pela Yahoo, tem 114 milhões de subscritores de internet móvel e a Charter soma 17 milhões de clientes de televisão paga e 21 milhões de utilizadores de internet.

Fonte: Jornal de Negócios
Negócios 27 de Janeiro de 2017 às 13:15

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