David Dinis, Director do Público
|
Um conselheiro de Trump demitiu-se, enredado em mal-entendidos (ou entendidos pouco convenientes) sobre as suas relações com a Rússia. Michael Flynn terá falado com Moscovo sobre o alívio de sanções, ultrapassando o vice-Presidente Pence e pondo em causa a Casa Branca. Pelo meio, para alívio de Donald Trump, o Senado americano confirmou Steven Mnuchin para o Tesouro. E Justin Trudeau poupou o Presidente a um sermão por causa das regras de imigração.
A ONU condenou o teste balístico da Coreia do Norte. O voto do Conselho de Segurança exortou os Estados-membros a redobrarem os "seus esforços para implementar integralmente" as sanções àquele país - incluindo o corte nas exportações de carvão.
No Brasil foram proibidas notícias sobre uma chantagem à primeira-dama. A ordem veio de um tribunal de Brasília e tem a ver uma ameaça de um hacker. Um dos jornais garante que a ordem veio do próprio Presidente, que é agora acusado de censura.
Só um atleta russo devolveu a medalha olímpica. Mesmo tendo sido 13 os atletas medalhados nos Jogos de Pequim 2008 e de Londres 2012 a acusar o uso de substâncias ilegais.
A Playboy deu meia volta e rendeu-se ao nu integral. O filho do criador da revista tomou conta dela e anunciou-o com orgulho. A nova primeira página já anuncia a libertação.
As notícias do dia
Malmequer:
Mário Centeno fica no Governo por razões de "estabilidade financeira". Palavras do Presidente Marcelo, num comunicado emitido esta noite - e que soa mais a autodefesa do que a defesa do ministro das Finanças.
Antes disso, o ministro deu uma desconfortável conferência de imprensa, explicando ter sido enviado ao Palácio de Belém para se explicar ao Presidente, dizendo ter "sempre" o carho à disposição do primeiro-ministro, traçando uma estranha distinção entre conversas formais e informais e admitindo um "erro de percepção mútuo" com António Domingues. No seguimento, Costa manifestou-lhe a sua confiança política - enquanto a oposição prometia mais, para "ver até onde vai a lata do ministro" (dixit). Nesta fase, o caso da Caixa já não é apenas penoso - começou a ser muito estranho.
Bem-me-quer:
Em plena polémica, Centeno pode estar quase a tirar Portugal da zona vermelha. Em Bruxelas chamam-lhe "Procedimento por Défice Excessivo" e pela primeira vez parece haver razões para um certo optimismo (se quiser saber o que isso significa para Portugal, o Sérgio explica). Como a decisão final ainda vem longe, o melhor é ficar na expectativa. Falando nela...
... uma novidade do Novo Banco: O Governo e o Banco de Portugal estão a negociar com o Lone Star a possibilidade de usar o sistema financeiro para permitir que o fundo norte-americano adquira o controlo do banco, explica a Cristina Ferreira. Do Jornal de Negócios vem uma pergunta: como é que o Novo Banco vale zero (ou menos)?
Estas também valem zero: mais de 1500 leis aprovadas entre 1974 e 1978 estão obsoletas - e vão ser extintas pelo Governo. A São José Almeida conta algumas das histórias que só valiam pelo papel timbrado.
Antes que me esqueça, dois avisos sobre contas: o prazo para verificar facturas termina amanhã - neste texto explicamos o que deve fazer; e os herdeiros têm só até Março para se entenderem sobre o novo IMI.
Com mais calma,
três textos para ficar a pensar:
Deve a imagem de um homicídio premeditado ser a fotografia do ano? É o que pergunta a Lucinda Canelas, a propósito do prémio World Press Photo, atribuído ontem à fotografia mais polémica do ano. Por mim, recomendo que leia o que diz no texto o Daniel Rocha, editor de fotografia do PÚBLICO. Mas não, neste caso não há certezas incontestáveis (sobretudo com tanta obra-prima a concurso).
Pode a eleição de Trump dar fôlego aos que querem travar o Papa? As intrigas no Vaticano já não se segredam apenas nos corredores. Mesmo assim, é muito pouco habitual ver um cardeal assumir a sua divergência com o Papa, como acontece agora com Raymond Burke. O muito conservador cardeal norte-americano dá a voz aos que criticam o rumo escolhido por Francisco e o braço-de-ferro teve um dos últimos episódios na crise que levou ao afastamento do líder da Ordem de Malta. O caso foi resolvido, mas a tensão permanece e receia-se que possa ganhar contornos políticos, a reboque da avalanche populista que varre a Europa. A Ana Fonseca Pereira escreveu-nos sobre isso.
Como é que devemos debater um tema sensível? Sem medo, parece responder João Semedo, o médico e político que se reformou depois de um cancro que o deixou muito debilitado. Sem cordas vocais, conseguiu reaprender a falar - e esta quarta-feira voltará à Assembleia da República para apresentar o anteprojecto de lei para a despenalização da eutanásia e do suicídio medicamente assistido. A nossa proposta é que o leia, atentamente.
Hoje vai ouvir falar
- Do Benfica, que joga os oitavos-de-final da Champions, esperando contar com Jonas em campo (e que o treinador do Dortmund esteja muito enganado).
- Do julgamento dos Vistos Gold, que vai para o dia 2 - depois de Miguel Macedo ter permanecido ontem em silêncio e de o procurador ter anunciado uma compensação aos arguidos que confessarem.
- Da nossa economia, com a estimativa rápida do PIB do último trimestre de 2016 (que permite fazer contas ao ano inteiro).
- E da Caixa. Porque o CDS tem uma conferência de imprensa marcada para as 12h00; e porque a comissão de inquérito vai decidir o que fazer com os emails e Centeno - e ouvir o inspector-geral de Finanças sobre as contas passadas.
Um minuto
Sim, hoje é dia dos namorados. Não, é preciso fazer disso uma festa. Será que temos de amar por calendário? Não, mas há perguntas bem boas que o calendário que nos traz, como explica a Rita Pimenta. If not, sempre é pretexto para uma boa ida ao cinema - com quem quiser. Em jeito de proposta, aqui vão as nossas sugestões.
Cá para nós, o que me parecia mesmo bem era uma prenda destas. Mas vá, não é preciso pedir tudo. Há dias em que basta um beijo.
Para si fica o meu desejo de um dia bom. Que seja feliz. Que esteja em paz. Que nos faça companhia.
Até já.
____________________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário