Os sms que zangaram Marcelo. Os planos para o Montijo e Novo Banco

David Dinis, Director

Trump marcou uma linha à Rússia e essa linha é a da Crimeia. Mas Moscovo já lhe disse não. 

Mais Trump? O Presidente da América sabia há semanas de uma mentira de um seu conselheiro - mas só agora o demitiu. E revelou ainda uma identidade que devia ficar secreta, com uma selfie inoportuna.

A presidente da Fed deu um impulso a Wall Street. Bastou um discurso optimista para a bolsa bater novo recorde. 

A Euronews vai ser (também) americana. A NBC quer comprar 25% do canal que chega a centenas de milhões de europeus.

A Champions só deu surpresas. O Barcelona sofreu uma humilhação em Paris. E o Dortmund veio perder ao Estádio da Luz - com um monstro das balizas chamado Éderson a deixar o treinador alemão particularmente irritado.

Os desportistas do ano chamam-se Usain e Simone. Mas o momento alto da cerimónia dos prémios Laureus foi para "o momento desportivo do ano", direitinho para o fair-play da equipa de sub-12 do Barcelona. Ora veja se não é lindo. 

Hoje, as notícias são estas: 

Marcelo conheceu os sms de Centeno e Domingues (e não gostou). A história da súbita desavença do Presidente, que deixou o ministro em maus lençóis, passa por um amigo famoso de Domingues e por uma mensagem que referia o Presidente. A história está aqui - e deve ser acompanhada pela decisão da esquerda de deixar esses sms em segredo e pelo desagrado socialista com o puxão de orelhas presidencial (para além desta crónica do Manuel Carvalho sobre "a consagração da patranha").

Os planos da Lone Star para o Novo Banco são promissores. Passam por um convite a grandes empresas portuguesas, pela promessa de crédito de milhões para PME e de ficar em Espanha nos próximos anos. Resta saber se são promessas para português ver - ou se convencem o BdP e Governo a vender (a ver os detalhes aqui).

O Governo tem um plano para o aeroporto do Montijo. Que passa pelo pagamento sem recurso ao orçamento (mas sem almoços grátis), por um metro a passar na Vasco da Gama e pela duplicação dos voos para Lisboa (há mais por aqui). Os estudos indicam, porém, que o Montijo é a pior solução do ponto de vista ambiental - o que significa que vamos ter discussão, como antecipa o nosso Editorial. E é preciso encontrar modo de compatibilizar tudo com outras funções que o Montijo hoje tem. Quanto a Alverca, uma alternativa afastada, já tem outra ideia na mira.

Se estes são os temas principais, há umas notas curtas que gostaria de lhe passar:

O Governo vai tocar numa zona sensível sem envolver os parceiros. O tema é o das áreas protegidas.

O arranque da economia em 2016 deu uma almofada a Centeno. Se o ministro chegar ao fim do ano, terá boa probabilidade de celebrar um resultado positivo.

As refeições escolares vão contar para o IRS, se forem incluídas na declaração.

A medicação para doentes oncológicos está a desaparecer - porque a indústria farmacêutica está menos interessada. Em causa está o preço baixo dos fármacos e, consequentemente, a sua pequena margem de lucro, diz o Jornal de Notícias.

Os filmes que vamos ver,

estão todos a passar no Festival de Berlim, onde o PÚBLICO tem o Jorge Mourinha. É por isso que lhe destaco hoje alguns dos textos que ele nos tem escrito de lá (que inveja, Jorge!), antecipando o que daqui a pouco tempo vamos ver nas nossas salas de cinema. Aqui vai uma síntese:

• The Lost City of Z, um filme-limite que remete para a melancolia terminal dos últimos filmes de John Huston.
• Le jeune Karl Marx, onde Raoul Peck filma a amizade entre Marx e Engels como um filme de prestígio de época. Orgulho, preconceito e... comunismo.
• Una Mujer Fantastica, história de uma mulher a exigir o luto que a sociedade lhe nega, onde o chileno Sebastián Lelio sacudiu o concurso de Berlim.
• Golden Exits, a comédia neurótica que Woody Allen já não é capaz de fazer.
• Vazante, a terra que não é para velhos (ou como Daniela Thomas fez uma tragédia em câmara-lenta dos tempos da escravatura do Brasil, inspirada por histórias da sua família).
• T2 Trainspotting: 20 anos depois, uma pequena surpresa - um filme sobre o que fica depois de vermos passar os comboios.

Tudo isto é apenas uma amostra, porque o Jorge Mourinha já viu mais e viu bons filmes. A nossa página especial sobre o Berlinale fica aqui, para ir lá espreitar quando lhe der jeito.

Hoje na agenda

• Mário Centeno vai ao Parlamento, às 10h30. A audição é na comissão parlamentar de Orçamento mas, pelo sim pelo não, nós vamos acompanhá-la ao minuto (até porque Marcelo vai estar nas OGMA à mesma hora).
• Governo e ANA assinam o memorando de entendimento sobre o aeroporto do Montijo, às 15h00.
• O Bloco de Esquerda apresenta anteprojecto de lei de despenalização da morte assistida, pelas 18h00.
• Começa o julgamento do caso “operação Fénix”, onde Pinto da Costa é arguido - com testemunhas surpresa convocadas pelo MP  e muito aparato policial à mistura. 
• Donald Trump recebe o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sendo ainda incerto o que Trump tem para lhe oferecer.

Só um minuto 

Um português tirou Bowie do pedestal. Para celebrar a vida dele e negar-lhe a morte, David Fonseca juntou vozes bonitas num disco de versões que o traz de volta à terra (e sabe tão bem ouvi-lo).

Um riso foi impresso no espaço. Olhando bem, a escultura mais parece um donut colorido. Mas quem a vir lá em cima sabe que representa "o riso da humanidade" e isso é reconfortante.

O amor é quando o Homem quiser. Sim, o dia dos namorados passou, mas como mostram estas fotos do Manuel Roberto, não há dias certos para mostrar o quanto gostamos de alguém.

É aqui que me despeço, com um abraço quente e o desejo de um dia bom. Nós, sim, aqui estaremos para o acompanhar com boas histórias e todas as notícias. 

Até já!