domingo, 5 de fevereiro de 2017

PRESIDENTE DE ANGOLA DEIXARÁ PODER DEPOIS DE 38 ANOS

Eduardo dos Santos, conhecido por seu regime autoritário, anuncia que não vai se candidatar nas próximas eleições, marcadas para agosto. Líder de 74 anos chegou ao poder no final dos anos 1970.

O presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, anunciou nesta sexta-feira (03/02) que não vai se candidatar às eleições presidenciais deste ano, deixando o comando do país depois de 38 anos.

O líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) fez a declaração no discurso de abertura da reunião do comitê do partido para aprovar a listas dos candidatos, na capital Luanda.

O principal candidato do MPLA será João Lourenço, vice-presidente e ministro da Defesa. As eleições gerais em Angola estão marcadas para agosto. A Constituição angolana, alterada em 2010, estipula que o líder do partido que vence as legislativas se torna automaticamente Presidente da República. 

Reeleito presidente do MPLA em 2016, Eduardo dos Santos, de 74 anos, tinha anunciado em março que pretendia abandonar a vida política. Integrante do movimento anticolonial na década de 1960, ele se tornou presidente em setembro de 1979.

Regime autoritário

No ano passado, 17 jovens ativistas foram condenados por " atos preparatórios para uma rebelião e associação criminosa". Ao menos dois deles fizeram greve de fome na prisão. A Anistia Internacional considerou que o julgamento foi "politicamente motivado".

"Eles foram condenados apenas pelo exercício pacífico dos seus direitos de liberdade de expressão e reunião", diz uma página da organização na internet dedicada ao caso.

"O regime angolano é autoritário. É uma ditadura que criminaliza ideias independentes. Esta postura obriga a pensar sobre o futuro do regime," denunciou o ativista e jornalista angolano Rafael Marques em entrevista à redação africana da DW, em abril passado.

KG/lusa/ots – Deutsche Welle

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