segunda-feira, 13 de março de 2017

BES, CGD e Banif: o Governo não discutia a banca (a entrevista a Assunção Cristas)


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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 

Erdogan pediu "sanções" contra a Holanda. Depois de Haia não ter deixado entrar no país os seus ministros para fazer campanha pelo aumento de poderes de Erdogan, no referendo marcado para Abril, os ânimos subiram muito. E a disputa diplomática levou outras capitais da UE a mostrarem pouca vontade de receber governantes turcos. Todas? Não, em França eles entraram (e o Governo foi criticado por isso). 
A Islândia está de volta - e anunciou que vai levantar o controlo de capitais que dura desde que, em 2008, o país entrou num colapso financeiro.
A UNICEF voltou a alertar para as crianças síriasO último ano foi um terror, na descrição da organização humanitária. 
O toureiro da pala negra voltou a ser colhido com gravidade. Juan José Padilla, mesmo assim, conseguiu acabar a lide.
Em Guimarães, houve chuva de golos e vermelhos. O Vitória empatou em casa com o Estoril e perdeu a oportunidade de apanhar o Sp. Braga.

As notícias do dia 

Um ano depois de ser eleita, o que nos diz Assunção Cristas? 
Já agora que passámos pela banca, anote esta notícia do DNo Conselho de Supervisão do Montepio travou negócio suspeito de 93 milhõesUm negócio do próprio banco. Já aqui dizia o Vítor Costa, depois de uma notícia do Expresso: "Alguém pode olhar para o Montepio, sff?".
Olhe quem fala sobre o BES: João da Costa Pinto é o presidente da Comissão de Auditoria do Banco de Portugal. E diz numa entrevista ao Eco que o “colapso do grupo GES/BES, pela sua dimensão, não foi um problema súbito”. Se não é uma resposta ao governador, parece.
Da banca passamos para os tribunais: a acusação a Sócrates poderá atrasar um mês. Diz o jornal i que os procuradores vão precisar de mais tempo, depois da audição de hoje ao ex-PM - e de ouvirem outros arguidos esta semana.
A propósito de tribunais: o Estado arrisca pagar indemnizações por não avançar com inspecção às motos, diz a nossa manchete de hoje. E porquê? Porque 150 centros de inspecção investiram 30 milhões na adaptação dos equipamentos, mas a legislação de 2012 continua sem avançar. E volta a dizer o Vítor Costa, no Editorial: a economia vai de lambreta.
Os concursos de obras públicas andam desertos. Diz a Luísa Pinto que os preços irrealistas levam a que concursos para obras públicas fiquem sem candidatos - ou que se transformem em ajustes directos.
E daqui para a saúde: os portugueses valorizam demais os exames médicos. Demais porque o recurso excessivo aos exames de diagnóstico pode ter consequências perversas. E há quem faça tratamentos e cirurgias desnecessários, avisam os autores de um estudo.
Uma boa notícia, para fechar: o Governo vai alargar os direitos de parentalidade do paidiz o Negócios. Só falta saber os detalhes.

Holanda, Europa 

Estamos a dois dias das eleições na Holanda, as primeiras de uma série de três que podem mudar o futuro da Europa - mais umas. A Maria João Guimarães está em Amsterdão e começou por traçar o perfil de Geert Wilders, o político das mensagens simples: líder de um partido de que é o único membro, com um programa que cabe numa folha A4 e pede o encerramento de mesquitas e proibição do Corão, é cada vez mais extremista. Wilders vive há 13 anos sob rigorosa segurança e é um político radical na sua bolha.
Precisa de um guia de leitura para as eleições? Nos cartazes, nos discursos dos políticos, nas conversas com eleitores, há termos que sobressaem na campanha para as eleições legislativas de quarta-feira na Holanda. Há ideias difíceis de traduzir, que mostram idiossincrasias holandesas. A Maria João deixou-nos algumas, sem a pretensão de ser exaustivo, que nos dão o enquadramento para o que se passa por lá.
E o que nos diz quem estudou o populismo? Que na Holanda "a política tornou-se tridimensional". A expressão é de Caas Muddle, um cientista político que anda a olhar para fenómenos políticos que nos afligem. Numa entrevista ao PÚBLICO, numa passagem por Lisboa, Muddle não poupou os tradicionais partidos do centro-esquerda: “A culpa é da social-democracia, que se converteu ao liberalismo e abandonou o papel de alternativa. Esta reorientação à direita dos partidos social-democratas é a principal razão apontada pelos estudos sobre o crescimento do populismo e da direita radical.”
Foi neste contexto que a Teresa de Sousa entrevistou Carlos Moedas, o representante português na comissão Europeia. Moedas olha com preocupação para o futuro da Europa, não pelo que diz o Livro Branco (apresentado por Juncker), mas sobretudo pelo que mostram os líderes, sempre que os problemas apertam: "Os governos lavam a cara nos seus países e deixam a má cara para Bruxelas". E quanto às eleições que se avizinham, é a de França que mais o preocupa: "Não podemos ainda excluir de todo que Le Pen possa vir a ganhar as eleições".

Hoje na agenda

  • É dia de muitos processos judiciais: Sócrates é ouvido no âmbito do caso do Marquês (às 14h30); prossegue o julgamento dos Vistos Gold; e também o julgamento de Arlindo de Carvalho e Oliveira e Costa (ainda pelo caso BPN).

  • Marcelo preside a uma reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional.

  • A OCDE mostra as suas últimas previsões para as economias do G20.

  • O Brexit avança? O projeto de lei de saída UE regressa à Câmara dos Comuns. E, se for aprovado, Theresa May pode avançar com o processo de saída.

  • O Belenenses testa o ânimo do Benficadepois de Dortmund. Em Inglaterra, há um Chelsea-Manchester United.

Só mais um minuto  

O “álbum da banana” já fez 50 anosThe Velvet Underground & Nico, o álbum de estreia dos Velvet Underground, foi gravado numa só semana, mas tornou-se num dos álbuns mais celebrados e influentes da história da pop. É caso para dizer: que saudades de Sunday Morning.
Povo que danças junto ao rio. Sim, somos nós. Este fim-de-semana, a segunda edição do Lisboa Dance Festival levou 11 mil pessoas à LX Factory. O Pedro Rios diz que foi uma euforia.
Noutro ponto da cidade, houve música e moda. Mais do que isso: houve "History", a época vitoriana, os anos 20 e a revolução industrial, a Arte Deco, a Op Art, o movimento Punk reinterpretados num imaginário futurista. Ora veja como foi o Moda Lisboa em 360º. As tendências? Ah! Estão aqui.
Como vê, começamos a semana com boa música e muito ritmo. É a nossa maneira de lhe desejar um dia bom - e de lhe puxar pelo sorriso: sim, é segunda-feira, sim, vai correr bem. Bom trabalho, boas notícias,
Até já!


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