Um
concerto de Homenagem a José Afonso, pelo Coro dos Antigos
Orfeonistas da Universidade de Coimbra, marca o início das
comemorações do 43.º Aniversário do 25 de Abril em Cantanhede.
O
espetáculo realiza-se na próxima segunda-feira, véspera do dia da
efeméride, a partir das 21h30, no salão dos Bombeiro Voluntários,
e o programa contempla a interpretação de alguns dos temas mais
emblemáticos do autor de “Grândola Vila Morena”, um dos hinos
da revolução de 1974.
O
objetivo é comemorar o 25 de abril assinalando também o 30.º
aniversário da morte de José Afonso, numa celebração que pretende
invocar um legado cultural e artístico indissociavelmente ligado aos
valores da liberdade e da justiça social. No alinhamento do concerto
constam temas como venham mais cinco,
coro da Primavera
ou traz outro amigo
também.
Será
portanto uma oportunidade para recordar o cantor, o compositor, o
letrista e o artista que dedicou a vida à defesa das causas em que
acreditava através daquelas que foram sempre as suas armas de
resistência: a poesia e a música.
Zeca
Afonso foi estudante em
Coimbra, onde, depois de ter concluído o liceu, se licenciou em
letras. Os valores da academia foram-lhe transmitidos através da sua
participação no Orfeon e na Tuna, tendo deixado na cidade
uma marca profunda naquela que ficou conhecida como a canção
coimbrã ou fado de Coimbra.
Na
sequência do concerto de homenagem a José Afonso, pelo Coro
dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, na noite da
próxima segunda-feira, a celebração do 43.º Aniversário do 25 de
Abril em Cantanhede prosseguem nesta data, com a sessão solene
comemorativa da efeméride, às 10h00.
À
semelhança do que tem vindo a acontecer desde há alguns anos, o
programa da cerimónia inclui a intervenção de uma personalidade de
reconhecido prestígio, tendo como referência a Revolução de 1974.
Este ano, o convidado é José Manuel Mendes, Presidente da
Associação Portuguesa de Escritores, que irá proferir uma
conferência intitulada “25 de Abril, uma Memória no
Futuro”.
No
final da sessão solene comemorativa, será feita a deposição de
uma coroa de flores junto ao busto de Jaime Cortesão, em Ançã, num
tributo a este escritor, intelectual e político natural da vila
histórica. Este ato solene contará com a participação da
Phylarmonica Ançanense.
Sobre
o Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra
Constituído
por antigos estudantes da Universidade de Coimbra, apresentou-se pela
primeira vez em dezembro de 1980, por ocasião das comemorações do
centenário do Orfeon Académico de Coimbra, onde o Coro foi buscar
as suas raízes institucionais.
Na
sua criação foi determinante o propósito de, num percurso aberto a
desafios novos e estimulantes, no domínio da arte musical, como
noutros, de inegável dimensão humanista, fazer reviver os Ideais de
Fraternidade, de Tolerância e de Solidariedade que, ao longo de
gerações, marcaram, de forma algo peculiar, a Academia de Coimbra.
Criado
em 1980, já realizou várias centenas de concertos, em Portugal e no
Estrangeiro (em quase todos os Continentes). Pela sua importância
Institucional, destacamos
os concertos nas Sedes de Organizações Internacionais,
nomeadamente, o Parlamento Europeu (1987, 1989, 1994, 1999 e 2005), o
Tribunal das Comunidades Europeias (1994), a Comissão Europeia
(1987), a UNESCO (1987 e 1990) e a ONU (1996).
A
sua qualidade coral tem sido reconhecida através da conquista de
vários prémios em competições internacionais, de onde destacamos
os mais recentes: Medalha de Prata no XVI Festival de Música de
Natal e Advento em Praga (2006); Taça de Ouro "Pedro, O Grande"
no II World Choir Festival de São Petersburgo (2008); e Medalha de
Ouro no Festival Internacional de Karpenisi (2009).
Além
de um LP, em 1985, dirigido, ao tempo, pelo maestro Joel Canhão, o
Coro gravou 4 CD’s: em 1994, de música diversa; em 1995, o
segundo, de composições de Adriano Correia de Oliveira, José
Afonso e José Niza, com acompanhamento da Orquestra Filarmónica de
Londres e arranjos orquestrais e corais dos maestros José Calvário
e Augusto Mesquita; em 1998, um outro (“Alleluya”), de Música
Sacra de diferentes épocas e origens; ao vivo, o concerto com que,
no final de 2001, no Centro Cultural de Belém, acompanhado pela
Orquestra do Norte, encerrou as comemorações dos seus 20 Anos; em
2005, um DVD, aquando da realização da ópera “O Barbeiro de
Sevilha”, em colaboração com a Orquestra do Norte e o seu diretor
musical, o Maestro José Ferreira Lobo, com encenação de Carlos
Avillez; em 2008, o “Cantar Coimbra 2”, em parceria com a
Orquestra Clássica de Coimbra; e, ainda em 2008, o CD “100 Anos de
Fado de Coimbra”, por parte do Grupo de Fados do Coro dos Antigos
Orfeonistas da Universidade de Coimbra, com parte da receita a
reverter para a Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Agraciado
com o grau de Membro Honorário da Ordem de Mérito por Sua
Excelência o Presidente da República Doutor Mário Soares (1996), o
Coro possui ainda a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da
Cultura (1995), a Medalha de Mérito Cultural da Câmara de Coimbra
(2000), a Medalha de Mérito Honorifica da Universidade de Coimbra
(2007), a Medalha de Prata (1987) e a Taça (2005) do Parlamento
Europeu. É, ainda, “Amigo Honorário” da Fundação Bissaya
Barreto (1997). Mas um dos troféus de que mais se orgulha é da
referência que fez ao Coro Sua Santidade o Papa João Paulo II,
quando a ele se dirigiu após uma atuação no Vaticano (1996): “Dos
anjos diz-se que cantam no Céu. Nós andamos a ensaiar na Terra para
cantar um dia com eles no Céu. Mas um pouco do Céu já se ouve
quando vós cantais”.
Com
um reportório bastante eclético, que inclui perto de uma centena de
temas em múltiplos domínios – música sacra, operática, popular,
etc. – mas com um destaque
significativo para a música de língua portuguesa – tem dedicado
particular atenção à interpretação coral da “canção de
Coimbra”, especialmente adaptada para coro.
Nos
concertos, à atuação coral segue-se, habitualmente, a do seu Grupo
de Guitarras de Coimbra – que acompanha, por vezes, o próprio
Coro, daí se retirando um efeito verdadeiramente único – dando,
assim, a conhecer uma faceta deveras significativa da nossa Música.
Um
elevado nível de desempenho, uma sonoridade inconfundível e o clima
de simpatia que transmite, tornam este Coro, no estrangeiro, uma
representação reconhecidamente invulgar da Cultura portuguesa.
É
dirigido pelo maestro Virgílio Caseiro, desde 2003.
Maestro
Titular
VIRGÍLIO
Alberto Valente CASEIRO
Nasceu
em Ansião em 1948.
Possui
o Curso Superior de Música (Canto) do Conservatório Nacional de
Lisboa. Fez também Composição. Licenciou-se em Ciências Musicais
pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Nova de
Lisboa. Mestre em Ciências Musicais, pela Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra. Tem especialidades em Musicoterapia,
Direcção Coral e de Orquestra.
Entre
outros, trabalhou com: Mário Sousa Santos, Fernanda Rovira, Mário
Mateus, Fernanda Correia, Joana Silva, Rudolph Knohl, João de
Freitas Branco, Constança Capdeville, Rui Vieira Nery, Gerard
Doderer, Christopher Bochmann, Fernando Eldoro, Pierre von Hawe, Jos
Wuytack e Murray Schaefer. Foi Musicoterapeuta cerca de 10 anos,
trabalhando com crianças portadoras de deficiência mental.
Foi
Maestro e co-fundador do Coro de Professores de Coimbra no ano de
1981 /82.
Foi
Maestro e co-fundador da Orquestra de Câmara de Coimbra no início
da década de 90.
Foi
Maestro do Orfeon Académico de Coimbra no período de 1982 a 1996.
Enquanto ao serviço deste organismo foi homenageado com a indicação
do seu nome para a Sala de Direcção do organismo, nas instalações
académicas da A.A.C.
Foi
Maestro e fundador (1997) do grupo coral masculino Schola
Cantorum.
Foi
Maestro da Orquestra da Associação de Antigos Tunos da Universidade
de Coimbra, de 1999 a 2003.
Foi
Maestro do Coro do Hospital Pediátrico de Coimbra.
Como
musicólogo, tem realizado inúmeras conferências e comunicações,
em Portugal e no Estrangeiro, em colaboração com instituições
como a Universidade de Coimbra, Universidade de Trás-os-Montes,
Universidade de Aveiro, Direção Geral da Extensão Educativa,
Ministério da Educação, Sindicato dos Professores, Associação
Portuguesa de Educação Musical, Instituto Politécnico de Coimbra,
Leiria, Castelo Branco, Bragança, etc.
Como
maestro e cantor tem realizado concertos em Portugal e ainda em
países como Espanha, França, Alemanha, Inglaterra, Holanda,
Bélgica, Luxemburgo, Dinamarca, Itália, Vaticano, Angola, Canadá,
Brasil e Estados Unidos da América.
Tem
publicados os livros O Orfeon Académico de Coimbra - Das
Origens à Actualidade; Novas Canções Automóvel.
É
colaborador da imprensa e da rádio regionais.
Tem
vindo a desenvolver há cerca de 20 anos uma experiência
metodológica de Expressão Musical na ACM de Coimbra, com crianças
em idade pré e escolar, com o objetivo de investigar o contributo da
música no desenvolvimento e amadurecimento cognitivo, afetivo e
motor.
Desenvolveu,
até à sua aposentação, atividade docente na Escola Superior de
Educação de Coimbra, onde foi Professor Adjunto de nomeação
definitiva, tendo à sua responsabilidade a cadeira de Direção
Coral e Instrumental, bem assim como a de Prática Pedagógica.
Desenvolve
atividade musical no grupo medieval e renascentista Ars Musicae,
desde 1985, onde é Diretor Artístico, cantor e instrumentista,
e no grupo de canção coimbrã Cancioneiro de Coimbra, desde 1982,
onde é cantor.
Desde
2001 que assumiu a responsabilidade artística da Orquestra de Câmara
de Coimbra, (a partir de 2005 Orquestra Clássica do Centro) tendo
sido também seu Maestro Titular.
Em
2002 assumiu a responsabilidade artística da Orquestra
Para-Sinfónica Juvenil de Coimbra.
Em
2003 foi agraciado com o diploma de Mérito Profissional, entregue
pelo Rotary Club de Coimbra.
Iniciou
em 2003 as funções de Maestro do Coro dos Antigos Orfeonistas da
Universidade de Coimbra.
Em
2004 foi agraciado com a Medalha de Mérito, atribuída pela Câmara
Municipal de Ansião. Ainda em 2004 foi agraciado com a Medalha de
Mérito Cultural, atribuída pela Câmara Municipal de Coimbra, como
reconhecimento do trabalho de intervenção musical e cultural que ao
longo dos anos tem vindo a assumir na cidade, bem assim como na zona
centro do país.
Já
em 2006 foi agraciado com o prémio Prestígio – Salgado Zenha,
pela Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra, como
reconhecimento do trabalho desenvolvido em prol da Academia e da
Cidade.
Ainda
em 2006 e por decisão de Sua Ex.ª o Presidente da República,
recebe a Comenda da Ordem de Santiago de Espada.
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