Saída foi anunciada num artigo de opinião no jornal Expresso. À TSF, Henrique Neto assume 20 anos de desilusões e diz que o PS "tem faltado frequentemente à verdade".
Henriue Neto decidiu demitir-se do Partido Socialista. O antigo deputado do PS, que foi em 2016 candidato à Presidência da República, anunciou a decisão num artigo de opinião publicado este sábado no jornal Expresso.
Ouvido pela TSF, Henrique Neto adianta que "o Partido Socialista tem tido neste último ano e meio uma atuação muito pouco criteriosa e faltando frequentemente à verdade".
Para o antigo deputado do PS, a "recusa em esclarecer os portugueses" tem sido uma "forte característica" do atual Governo, com implicações em casos como o Banif, Montepio, Novo Banco ou Caixa Geral de Depósitos.
Henrique Neto considera que o primeiro-ministro tem a maior carga de responsabilidade pela morte de 64 pessoas inocentes em Pedrogão Grande. Na mesma linha, acusa também António Costa de falta de liderança, ao aceitar a opção pelo combate ao fogo, em detrimento da defesa dos cidadãos.
"António Costa é um bom executante da política à portuguesa e um erro de 'casting' como estadista e primeiro-ministro", escreve ainda o candidato à Presidência da República em 2016.
À TSF, Henrique Neto adianta que as suas "desilusões com o PS começaram há 20 anos" mas acrescenta que a "desilusão maior é com o regime político que permite que, durante 20 anos Portugal se tenha atrasado relativamente à grande generalidade dos países".
Questionado pela TSF sobre se vai afastar-se da política, Henrique Neto respondeu: "Ah não! Eu sou um cidadão, e continuo a escrever e vou continuar por aí como a dizia o outro".
Henrique Neto, empresário de 81 anos, aderiu ao PS em 1993, convidado pelo então secretário-geral Jorge Sampaio. Antes, tinha sido militante do PCP, entre 1968 e 1975, tinha participado na campanha de Humberto Delgado em 1958 e foi, em 1969, candidato às eleições legislativas da Oposição Democrática pelo distrito de Leiria.
Fonte: TSF
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