sábado, 22 de julho de 2017

PSD cria grupo de trabalho para evitar “compra” de votos nas eleições internas


Decisão surge depois de relatos de transporte de militantes para o local de voto.


Movimentações reveladas pelo <i>Observador</i> não impediram eleição de Pedro Pinto como líder da distrital do PSD de Lisboa
Movimentações reveladas pelo Observador não impediram eleição de Pedro Pinto como líder da distrital do PSD de Lisboa VITOR CID

O líder da distrital de Lisboa do PSD vai criar um grupo de trabalho para poder tomar medidas contra a “compra” de votos em eleições internas. A decisão de Pedro Pinto é assumida ao PÚBLICO depois de o jornal online Observador ter filmado uma das facções candidatas à distrital da capital – a liderada por Rodrigo Gonçalves (concelhia de Lisboa) – a transportar militantes para o local de voto no dia das eleições para aquela estrutura.

Pedro Pinto, figura próxima de Passos Coelho e que foi eleito líder da distrital nessa ocasião, disse ter “preocupação” por esse tipo de influência de voto. “Não quero um partido de votantes a votar nas eleições sem saberem porquê”, afirmou o dirigente social-democrata. Nesse sentido, será criado um grupo de trabalho, com elementos da distrital e de fora dela, para fazer uma "reflexão" sobre as influências no voto e "formas de participação" interna.

O Observador revelou ter existido transporte de vários militantes do PSD de bairros de Lisboa até ao local de voto, um hotel na capital, no dia das eleições para a distrital do partido, a 1 de Julho. Esse transporte foi captado por câmaras de filmar (colocadas à porta de entrada do hotel) e depois admitido por Rodrigo Gonçalves, que lidera uma bolsa de contestação a Passos Coelho e que apoiou uma lista - "Lisboa Sempre" à secção de Lisboa da Assembleia distrital, liderada pelo ex-ministro Nuno Morais Sarmento. Um dos motoristas de uma carrinha que transportou militantes admitiu que a maioria votou na lista "Lisboa Sempre". Esta candidatura conseguiu 153 delegados (cerca de 25%) contra os 460 da lista afecta a Pedro Pinto , "Afirmar Lisboa”, que concorreu às dez secções do distrito. Sem oposição à comissão política distrital, Pedro Pinto foi eleito líder daquele órgão com 2769 favoráveis, 721 brancos e 69 nulos.

O PÚBLICO tentou contactar Rodrigo Gonçalves, mas não obteve resposta. A direcção nacional do partido também ainda não comentou a reportagem do Observador

Fonte: Público

Comentário: o que esta gente não é capaz de fazer? Vale tudo? Se vale tudo num sufrágio destes, o que dizer de outros de maior expressão. Ética, moral e princípios cívicos ficam no subconsciente.

J. Carlos

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