Ainda vou passar por ser anti jornalismo ou por não ter qualquer respeito pelos seus profissionais, mas a verdade é que existem maus exemplos nesta classe cuja função é essencial para a sociedade. Nesta classe como em todas as outras!
Se, anteriormente, critiquei o sensacionalismo, hoje debruço-me sobre o oportunismo.
Não vou debater-me mentalmente para opinar sobre a questão das dívidas contributivas de Pedro Passos Coelho. Se são ou não justificáveis e quais as suas consequências. Tenha sido lapso ou não, cabe aos eleitores decidirem se se trata de algo desculpável. A mim, custa-me a engolir, principalmente depois de decidir afirmar que não é um cidadão perfeito, como se fosse a desculpa exemplar. É preciso moral para algumas coisas, como, por exemplo, para ser Primeiro-Ministro.
Mas este assunto fez-me refletir sobre a tal questão do oportunismo de alguns jornalistas e da orientação editorial imparcial.
Segundo ouvi e li, PPC já teria sido confrontado com esta informação da dívida à Segurança Social em 2012. Todavia, não me recordo deste assunto ter sido noticiado nessa altura. Passados 3 anos, em ano de legislativas, a notícia é finalmente publicada (ou republicada?). Quais os motivos deste compasso de espera? Terá ficado guardado na gaveta à espera da melhor altura para ver a luz do dia? Os tais jornalistas que confrontaram PPC preferiram não divulgar a informação na qual tropeçaram? Digo “tropeçaram”, pois caso tenha sido resultado de um trabalhoso processo de investigação, não me parece lógico que tenham “trabalhado para aquecer”!
Sei que nem todos os trabalhos dos jornalistas chegam a ver a luz do dia. Mas que seja por potencial falta de interesse do público, por falta de rigor ou de factos comprovados, e outras coisas que tais. Caso contrário, o jornalismo caí em descrédito. Guardar trabalhos jornalísticos por serem inconvenientes ou convenientes a interesses particulares numa determinada altura, revela um grande desprezo pela verdade e pelo público. Faz-nos pensar – ainda mais – que os media são instrumentos de grupos de interesse, que a imparcialidade cede lugar à parcialidade comprada, que a informação não deixa de ser mera opinião direcionada. Será que só nos dizem mesmo aquilo que querem? Será que nos escondem informações importantes? Nem quero imaginar as coisas que nos podem estar a ocultar…
Eu quero acreditar no jornalismo sério, para isso é preciso que os seus profissionais atuem de acordo com a sua deontologia. Para mim, a ética profissional é tão importante no Jornalismo como na Medicina ou na Justiça.
Fonte:http://graforreia_intermitente.blogs.sapo.pt/opinadela-jornalismo-serio-ou-17197
Nenhum comentário:
Postar um comentário