Enquanto dormia...
... pelo menos 216 mortos é o novo balanço ainda provisório do novo sismo que ontem voltou a sacudir o México. O caso mais chocante é para já o das 21 crianças que ficaram sob os escombros da escola primária, mas as atualizações não páram de chegar e já estamos a acompanhar toda a informação em liveblog.
O Governo português não tem notícia de vítimas portuguesas neste novo abalo, que acontece 0nze dias depois do sismo que fez 96 mortos e centenas de feridos e no dia em que se evocava o mortífero tremor de terra de 1985, que matou 10 mil pessoas. As fotos e os vídeos são impressionantes. E é preciso perceber também porque há sismos tão fortes no México.
Há outra ameaça sob as Caraíbas, o Golfo do México e os EUA: o furacão Maria já foi considerado "potencialmente catastrófico". É o segundo em duas semanas a atingir a categoria 5 (depois do Irma), já fez três mortos e avança agora para as Ilhas Virgens Americanas e Porto Rico com ventos de 290 km/h.
Em Espanha, o número dois do governo da Catalunha e mais outros 11 altos dirigentes foram detidos por causa do envolvimento no referendo (ilegal) à independência catalã. A menos de quinze dias da data da votação (1 de outubro), o braço de ferro com o governo central ganha dimensão e polémica.
Há mais duas licenciaturas de dirigentes da Protecção Civil a ser investigadas, escreve hoje o i. Tal como Rui Esteves, o comandante que se demitiu, as suspeitas resultam da atribuição de equivalências por experiência profissional. Notícias que surgem quando o balanço já coloca 2017 como o pior ano de incêndios da última década, com 210 mil hectares ardidos e até o The Guardian veio a Portugal fazer um vídeo emocionante sobre Pedrógão depois do fogo.
Outra informação importante
Num ponto, estiveram quase de acordo: a ameaça da Coreia do Norte. Mas mesmo assim divergiram no tom e nas palavras. Donald Trump e António Guterres foram os protagonistas da Assembleia Geral da ONU, onde a tensão com Pyongyang foi o tema principal. Mas enquanto o secretário-geral das Nações Unidas falava apenas do medo do mundo de uma guerra nuclear, o presidente americano ameaçava destruir "completamente a Coreia do Norte" onde "o Rocket Man está numa missão suicida". Entre Kim Jon-un, o terrorismo, a crise em Myanmar ou o acordo do clima, a Ana França comparou os discursos de Trump e de Guterres e viu o muito que os separa e o tão pouco que os une.
Nas reações ao discurso de Trump, Nicolás Maduro sobressai: chamou-lhe "o novo Hitler" da política internacional. Já a intervenção de António Costa foi no mesmo sentido da de Guterres.
Já em plena campanha para as autárquicas, duas notícias à margem das arruadas. Depois de ter garantido que o processo da compra do polémico 'duplex' estava completamente legal no Tribunal Constitucional, Fernando Medina contactou o tribunal para "suprir eventuais omissões" na declaração de rendimentos. Em Manteigas, é uma viagem a Paris do vice-presidente da autarquia que está a causar polémica: levou o carro próprio e cobrou à câmara mil euros em quilómetros.
Do primeiro dia oficial de estrada, ficam os múltiplos ataques políticos entre os vários candidatos autárquicos:
- No Porto, Rui Moreira renegou o PSD e atacou Manuel Pizarro (que preferiu mostrar que sabe andar de bicicleta).
- Em Lisboa, Teresa Leal Coelho andou pelos bairros pobres, enquanto Fernando Medina se dedicou à educação e Assunção Cristas arriscou no Facebook live.
- E no resto do País, o destaque foi para um polémico debate em Loures e para uma viagem de Tino de Rans à capital para promover Penafiel.
- A análise às frases do dia feita pelo Miguel Pinheiro inclui uma saudosista, um poeta e o amiguinho do Governo; enquanto a opinião em vídeo do José Manuel Fernandes fala no problema dos couratos para quem quer ir votar.
Do resto da atualidade destaque para mais uma tentativa de aproximação entre Governo e enfermeiros: a última proposta previa um subsídio de 150 euros para os especialistas, mas o sindicato rejeitou-a. E agora há mais um problema para resolver no ministério: os médicos ameaçam com greves rotativas pelo país e uma paralisação nacional. Já os juízes admitem desconvocar o protesto previsto para os dias 3 e 4 de outubro.
Na polémica dos Vistos Gold atribuídos a suspeitos de corrupção, o Ministério da Administração Interna recusou dar informações sobre os 'eleitos' para não revelar dados pessoais, mas o Bloco aproveitou a 'deixa' para exigir o fim deste regime excepcional. O DN escreve hoje que a informação sobre os suspeitos do Lava Jato não chegou ao SEF.
As propostas para a reforma da resolução bancária estão a causar divisões. O PSD diz recear uma intervenção governamental, o PS fala em populismo. Uma troca de galhardetes que vem de trás, dos créditos pela descida do rating, que ontem se manteve pior que um jogo de ténis (é ler aqui, aqui ou aqui e aqui).
Nota ainda para o número de voos cancelados em Portugal pelo caso da Ryanair (são 346 e a lista está aqui) e para o'chumbo' da Anacom à compra da TVI pela PT/Altice(mas o parecer não é vinculativo).
No bloco do futebol, o Sporting empatou no arranque da fase de grupos da Taça da Liga, não indo além de um zero a zero em casa com o Marítimo, num jogo onde a maior notícia não foi o futebol (mas sim o novo bebé leonino), e o nulo mostrou novos caminhos a Jesus. Hoje jogam Benfica e Braga (o FC Porto adiou o seu jogo). Benfica que obteve o seu maior lucro de sempre: 44,5 milhões.
Há ainda duas outras notícias do mundo da bola que merecem referência: o livro em que o ex-benfiquista Mats Magnusson revela como se ergueu do Inferno (leia-se o álcool que lhe tirou a família, o dinheiro e a casa) e a guerra entre Neymar e Cavani no PSG (mete liderança, egos e muitos euros).
Os nossos especiais
As eleições na Alemanha são já no domingo. O Tiago Carrasco vai ao longo da semana enviar reportagens de terras germânicas para enquadrar e lançar a disputa eleitoral. Começou por Hamburgo, a cidade alemã mais portuguesa, onde há fado, pastéis de nata e uma estátua de Vasco da Gama. Mas poucos dos 12 mil emigrantes poderão votar.
Paul Manafort, o homem forte da campanha de Trump, está novamente sob polémica: foram conhecidas escutas e buscas por causa da interferência russa nas eleições americanas, mas a investigação já leva 11 anos (diz a CNN). Manafort tem também muitas ligações a Portugal: fez uma proposta para a campanha de Mário Soares em 1986 e esteve envolvido num negócio ruinoso do BPN com Dias Loureiro. A Cátia Bruno conta.
A idade para alterar a identidade de género foi debatida (e houve verdadeira discussão) no Parlamento. Mas haverá uma idade certa para a mudança? A Rita Porto falou com pais e especialistas e as opiniões dividem-se. Mesmo quando elas dizem "Mãe, eu quero tanto ser rapaz!"
A nossa opinião
Maria João Avillez escreve sobre as medidas e a comunicação do Governo em "A plateia dos patetas": "Um misto de leveza, manha, irresponsabilidade. Uma manipulação a partir do palco do poder para a plateia de patetas onde quem não é da geringonça é suposto estar sentado".
Luís Aguiar-Conraria escreve sobre a euforia da subida do rating: "A procissão ainda vai no adro. Para a Fitch e a Moody’s a dívida portuguesa anda é investimento especulativo. E, enquanto estivermos muito endividados, estaremos sujeitos aos maus humores dos mercados".
Maria João Marques escreve sobre Fernando Medina e Lisboa: "O carro é um meio de transporte legítimo, os proprietários pagam impostos, pelo que têm direito a usá-lo quando assim lhes for mais confortável e conveniente, sem serem demonizados pelo edil lisboeta".
Notícias surpreendentes
Tem um iPhone ou um iPad? Já os atualizou? Se quiser, pode espreitar as 17 principais novidade dos iOS 11, que o Manuel Pestana Machado sintetizou. Um dos destaques é a nova "grande cena" da Apple, a realidade aumentada: um mercado de 404 mil milhões (sim, leu bem).
Da tecnologia para a comida -- e bebida! Porque há um bar português entre os cem melhores do mundo, um restaurante de iguarias do Médio Oriente gerido por refugiadas em Lisboa e a má notícia do fecho do espaço gourmet da Herdade do Esporão. Mas também as cinco receitas que precisa de saber sobre esparguete, segundo o Diogo Lopes.
Assunção quer voltar a plantar árvores no Terreiro do Paço. Mesmo que originalmente o espaço não tivesse vegetação, há cem anos não faltavam sombras na praça pombalina, como o provam estas quinze fotos: até havia bancos para umas belas sestas.
Trocadilho fácil, peço perdão, mas para dizer que no Observador não descansamos à sombra de nada para lhe levar toda a informação. Aqui estaremos, bem despertos, para o manter atualizado ao longo do dia.
AUTÁRQUICAS 2017
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