David Dinis, Director
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Viva,
a noite trouxe-nos más notícias:
O México sofreu um sismo arrasador, desta vez com epicentro mais perto da capital. O balanço do número de vítimas mortais não pára de subir. São pelo menos 224, incluindo mais de 20 crianças que estavam numa escola primária que desabou. As operações de salvamento continuam - e nós vamos acompanhá-las ao minuto aqui. Já agora, anote isto: o sismo aconteceu precisamente no mesmo dia do terrível terramoto mexicano de 1985, que matou milhares de pessoas. E ontem, apenas duas horas antes, o país estava a fazer o simulacro anual, assinalando a tragédia e preparando todos para o pior.
Entretanto, o furacão Maria já atinge os 280 kms/hora, ameaçando arrasar Porto Rico. O governador da ilha já deixou um grito de alerta: "El ciclón va a ser violentísimo. Nuestra vida corre peligro”, cita o El Pais.
Em Barcelona há uma operação policial em curso esta manhã. Não é antiterrorismo, mas anti-referendo: já foram detidas várias pessoas do Governo catalão, estão a ser revistados vários edifícios, procurando documentos relacionados com a consulta declarada ilegal por Madrid.
No Brasil, há notícias que se arriscam a ser normalidade: Lula da Silva foi constituído arguido pela sétima vez.
Enquanto na ONU, Macron foi o anti-Trump: falou na Síria, prometeu manter aberta a porta ao diálogo com Kim e repreendeu os EUA por acharem que podem agir sozinhos. Antes dele, Trump tinha regressado ao nacionalismo e deixando a pior ameaça de sempre de um presidente americano, contam o Alexandre Martins e o Jorge Almeida Fernandes. Entre ele e Guterres, anota a Bárbara Reis, resta um deserto.
No mundo do futebol, registo para "um passo atrás e três à frente" do Sporting (Jesus dixit), também para um aviso aos leões: Messi fez quatro golos e pôs o Barcelona como líder isolado. Daqui a uma semana, há um super-Barça em Alvalade.
No Público hoje
Seguimos o caminho das autárquicas, olhando para as audiências dos debates. Com algumas surpresas: mais interesse no Porto do que em Lisboa, Loures no pódio dos mais vistos. A propósito de Loures, leia esta reportagem: "André Ventura foi à Quinta da Fonte, mas passou longe dos ciganos". E cruze com o discurso de Passos sobre a imigração e a "segurança dos portugueses". E com os dados realmente fidedignos sobre pedidos de residência com a nova lei. Depois, se achar por bem, passe pelo Editorial do dia - "um dia teríamos que falar sobre André Ventura. Hoje é o dia".
Os dias das autárquicas vão aquecendo. Por exemplo à esquerda, onde depois de Jerónimo, foi a vez de Catarina Martins. Por exemplo a Norte, onde Moreira jura que não tem "nenhum problema de consciência". Enfim, haveria muito a dizer sobre isso, mas o Manuel Carvalho já diz tudo aqui.
A nossa manchete de hoje é esta: Um alerta na execução dos fundos levou o Governo a chamar gestores dos programas. Conta a Luísa Pinto que estes foram pressionados a acelerar o volume de despesas certificadas à Comissão Europeia, para evitar a necessidade de devolver fundos. E há muitos milhões em risco.
Já agora, deixo-lhe um ponto de situação sobre as greves: os médicos já ponderam semanas de paragens rotativas e a paralisação geral; mas os juízes já admitem deixar o protesto.
Do Superior vem outro tipo de aviso ao Governo: numa entrevista ao PÚBLICO, o reitor da Universidade de Lisboa diz não estar "muito interessado em contratar investigadores”.
Já o ministro do Trabalho, noutra entrevista do PÚBLICO de hoje, antecipa as suas prioridades para lutar pelo envelhecimento activo, tema da conferência mundial que o ONU lança hoje em Lisboa: “Temos de tornar mais atractivo" que reformados possam dar formação, diz Vieira da Silva.
Registo final para algumas notícias que vêm de ontem: um obstáculo na compra da TVI; e um conflito da Endesa com o Executivo socialista.
Paragem obrigatória
As leituras recomendadas do dia começam, claro, por aqui:
1. Um poema pela nossa “colossal desumanidade” com os refugiados. Depois de ver o pequeno Aylan Kurdi morto numa praia turca, Vanessa Redgrave sentiu que tinha de fazer alguma coisa. E fez mesmo: mais que um filme ou um documentário, Sea Sorrow é a defesa de uma causa. “Fazer parte de algo como isto é uma lição de humildade”, diz o produtor, “é uma espécie de poema, podem vê-lo como uma elegia”, acrescenta a actriz Vanessa Redgrave, que, aos 80 anos, se estreia como realizadora. A estreia em Portugal está marcada para amanhã. A apresentação, aqui, está por conta do João Ruela Ribeiro.
2. Falando de causas, voltamos ao tema do racismo. A Joana Gorjão Henriques tem vindo a chamar a nossa atenção para as várias faces de um problema que muitas vezes escondemos. E desta vez decidiu mostrar-nos os rostos do activismo negro. Da violência policial à educação, do feminismo aos media, eis a diversidade do movimento. É o penúltimo capítulo da série Racismo à Portuguesa, para olhar de frente.
3. Voltando aos documentários, temos boas novas para si. O Jorge Mourinha conseguiu o programa do Doclisboa, que decorre de 19 a 29 de Outubro. E garante que, para onde quer que se olhe, é de luxo. "O que nos dá gozo não é ir ao limite”, diz-lhe a programadora, directora do Doclisboa desde 2012. “É preparar o caminho para lá chegar". Hoje podemos dizer que chegou bem alto.
4. O percentil do seu bebé não está na média? Calma, pode não ser um problema, recomenda a Mariana Correia Pinto, cheia de razão. Um grupo de investigadores portugueses criou tabelas de percentis adequadas à realidade portuguesa, para conseguir diagnósticos mais rigorosos e diminuir angústias dos pais. A notícia é esta.
O dia à nossa frente
Em Nova Iorque, ao lado de António Guterres, discursa António Costa - mas a Assembleia Geral da ONU vai estar mais atenta às conversações sobre o acordo nuclear com o Irão (com a tensão a subir outra vez). A América estará de olhos postos na Fed, que deve virar por completo a política monetária. Por cá, temos a conferência internacional da ONU sobre o envelhecimento, ao mesmo tempo que o Parlamento debate projectos da esquerda sobre identidade de género. Para terminar o dia com emoções fortes, o Benfica recebe o Braga, num jogo para não perder.
Se estiver em Lisboa, tenho uma ideia para o seu final de dia: uma passagem pelo Red Frog, que acaba de entrar na lista dos melhores bares do mundo - três anos depois de terem dito isto à Fugas. Se não, e porque os dias são para acabar bem, pode sempre passar pelo Netflix e ver Jerry Before Seinfeld. Como diz a Joana Amaral Cardoso, Jerry é sempre Jerry, dá-nos sempre momentos hilariantes.
Eu despeço-me por aqui, desejando-lhe um dia bom. Que seja atento e produtivo. Até já!
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