David Dinis, Director
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Bom dia!
A América pode, afinal, ficar dentro do acordo de Paris. Ou talvez não, depende. A informação sobre um volte face de Trump chegou através de uma fonte oficial da UE, foi depois negada pela Casa Branca e, enfim, confirmada pelo chefe da diplomacia de Washington. Acreditamos nele?
Trump chamou a Kim o "rocket man", ridicularizando o líder norte-coreano. E a embaixadora americana na ONU ameaçou o país com uma "destruição total". Hoje o tema volta a ser discutido nas Nações Unidas.
Mas talvez o mais importante do fim-de-semana tenha sido isto: o Hamas mostrou-se disposto a entregar Gaza a um governo de unidade na Palestina e a realização de eleições nos diferentes territórios palestinianos, mais de 10 anos depois. Como diz a Sofia Lorena, o Hamas está mais pragmático e isso pode interessar a Israel.
Os Emmys foram para histórias de mulheres. As séries The Handmaid’s Tale e Big Little Lies levaram oito prémios cada. Anote a primeira delas, porque é a primeira vez que uma série que só se vê na internet ganha a estatueta de melhor série dramática (e não é da Netflix, lembra a Joana Amaral Cardoso). De resto, a noite foi outra vez... política.
Ontem foi dia de futebol, com o Porto a seguir só com vitórias (e com um treinador que vai convencendo) e o Braga a levar a melhor no derby do Minho. Lá fora, o Real lá venceu sem Ronaldo, Mourinho segue em grande, Anthony Lopes só não defendeu os autogolos e a Juventus venceu com um argentino a brilhar.
No Público hoje
Começo pela promessa de Centeno: em 2018 haverá um desagravamento fiscal para todos os escalões do IRS. Mas, se ouvirmos bem a entrevista de ontem à RTP, é capaz de não ser mais do que já sabemos. De resto, hoje no ECO, o secretário de Estado Mourinho Félix avisa: se houver mais redução no IRS, outros pedidos ficarão pelo caminho.
Ainda a capitalizar a saída do lixo, o ministro promete a maior redução da dívida dos últimos 19 anos. Já ontem, aqui no PÚBLICO, a gestora da dívida portuguesa dizia que só a S&P não chega. Mesmo assim, esta manhã, os juros da dívida já desceram para mínimos de ano e meio (e a bolsa sobe 2%).
Mesmo à porta está a campanha das autárquicas, hoje com uma sondagem-choque no JN sobre Lisboa: diz ela que Medina não chega à maioria e que Assunção Cristas está acima da Leal Coelho. Medina que vê Sócrates sair em sua defesa no YouTube por causa da polémica da compra da sua casa (virá por bem?). Ainda sobre Lisboa, passe os olhos pelo trabalho de dados que aqui publicámos ontem: Lisboa bate recordes e perde 29% dos jovens adultos (se o Porto também sofre). Hoje, o nosso olhar sobre a campanha vai para outro lado: os autarcas condenados, que voltam para responder perante o povo.
Na estrada, os líderes carregam nos guiões. Passos fala de "perna curta",Cristas lembra Sócrates, Jerónimo pede mais manuais gratuitos, Catarina luta contra os recibos verdes e Costa pede calma.
Na nossa manchete falamos do Ensino Superior, para lhe contar que o número de licenciados pelo privado caiu 41% em dez anos. As razões estão aqui.
Mas também lhe falamos de impostos, porque o Fisco não tem resposta para tantas reclamações sobre a taxa adicional de IMI.
De resto, temos que lhe falar de incêndios, porque o DN conta hoje que o SIRESP moveu quatro processos contra o Estado ainda antes de Pedrógão, porque a Liliana Valente nos diz que a Protecção Civil alega que o actual plano de articulação no terreno é suficiente (recusando o pedido do MAI para uma revisão). Porque ela também soube que os jovens de Pedrógão têm apoio psicológico no regresso às aulas. E porque, três meses depois, o Manuel Carvalho e o Nélson Garrido regressaram àferida que pode não sarar.
'E pur si muove'. E que tal tornar Portugal num país “amigo dos idosos”?A nova estratégia nacional é hoje entregue - e tem caminhos bem interessantes para tentar.
Paragem obrigatória
Vamos às leituras mais densas do dia:
1. Até onde vai Guterres conseguir levar a ONU? O português chega hoje à sua primeira Assembleia-Geral e leva uma proposta para reformar as Nações Unidas, tornando-a mais "eficiente". Nestes primeiros nove meses do mandato de Guterres, o mundo conseguiu tornar-se num lugar ainda mais caótico e sombrio. E o português já não tem espaço para ser generalista. E agora? A Bárbara Reis montou o puzzle, juntando uma entrevista com o homem que preparou caminho a Guterres e um texto sobre a estreia de Trump no palco da diplomacia da paz (e a incógnita que isso representa).
2. Três Governos, a mesma Merkel. A chanceler liderou três coligações diferentes: com os sociais-democratas, com os liberais, de novo os sociais-democratas. O que esperar do quarto mandato? As eleições na Alemanha são no próximo domingo e a Maria João Guimarães lançou as cartas, denunciou o seu trunfo e já se lançou nas reportagens. Um mostrando uma tensão inédita na campanha alemã, hoje com um título que apetece: "A geração Merkel não sabe em quem votar, porque está tudo bem".
3. Alzheimer. De volta à casa do passado. Era um sábado de Fevereiro quando a normalidade da escritora Heloísa Seixas se transformou num lugar estranho. A mãe entrava num mundo que ela desconhecia e viu-se tomada pela perplexidade, a raiva, o medo. O livro O Lugar Escuro trata a doença de Alzheimer de frente, desafiando pudores, como mostra a Isabel Lucas, no tema que fez a capa do P2 de Domingo. Hoje, arranca o congresso sobre demência na Fundação Champalimaud.
4. "A razão está em retrocesso. A defesa dos factos está a ser ameaçada". Antonio Caño, director do El País, foi ao "Festival P" pôr-nos a pensar sobre as ameaças ao jornalismo e às democracias liberais. "Hoje temos de tentar fazer-nos ouvir no meio de um intenso ruído". A conversa obriga-nos a pensar. Está aqui.
O dia à nossa frente
Os 230 deputados regressam hoje ao hemiciclo, para o primeiro plenário depois das férias parlamentares (com Tancos como prato principal da discussão). Numa sala perto, vai ser ouvida a líder indigitada das secretas, embaixadora Maria da Graça Mira Gomes. Quanto a Marcelo, vai até à Base Aérea de Málaga para se encontrar com os militares da Força Aérea que estão lá em missão europeia. Sendo que em Lisboa, ao mesmo tempo, mais de 80 especialistas mundiais começam um debate sobre a doença de Alzheimer. Lá fora, alguns dos mais importantes líderes mundiais juntam-se na assembleia-geral da ONU (numa sessão com desfecho imprevisível).
Pena que a sessão não seja em Londres, porque de lá veio uma bela lição: numa guerra de museus, houve dinossauros, mísseis, meteoritos, baleias e satélites, mas a batalha foi virtual e no fim ficaram todos amigos.
Porque tudo está bem quando acaba bem, eu despeço-me precisamente aqui.
Fica um abraço amigo e desejo de um dia bom. Até amanhã!
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