quarta-feira, 4 de outubro de 2017

360º - Passos abre caminho a Paulo Rangel. O que se pode ler nas entrelinhas do discurso do líder do PSD. Mais: a intervenção dura do Rei de Espanha

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360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormia...
... o PSD começou a tomar decisões de madrugada, no Conselho Nacional de despedida de Passos Coelho:

  • Os passistas parecem já ter encontrado um candidato - Paulo Rangel. O ainda líder elogiou o eurodeputado durante o seu discurso; Marco António Costa (o homem do aparelho) incentivou-o; e Luís Montenegro (que seria o sucessor natural de Passos), prefere não avançar. Fora da sala, Rangel disse aos jornalistas que "é tempo de pensar que futuro queremos para o PSD" (ontem tinha escrito um artigo no Público que vale a pena reler agora).
  • A oposição a Passos conta já, pelo menos, com Rui Rio. Hoje, o ex-presidente da câmara do Porto conta os seus planos àVisão. E depois há sempre Santana Lopes, que disse na SIC estar a "ponderar".
O discurso de Passos Coelho no Conselho Nacional do PSD foi um misto de justificação pela derrota, testamento político e aviso. O Vítor Matos descodificou tudo o que pode ser lido nas entrelinhas.

Ainda antes da reunião dos social-democratas, Maria João Avillez publicou uma crónica no Observador onde conta uma conversa com Passos Coelho na madrugada de segunda-feira, depois da derrota eleitoral: "'Uma decisão destas toma-se sozinho', disse-me Passos. O futuro? 'Não sei, mas não sou de grandes necessidades'. Convites? 'É complicado convidar um ex-primeiro-ministro para trabalhar'." Na mesma conversa, Passos lembrou que as "estrelas" do PSD "não estiveram disponíveis" para se candidatarem nas autárquicas.


Mais informação importante
Há mais consequências políticas das autárquicas. Logo depois da reunião do Comité Central do PCP, Jerónimo de Sousa avisou que “a luta é inevitável” e que os comunistas não estão “amarrados a nenhum acordo”. Mas continuou a insistir que o futuro da "geringonça" só depende do PS e das políticas que decidir prosseguir no governo.

Em Lisboa, Fernando Medina (que perdeu a maioria absoluta) repetiu que está disponível para fazer acordos, mas não revela se já começou os contactos.

A venda do Novo Banco segue em frente. Confirma-se que foi possível comprar dívida suficiente aos credores para reforçar os capitais próprios do banco.

O fundo que está a negociar a compra do Novo Bancocolocou Vilamoura à venda. A marina é um dos activos que a Lone Star pôs no mercado, escreve o Negócios.

Madonna encontrou-se ontem em segredo com a ministra da Administração Interna para conseguir um visto especial de residência, escreve o CM. E assim se resolve um pequeno problema burocrático.

Os proprietários que adiram ao regime de rendas acessíveis vão ter benefícios fiscais: uma isenção de pagamento sobre rendimentos prediais e a baixa de pelo menos 50% do IMI (que pode chegar à isenção total). A medida é aprovada hoje em Conselho de Ministros, anunciam o Público e oNegócios.

O Rei de Espanha fez ontem finalmente um discurso oficial sobre a crise na Catalunha. E foi duro: acusou o governo regional de "deslealdade" e disse que o referendo foi “ilegal” e “à margem do Estado de direito”. Gesticulando muito, Felipe VI abriu caminho à aplicação do artigo 155 da Constituição, que dá plenos poderes ao governo de Rajoy para intervir na Catalunha.

Poucos antes de o Rei falar pela televisão, Carles Puigdemont, presidente do governo catalão, aumentou a temperatura. Anunciou à BBC que o processo de declaração unilateral de independência irá avançar "no final desta semana, início da próxima".

O chefe dos Mossos d’Esquadra, a policia catalã, está a ser investigado por "sedição". Está em causa a sua actuação durante o cerco, por populares, a um edifício onde as autoridades faziam buscas.

Catalunha: empresas

O atirador de Las Vegas tinha montado um sistema de vigilância com duas câmaras antes de começar a disparar. Há imagens do interior do quarto de hotel, onde se vêem várias armas espalhadas pelo chão.

São professores, enfermeiros e polícias. Já se conhecem as histórias de quem morreu no ataque de Las Vegas.


Os nossos Especiais

O marroquino Mehdi Addag trocou Espanha por Lisboa para exportar 32 toneladas de óleo de argão para os EUA. Trata-se de 40% da exportação mundial desse produto, o que pode levar a uma facturação de 3 milhões de euros. E ainda há aqui uma história de amor, como conta a Ana Pimentel.


A nossa Opinião

Além do artigo de Maria João Avillez (de que falei lá em cima), temos também Maria João Marques a escrever sobre as consequências políticas das autárquicas: "Faria bem ao PSD escolher personagens não cinzentas, novas, que conheçam mais o país que a bolha do partido. Gente que saiba fazer oposição de forma aguerrida e sinta prazer por ir à cara à esquerda".

Numa opinião em vídeo, José Manuel Fernandes fala sobre o PSD: "Rui Rio tem 60 anos, Ângelo Correia 72 e Ferreira Leite 76. A política portuguesa às vezes cheira a mofo. Porque os partidos têm uma enorme dificuldade de renovação".

Luís Aguiar-Conraria escreve "A natureza manda os homens usar saias": "Confesso alguma dificuldade em perceber por que é este assunto tão difícil. É assim tão complicado de perceber que a biologia implica diferenciação, mas não discriminação?"


Notícias surpreendentes

“Blade Runner 2049” é negro, chuvoso, perigoso e fascinante. Eurico de Barros já viu o filme, que estreia esta semana, e dá-lhe quatro estrelas.

As histórias do Instagram – conhecidas por InstaStories – têm desde ontem três novidades: é possível fazer sondagens, alinhar o texto no ecrã e ter cores personalizadas.

São 20 objetos de design que mudaram o mundo moderno. O crítico Stephen Bayley fez a lista para a CNN e nósmostramos as fotos.

Está na época: são as frutas e legumes que pode comer em Outubro. Há acelgas, tupinambo, diospiros - e castanhas, claro.

Ao começo da tarde, a política portuguesa acelera novamente. No Parlamento, há o primeiro debate quinzenal com o primeiro-ministro depois das autárquicas. Vamos seguir tudo noObservador, claro.
Até já!
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