A incerteza política na região espanhola, depois da maioria dos independentistas nas eleições de ontem, retiram atractividade a activos como as acções e as obrigações. E, em Wall Street, nem a assinatura de Trump na reforma fiscal devolveu ganhos às bolsas.
O mercado em números
Stoxx 600 cedeu 0,10% para 390,28 pontos
PSI-20 recuou 0,24% para 5.383,33 pontos
S&P 500 cai 0,18% para 2.679,82 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal somou 7,2 pontos base para 1,838%
Euro desce 0,28% para 1,1841 dólares
Petróleo em Londres ganha 0,15% para os 65 dólares por barril
Paulo Zacarias Gomes paulozgomes@negocios.pt22 de dezembro de 2017 às 17:09 |
Bolsas cedem à Catalunha, Lisboa acompanha
A vitória do Cidadãos nas eleições catalãs não impediu que as forças independentistas alcançassem a maioria absoluta nas eleições regionais da Catalunha esta quinta-feira, o que aumenta a incerteza política naquela região espanhola que em finais de Outubro declarou a independência, processo depois travado por Madrid.
A praça espanhola foi a que mais recuou no Velho Continente (1,19%), e Lisboa não escapou ao movimento vendedor, pressionada neste caso por descidas dos CTT, Pharol e Sonae. Só Atenas se evidenciou nos ganhos, de mais de 1,5%.
Já em Wall Street, depois de nos últimos minutos Donald Trump ter assinado a maior reforma fiscal em 30 anos - cuja expectativa tem vindo a ser incorporada nos últimos meses nas acções -, as bolsas não deixaram terreno negativo e apresentam quedas ligeiras.
Juros penalizados por situação em Espanha
Os juros associados à negociação da dívida soberana dos países da periferia da Zona Euro negociaram com agravamentos generalizados, travando no caso de Portugal as descidas das últimas sessões. A condicionar as transacções estão receios em torno da situação na Catalunha e ainda a incerteza política em Itália, onde poderão ocorrer eleições em Março com resultado ainda indefinido.
As "yields" das obrigações portuguesas a dez anos avançaram 7,2 pontos para 1,838% e colocaram o prémio de risco para a dívida alemã nos 135 pontos. Em Espanha os agravamentos foram, ainda assim, em menor escala - de 0,5 pontos para 1,472% no prazo de referência.
Dólar recupera com dados do consumo
A nota verde está do lado dos ganhos, depois de dados positivos para a actividade de consumo (que representa cerca de 70% da economia e viu os gastos associados a crescerem mais do que o esperado em Novembro) e com uma subida do indicador mensal de inflação "core" PCE (gastos pessoais de consumo). Uma evolução destes indicadores que deverá permitir assegurar a continuidade da política de subida de juros ao longo de 2018 por parte da Reserva Federal.
Já para a bitcoin o dia está a ser de fortes oscilações - a criptomoeda já esteve a perder quase 30% para valores próximos dos 10.000 dólares, depois de ter cotado ao longo da sessão na casa dos 15.000 dólares.
Euribor sobem a nove meses
As taxas Euribor subiram no prazo a nove meses e mantiveram-se nas maturidades a três, seis e 12 meses. A nove meses, a subida foi de 0,001 pontos, para -0,217%. A três meses ficaram em -0,329%, enquanto a seis meses em -0,271%. A 12 meses, fixou-se em -0,186%.
Petróleo sem sentido comum com investidores a olhar para 2018
O valor do barril de petróleo está em queda em Nova Iorque e sobe para os 65 dólares em Londres, com a dissipação do efeito da queda dos stocks de crude nos EUA e com os investidores já a antecipar o comportamento desta matéria-prima no ano que vem.
O preço da unidade de referência segue a caminho do segundo ano consecutivo de valorizações, suportado nos esforços de contenção da oferta levados a cabo pela OPEP e por países produtores, exteriores ao cartel - como a Rússia. Medidas que se prolongarão pelo menos até ao fim de 2018.
Ouro avança com aversão ao risco, gás natural recupera
A opção por activos menos arriscados, motivada pela incerteza geopolítica - nomeadamente a fractura catalã - está a beneficiar o ouro enquanto activo de refúgio. O preço da onça do metal amarelo está em máximos de quase três semanas (4 de Dezembro).
Já os futuros de gás natural recuperam de mínimos de 10 meses, a acompanhar as previsões de condições meteorológicas mais adversas para os Estados Unidos, que deverão reanimar a procura e estimular a subida dos preços.
Fonte: Jornal de Negócios
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