terça-feira, 26 de dezembro de 2017

O meu Natal em Pedrógão com Marcelo (e uma conversa com ele)

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Bom dia!
Que tal foi o Natal? 
Agora respire fundo, porque o mundo voltou a andar assim: 

O perdão a Fujimori partiu o Peru a meio. O Presidente peruano deu a Alberto Fujimori um perdão de pena na véspera de Natal, motivando protestos nas ruas e reanimando uma tensão política adormecida no país. A decisão, como explica a Maria João Guimarães, pode levar ao maior realinhamento político no país desde que Fujimori fugiu para o Japão em 2000, na sequência de um escândalo de corrupção e irregularidades eleitorais que acabaram com a sua presidência.
Israel negoceia com mais países a mudança de embaixadas. Haverá uma dezena de nações prontas a seguir os passos da América e Guatemala, mudando as respectivas representações diplomáticas para Jerusalém, garante a vice-MNE daquele país, citada pelo El Pais.
O furacão Tembin caminha para o Vietname, depois de ter causado mais de 230 mortes nas Filipinas - entre as inundações e as derrocadas que se seguiram. O The Guardian diz esta manhã que 74 mil pessoas foram já deslocadas e que um milhão terá que sair das suas casas, para evitar o pior.

O que marca o dia

Permita-me fazer uma introdução: ontem o Presidente decidiu ir passar o Natal a Pedrógão Grande - e eu decidi ir com ele. Passamos tempo demais a escrever sobre os assuntos sem conhecer o que se passa realmente no terreno, o que sentem as pessoas. A oportunidade deu-me um dos melhores dias 25 de sempre. Foi assim que nasceu a reportagem que se segue:
... mas também a entrevista que lá fiz ao Presidente, onde Marcelo reconhece “o empenho” de Costa em “estar à altura do teste” - o dos incêndios que virão em 2018.
Nem por acaso, a mensagem de Natal do PM veio com uma promessa“Fazer tudo" para evitar novas tragédias. O que não evitou foi uma chuva de comentários críticos: do CDS, claro. Mas também do amigo PCP. Só o Bloco foi mais adequado à época.
Mas há mais algumas notícias que merecem registo:
Os bancos já se protegeram contra limites à subida de comissões. Mas as soluções levantam outros problemas aos clientes e autoridades, explica a Rosa Soares, acrescentando a resposta à pergunta que todos nos fazemos: as comissões vão continuar a subir em 2018?
Ainda há 47 milhões em escudos por trocardiz hoje o Dinheiro Vivo. A má notícia é que só terá até sexta-feira para o fazer. 
O caso da Legionella já tem 54 pedidos de instrução em Vila Franca. As vítimas contestam as conclusões do Ministério Público e querem o apuramento de responsabilidades em mais de 250 casos em que não foi identificada a estirpe contaminante. A isto chama-se um problema viral.
O país está a perder estrangeiros. Em Bragança e Beja estão a aumentar. A Rita Marques Costa olhou para os números e descobriu excepções à regra. O segredo pode estar aqui. Lá em Bragança, foi o Samuel Silva a fazer a reportagem: "Aqui os estrangeiros só lamentam uma coisa: 'Isso mesmo, o frio'."
Falando em frio, um aviso para o tempohoje há oito distritos em aviso laranja. Cuidado, sim?
E uma notícia sobre a passagem de ano: a Câmara de Lisboa comprou 30 mil cartolas para a festa, o que o CDS interpreta como um autarca a querer enfiar um barrete aos seus habitantes. Medina contesta: chapéus há muitos, mas menos do que há um ano. A história está no jornal i.

Outras leituras    

1. O que muda nas nossas carteiras no novo ano. A inflação é o grande motor dos aumentos na generalidade dos preços no arranque de 2018, com excepção dos transportes que sobem um pouco mais. Quanto às descidas, vão sentir-se sobretudo nas contas de serviços domésticos. Sector a sector, a nossa equipa de Economia preparou-lhe um guião para o que muda nos preços, ainda a tempo de fazer umas contas à vida.
2. Um tiro nos filmes de Natal. A festa já passou, mas as televisões não vão parar de nos dar a mesma coisa de sempre. Em vez do white christmas, o Vasco Câmara preparou-nos um dark christmascinco (grandes) filmes para dar tiros nas listas habituais dos filmes de Natal.
3. A guerra contra o Papa Francisco. A sua modéstia e humildade fizeram dele uma figura popular por todo o mundo. Mas, dentro da Igreja, as suas reformas têm enfurecido os conservadores e provocado uma revolta. O homem que há uma semana fez 81 anos tem nas mãos uma Igreja dividida. O texto na hora certa é de Andrew Brown, um exclusivo para Portugal do The Guardian.
4. O ano dos nossos monstros. Pergunta difícil (preparado?): será que podemos continuar a gostar da arte feita por artistas acusados de assédio e violência sexuais? A Isabel Salema, perdida neste dilema, falou com historiadores de arte, críticos, filósofos, realizadores e biógrafos para repensar o ano depois da revolução #MeToo. Como é que o juízo ético influencia o juízo estético?
5. O melhor do PÚBLICO em 2017. Eis-nos chegados ao tempo do balanço. O ano teria sido "saboroso" para nós, não fosse termos escrito sobre tantos problemas. Mesmo assim, ficou-nos a impressão de um dever cumprido - para consigo. E um monte de coisas boas para recordar: as nossas melhores histórias, reportagens e entrevistasas nossas melhores fotografias; aquelas que escolheu como as mais populares; e ainda a memória dos que nos deixaram este ano

Agenda do dia

Por cá, a semana começa devagarinho, com uma interrupção forçada na Autoeuropa, que aguarda que regressem as peças dos fornecedores para recomeçar a produção. E o fim da greve dos guardas prisionais, em seis cadeias do país, devido ao novo horário de trabalho proposto pelo Governo. Na política, será ainda a mensagem de Natal de Costa a marcar a agenda - com o PSD a reagir pela manhã.
Lá por fora, olhos postos no Boxing Day - dia de trocar as prendas e aproveitar as promoções, lançadas pelas maiores lojas. É também aquele dia em que meio mundo põe os olhos no futebol britânico, nem que seja por ser o único campeonato do mundo a jogar logo após o Natal. E há também um ex-jogador de futebol a tentar ser Presidente: trata-se de George Weah, que volta a candidatar-se ao cargo máximo da Libéria.
Para já, enquanto o ano novo não chega, deixo-lhe a crónica do Miguel Esteves Cardoso, com conselhos sábios sobre "salvar o espumante".
Assim como lhe deixo um abraço amigo.
Nós ficamos por aqui, à sua disposição. Até já!

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